Halterofilista e fisiculturista, operário de Brasília é fã de Schwarzenegger
Vencedor de seis campeonatos de supino na capital federal, Marcelo Ferreira Batista já se acostumou a levantar peso para os companheiros na obra
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- Tem coisas que precisariam de três homens pra fazer, e eu, sozinho, vou lá e faço - brincou Marcelo.
- O cara é um monstro. Quando não dá pra levantar alguma coisa, já chamo logo ele. E aqui na obra, o que não falta é coisa pesada. O bom é que ele gosta de ajudar - contou o amigo de trabalho Valdeir Lopes de Oliveira, que confessou sentir uma certa "inveja" de Marcelo.
- Rapaz, eu queria sim ser forte que nem ele. Deve fazer sucesso com as mulheres. Do jeito que eu sou, já dou trabalho, imagina se tivesse um corpo assim (risos). Mas eu sei que tem que treinar muito. Admiro mesmo é a dedicação dele, que trabalha o dia todo e ainda tem animação pra ir pra academia - disse Valdeir.
De fato, a rotina de treinos de Marcelo é puxada. Depois de cumprir entre oito e nove horas de trabalho na construção, ele ainda tem pique para mais duas horas diárias de academia.
sozinho (Foto: Fabrício Marques/Globoesporte.com)
- Faço de seis a oito refeições por dia e não como o almoço oferecido aqui na obra. Tenho que trazer de casa, porque é tudo balanceado.
Esforço que pesa também no bolso. De acordo com Marcelo, o gasto mensal para se manter no esporte, incluindo alimentação e suplementos, é de aproximadamente R$ 1200 reais. Mais da metade do salário que recebe trabalhando na construção civil.
- Não é fácil. Eu não ganho dinheiro com o esporte. É tudo amador. Eu conto com muita ajuda de amigos e também da minha esposa, que está sempre comigo - revelou Marcelo, que já venceu seis vezes o campeonato brasiliense de supino na categoria até 90kg.
Copa x Schwarzenegger: Marcelo preferiria conhecer o ator
Como a maioria dos brasileiros, Marcelo também gosta de futebol e espera poder assistir a um jogo da Copa do Mundo de 2014 no novo Mané Garrincha.
- Com certeza eu quero (ver um jogo da Copa). De preferência, da nossa Seleção. Tenho muita vontade de voltar (ao estádio pronto), sentar em uma cadeira na arquibancada e lembrar que fiz parte dessa construção. Seria um momento que me marcaria para o resto da vida.
No entanto, ele admite que trocaria facilmente um ingresso para um jogo do Brasil na Copa pela oportunidade de realizar outro sonho: conhecer o ídolo de infância, Arnold Schwarzenegger.
- Nesse caso, não pensaria duas vezes. Se tivesse que escolher entre os dois, queria conhecer o Schwarzenegger. Ele é meu maior ídolo. Sou fã do Arnold desde que vi o filme do Conan, quando ainda era criança.
- A verdade é que ser fisiculturista sempre foi o meu objetivo. Comecei a me preparar especificamente para isso há dois anos e disputei minha primeira competição no mês passado. Foi um orgulho muito grande subir no palco para me apresentar. É o esporte do meu grande ídolo e todas as posições que fiz na apresentação foram baseadas nas que o Schwarzenegger fazia - revelou.
Consciente de que dificilmente conseguirá se sustentar apenas com o halterofilismo e o fisiculturismo, Marcelo planeja continuar no ramo da construção civil e também cursar uma graduação em Educação Física.
- Estou me planejando há um bom tempo pra comprar meu próprio caminhão. Quero ser trabalhador autônomo. Também quero cursar Educação Física, para poder repassar conhecimento na academia. Tudo isso, sem deixar o esporte, pois é fundamental para a minha saúde e para o meu bem estar.