terça-feira, 28 de dezembro de 2010
RETROSPECTIVA: um ano que foi
da tristeza profunda à alegria extrema
Surfe teve emoções distintas: o deca de Kelly Slater, a morte de Andy Irons, seguida pelo nascimento de seu filho, e a classificação de Alejo para 2011
Irons comemorando a vitória no Taiti (Foto: ASP)Entre os brasileiros, a dupla alegria e tristeza também andou de mãos dadas. Jadson André iniciou a caminhada na elite com passos firmes. Alejo Muniz dará os seus em 2011. É o nosso novo menino de ouro. Entre as meninas, Bruna Schmitz dá adeus ao Circuito Mundial, e Jacqueline Silva retorna, depois de um ano fora.
Havaiano Andy Irons nas ondas de Teahupoo, no Taiti (Foto: ASP)Andy tinha contado à família e aos amigos que estava com febre de dengue. Foi analisado por um médico, que o recomendou a ir a um hospital. O surfista, porém, decidiu voltar para o Havaí. As causas da morte apenas serão conhecidas depois da divulgação dos exames toxicológicos.
Slater, decacampeão mundial (Foto: Reuters)Com notas 9,00 e 9,87 nas quartas, contra o brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, Slater levou, por antecipação, o Circuito Mundial. Único que poderia superá-lo no ranking, o sul-africano Jordy Smith, ao ver que não tinha mais chance, quis acompanhar de perto. Entrou na água dez minutos antes do início de sua bateria. Viu o americano pegar mais uma onda e estendeu a mão, em reverência. Um rápido cumprimento. Um pequeno gesto para o maior da história. Mas Slater não estava satisfeito. Na final, contra o australiano Bede Durbidge, nota 8,77 e, para fechar, claro, um 10,00. A 45ª vitória na carreira.
Tyler Larronde em Jaws (Foto: Surfersvillage)
Bruna Schmitz sai da elite (Foto: Divulgação)- Supertriste. Perdi o campeonato ontem, mas tudo bem. Eu sempre perco – escreveu.
A paranaense terminou o ano na 21ª posição do ranking unificado e deu adeus ao Circuito Mundial. No fim da temporada, escreveu:
- Decidi que não vou mais me abalar com resultados ruins, pois o meu objetivo é evoluir no surfe e competir melhor.
Jadson André em Imbituba (Foto: ASP)Nota da redação: Em 2011, Imbituba sairá do calendário do Circuito Mundial. O Rio de Janeiro, que recebeu a etapa brasileira até 2001, voltará a ser a sede.
| 10 | 34 | 4 |
| É o número de títulos mundiais de Kelly Slater. O americano está com 38 anos de idade, mas parece ter disposição e, claro, talento, para aumentar o recorde | É a quantidade de surfistas que disputarão a elite mundial em 2011. O número foi reduzido. Antigamente eram 44 ou 45 surfistas. | É o número de vezes que a brasileira Maya Gabeira foi eleita a melhor surfista de ondas grandes. A brasileira é soberana há quatro temporadas. |
Onda gigante na Irlanda? Sim. Um novo e surpreendende pico de surfe foi descoberto, a 2km da costa, e batizado de Prowlers (Foto: Reprodução / surfline.com)
Alejo, a aposta para 2011(Foto: Ivo Gonzalez/Nike)Eleito melhor calouro da Tríplice Coroa, Alejo voltou ao North Shore havaiano em 2010 e, lá, conquistou um lugar na elite mundial. Em Sunset, chegou às quartas de final e ficou muito perto da vaga. Depois, foi necessário esperar a eliminação de alguns surfistas no Pipe Masters.
O talento do brasileiro despertou o interesse dos patrocinadores. Trocou a empresa de surf wear que o apoiava - a mesma de Kelly Slater - e aceitou a proposta para ser garoto-propaganda de uma gigante no mundo de materiais esportivos que, pela primeira vez, investe em surfistas brasileiros.
Demitido, técnico Kleiton Lima teme pelo futuro das Sereias da Vila
Treinador afirma que novos dirigentes do Peixe tratam o futebol feminino como 'algo supérfluo'
Kleiton Lima concede entrevista coletiva(Foto: Adilson Barros / GLOBOESPORTE.COM)
- O clube não tem ainda patrocinador, as atletas ainda não sabem se vão renovar. O contrato da maioria termina agora no fim deste ano e elas não sabem o que vai acontecer. Eu acreditava que essa situação fazia parte do passado, que o Santos estava iniciando uma nova fase do futebol feminino. Infelizmente, está acontecendo o contrário. Vejo que um trabalho de 13 anos pode entrar em declínio - lamentou Kleiton Lima, durante entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, num hotel de Santos.
