De Mito a mina de ouro: Dedé deixa o Vasco para aliviar o caos financeiro
Único ídolo desenvolvido pelo clube neste século, zagueiro iniciou trajetória com episódio negativo ao cometer entrada dura em Carlos Alberto no treino
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- As pendências do Vasco são muito grandes, então não é possível dizer
que essa negociação, se ela ocorrer, resolveria todos os problemas do
Vasco. Mas temos questões emergenciais a solucionar, e para isso, é
natural que usemos esses recursos - explicou o diretor geral do clube,
Cristiano Koehler.Por pouco, Dedé não teve uma passagem até relâmpago pelo Vasco, sem deixar saudades. Jogou pouco em 2009 e, quando teve chances, não caiu nas graças da torcida. Esteve para ser dispensado ao fim da Série B. Já em 2010, em evolução, o zagueiro chegou a assinar um pré-contrato com um clube da Coreia do Sul. Mas a negociação não se concretizou por vontade do próprio zagueiro, que recebeu do ex-companheiro de Volta Redonda Júnior Baiano o conselho de permanecer no Brasil e buscar seu espaço em São Januário.
Temos questões emergenciais a solucionar, e para isso, é natural que usemos esses recursos"
Cristiano Koehler, diretor geral
Nesse momento os clubes do exterior passaram a olhar com Dedé com mais atenção, até que o clube conseguiu que um grupo de investidores comprasse uma parte dos direitos econômicos de Dedé e o garantisse no Vasco até, no mínimo, o fim da Libertadores de 2012. No entanto, a grande expectativa os cruz-maltinos, da diretoria e do próprio jogador era cumprir o contrato então assinado, que vislumbrava a permanência do ídolo até depois da Copa.
Estava difícil resistir ao assédio de alguns dos europeus. Mas diante do interesse de clubes da expressão de Queens Park Rangers, da Inglaterra, e Anzhi, da Rússia, Dedé deixou claro que a preferência era permanecer no Vasco e manter sua visibilidade até o Mundial. Para a diretoria cruz-maltina, também era válido se manter firme ao desejo dos estrangeiros e esperar uma valorização que viria em 2014.
O ano de 2012 foi de queda para Dedé, que no início e no fim da temporada sofreu duas sérias lesões na perna esquerda. Em meio a uma possível desvalorização, o Vasco estendeu o contrato do zagueiro até o fim de 2015 e aumentou a multa rescisória. Mesmo assim, ele não perdeu seu posto de ídolo, passando a ser uma referência após a saída dos principais jogadores da equipe ao longo do ano, que terminou com o assédio do Corinthians.
Foi então que Dedé decidiu dar adeus. O Vasco perdeu o ídolo, a referência, o Mito, mais um baque para sua fase ruim. Mas, em contrapartida, ganhou uma tranquilidade que fará com que os remanescentes tenham a motivação necessária para tentar preencher essa lacuna.