Kleiton afirma que as pessoas que assumiram o comando do futebol feminino do Peixe são inexperientes e não respeitaram seu conhecimento. Ele afirma que perdeu sua autonomia.
- O que eu sinto é que o futebol feminino está sendo tratado por parte da diretoria como algo supérfluo. Meu estilo de trabalho sempre foi o mesmo. Todas as decisões que eu tomei foram em prol da modalidade, com base nas situações que vivi e aprendi ao longo de tanto tempo. Só que eu vinha recebendo interferências, diziam que eu não poderia fazer isso, aquilo. E vinham de pessoas com pouca experiência. Eu tenho 13 anos de futebol feminino e os dirigentes têm só 11 meses.
O treinador deixou transparecer que houve até mesmo incompatibilidade motivada por religião. Ele é evangélico e certas atitudes suas, como as orações que conduzia antes dos treinos, eram mal vistas por dirigentes.
- Houve certas situações, como orar antes dos treinos e alguns trabalhos motivacionais com base em histórias bíblicas, que alguns diretores acharam desagradáveis. Mas eu mesmo nunca tive nenhum problema com isso. Tanto que a minha capitã, tanto no Santos, como na Seleção Brasileira (Aline Pellegrino), não é evangélica.
Debandada?
Por fim, Kleiton Lima afirma que poderá levar jogadoras do Peixe para onde for. Ele disse que pretende assumir algum outro projeto e levá-lo paralelamente ao trabalho com a Seleção Brasileira.
- Se houver um novo projeto, haverá novas ofertas. Vou esperar que Sereias continuem crescendo. Agora, se tiver possibilidade de algo bom para as meninas, elas poderão sair. Não somente para onde eu for, mas também para onde houver ofertas melhores. O que queremos é que elas tenham emprego e sejam tratadas como profissionais. Penso no engrandecimento da modalidade no Brasil.
Fla espera por Felipe e Vander para exames médicos
Clube tenta encontrar passagens aéreas para fazer a dupla chegar ao Rio
Felipe deve chegar ao Rio nesta quarta (Foto: EFE)O goleiro, de 26 anos, vai assinar por um ano. O clube tem a opção de compra dos direitos federativos do ex-corintiano tanto no meio quanto no fim de 2011 (ele pertence a um grupo de empresários e 25% são do Bragantino). Ele deve chegar ao Rio nesta quarta e vai passar o Ano Novo em Salvador com a família. Felipe se apresenta ao Flamengo no dia 3 de janeiro, data da volta dos jogadores ao trabalho.
Vander, de apenas 20 anos, chegou a atuar como profissional do Bahia durante esta temporada na campanha do acesso tricolor à Série A. Ele será emprestado ao Rubro-Negro até dezembro de 2011. O acerto já foi confirmado pela diretoria do Fla.
Souza ansioso por acerto com o Flu: ‘Espero que chegue logo a hora’
Liberado pelo Grêmio, jogador diz que só falta assinar o contrato para formalizar o negócio
Souza deve oficializar acerto com Flu nos próximosdias (Foto: Lucas Uebel / Agência Estado)
- Estamos esperando algumas definições para assinar. Comigo e entre os clubes está tudo certo, e só falta a assinatura. Espero que chegue logo esta hora. Estou feliz e pensando na Libertadores - disse Souza, campeão da competição internacional em 2005, pelo São Paulo.
A contratação de Souza atende a um pedido de Muricy Ramalho, o que, para o jogador, é uma honra e também um desafio.
- É um privilégio ser indicado pelo Muricy, que é um cara que dispensa comentários. É um desafio para mim. Estou trabalhando para chegar em janeiro e dar uma resposta positiva. Pelo que eu conheço do Muricy, o Fluminense tem tudo para fazer não só uma grande Libertadores, mas um Carioca excelente - comentou o jogador, que aposta na sua versatilidade para fazer sucesso nas Laranjeiras:
- O fato de eu ser um jogador que joga em várias funções facilita. O Muricy sabe que pode contar comigo. Tenho que mostrar que sou o mesmo Souza que foi campeão com ele.
Souza pode ser o primeiro anunciado pelo campeão brasileiro de 2010. Além dele, Araújo e Diego Cavalieri também estão com situação bem adiantada e dependem apenas da liberação do Al Gharafa, do Qatar, e Cesena, da Itália, respectivamente, para firmar compromisso com o time das Laranjeiras.
Renato Cajá acerta renovação de contrato com o Botafogo
Meia fica no Alvinegro por mais um ano e reforça a equipe de Joel Santana para a temporada 2011
Renato Cajá fica por mais um ano no Botafogo(Foto: Eliária Andrade/Globo)
Renato chegou ao Botaogo no início de 2010 para ser mais uma opção no meio-campo. O jogador, de 26 anos, teve algumas oportunidades na equipe, mas não conseguiu se firmar como titular. No entanto, com a saída de Lucio Flavio e a lesão de Maicosuel - que deve voltar apenas em maio, por causa de uma lesão no joelho esquerdo -, ele pode começar a temporada na equipe principal.
O jogador disputou 39 partidas pelo Botafogo na última temporada e marcou quatro gols.
E o Timão já tem um novo Elias
Tite vai promover o atacante de 18 anos para reforçar o elenco em 2011
Elias, atacante do Corinthians (Foto: Divulgação)Tite aprovou o jogador nos últimos treinos deste ano, quando a equipe principal enfrentava os meninos da base no CT. Ele vai disputar a Copa São Paulo de Juniores, em janeiro, antes de se apresentar ao seu novo técnico. Elias Fernandes de Oliveira fará 19 anos em maio, tem 1,74m de altura e se destaca pela velocidade. E foi justamente a sua rapidez o que mais chamou a atenção do treinador.
- Neste ano de 2010, quando perdemos o Jorge Henrique e o Dentinho (ambos machucados), ficamos sem ninguém no plantel com as mesmas características. Por isso já trouxe o Elias, do sub-18 - disse Tite, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Além de Elias, o Corinthians está atrás de mais jogadores de frente. Adriano, que voltará ao Roma (ITA) depois das férias no Rio de Janeiro, era alvo, mas a negociação agora é tida como quase descartada. Willian, do Figueirense, está negociando.
- Vamos em busca de mais um atacante para jogar ao lado ou no lugar do Ronaldo quando ele não puder estar em campo - completou Tite.
Até o momento, o Timão só contratou o zagueiro Walace, ex-Vitória.
Vieri se apresenta ao Boavista e depende de visto para assinar
Atacante italiano ainda treina à parte enquanto aguarda acertos burocráticos e pode enfrentar Seleção Brasileira sub-20
Vieri será atração do Carioca pelo Boavista(Foto: Luciano Ribeiro / Globoesporte.com)
Assim como os demais jogadores da equipe, Vieri terá descanso para a festa de Reveillon, que passará em Copacabana, e retoma os trabalhos no dia 3 de janeiro. Enquanto não pode assinar contrato, o italiano realiza trabalho físico individual. Caso tudo seja resolvido a tempo, o atacante poderá integrar a equipe do Boavista que disputará um jogo-treino contra a Seleção Brasileira sub-20, na próxima quinta-feira, na Granja Comary, em Teresópolis.
O Boavista, que tem uniforme verde, também planeja disputar algumas partidas do Campeonato Carioca usando uma camisa azul, confeccionada especialmente para homenagear Vieri, lembrando sua passagem pela seleção da Itália. No início do ano passado, o veterano esteve no Rio de Janeiro à espera de um acerto com o clube, o que acabou não acontecendo. Além disso, foi especulado como possível reforço do Botafogo-SP.
A estreia do Boavista na Taça Guanabara será no dia 19 de janeiro, contra o América, às 17h, em Saquarema.
Os donos da bola: conheça os dez agentes mais influentes do Brasil
Série especial mergulha nos bastidores do agitado mercado de fim de ano
De olho nas transferências para 2011, o GLOBOESPORTE.COM mapeou os principais empresários da bola no país. São dez nomes que concentram mais de 500 jogadores. É pequena a chance de aquele sonhado camisa 10, o goleador implacável ou o xerifão de impor respeito não ouvir com carinho a orientação de um desses nomes.
Desde março de 2001, quando o passe foi extinto no país, os clubes foram perdendo de vista a última palavra nas negociações. Não é à toa que a maior parte destes donos do mercado nacional começou a carreira nesta década. Carlos Leite, Eduardo Uram, Márcio Bittencourt, Fabiano Farah, Gilmar Rinaldi, nenhum desses planejava agenciar jogadores antes do projeto da Lei Pelé, assinada em 1998 e sancionada em 2001.
Os perfis são os mais variados possíveis. Farah fez cursos na Disney e sonhava atuar na área de entretenimento até conhecer Ronaldo em uma ação de marketing do Instituto Ayrton Senna. O encontro virou admiração mútua, e hoje Farah trabalha com nomes do porte de Roberto Carlos (Corinthians) e Marta (Santos). Márcio Bittencourt deu a sorte de ser um bancário em uma agência na qual muitos jogadores abriam contas. Hoje, é um dos que dominam o mercado carioca.
O avanço dos agentes tem uma lógica simples. Na roda viva da bola, os clubes ficam cada vez mais endividados, e os agentes, mais influentes. Enquanto marcas gigantes como Vasco e Palmeiras ainda sofrem para pagar em dia, quase todos os principais empresários do país possuem empresas com mais de dez funcionários e uma rede de olheiros para peneirar talentos Brasil afora. Para Eduardo Uram, nada supera o poder de um bom contato.
- Minha área técnica tem observadores externos e internos e está fundamentalmente direcionada para a categoria de base. A parte profissional está concentrada comigo, com meu filho (Alexandre), e aí tenho muita informação. O segredo é informação. É difícil ter algum jogador, alguma coisa acontecendo, que eu não tenha. O mercado me procura para me fornecer informação. É o segredo da história - explica.
Com isso, a cada vez que um jogador se despede de um clube atrás de cifras milionárias, o torcedor irritado elege o empresário como vilão. A classe reage ao rótulo. Dono da carteirinha 001 de agente no Brasil, Léo Rabello acompanha o mercado desde o fim dos anos 70. E defende a tese de que o futebol brasileiro melhorou depois da entrada dos empresários.
- Apesar de as pessoas nos verem de uma maneira esquisita, somos fundamentais na vida do jogador. Se não fosse o agente, o jogador não poderia nem viver direito. Isso que você lê no jornal, o glamour, isso não existe. Mais de 90% dos jogadores, que deve ser algo perto de 20 mil federados, vivem na maior miséria. Só 3% ou 4% têm esses salários altos. Não passa disso. Futebol é uma profissão muito efêmera. O cara trabalha dez anos em média. O salário alto dilui no tempo. Raros são aqueles que têm formação para exercer uma profissão. É treinador, preparador físico, auxiliar, fora isso não tem mais nada para fazer. Porque eles não estudam nada, não sabem nada. E precisam de alguém estruturado por trás para render bem - analisa.
O mais recente a ser tratado como inimigo por torcedores foi Wagner Ribeiro. O agente está por trás das maiores revelações paulistas dos últimos anos. Participou da saída de Kaká do São Paulo para o Milan em 2003. Dois anos depois, mandou Robinho do Santos para o Real Madrid. O próximo deve ser Neymar, constantemente assediado por europeus. E de quem é Lucas, revelação do Tricolor Paulista nesta temporada? Wagner Ribeiro, claro.
Ele está na lista dos que gostam das câmeras, mas, seja pela hostilidade dos torcedores ou pela fiscalização das negociações, há os que fogem dos microfones como o diabo da cruz. É o caso de Juan Figer. Atuante no mercado nacional desde 1970, quando transferiu Pablo Forlán do Peñarol para o São Paulo, é autor de transações gigantescas como a saída de Denílson para o Bétis, em 1998, por US$ 32 milhões, um recorde na ocasião. Mas é totalmente avesso a entrevistas, seja lá qual for o tema.
A partir desta terça-feira, o internauta conhecerá detalhes de vida e carreira destes personagens decisivos nos rumos do vai e vem 2011. O GLOBOESPORTE.COM publicará perfis de Assis, Carlos Leite, Eduardo Uram, Fabiano Farah, Gilmar Rinaldi, João Sérgio, Juan Figer, Léo Rabello, Márcio Bittencourt e Wagner Ribeiro. Pela ampla atuação nos últimos anos, a Traffic mereceu um capítulo à parte.
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2010/12/os-donos-da-bola-conheca-os-dez-agentes-mais-influentes-do-brasil.html
Dirigente sonha com contratação de Ronaldinho: 'Seria a maior da história'
Antônio Vicente Martins torce por êxito e faz comparação inusitada: 'É como se estivéssemos acertando o cachê de um show dos Rolling Stones'
Ronaldinho Gaúcho no treino do Milan em Dubai:jogador pode voltar ao Grêmio (Foto: Reuters)
- Acho que o grande adversário é o próprio Grêmio. Temos que fazer uma boa proposta. A gente sabe que é uma negociação complexa. É como se estivéssemos acertando o cachê de um show dos Rolling Stones - disse em entrevista à Rádio Brasil.
Vai e Vem do Mercado: veja quem pode reforçar o seu clube
O dirigente sabe que a vinda de Ronaldinho seria a transferência de maior destaque para a próxima temporada. No entanto, Antônio alerta para que todos os acertos sejam feitos com os pés no chão.
- A nova diretoria do Grêmio não vai dar um passo maior do que puder. Não teremos medo de ousar, mas teremos que ousar com responsabilidade. É uma contratação de nível mundial, talvez a maior da história do futebol brasileiro - finalizou.
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