Fã de Lyoto Machida, mineira disputa Brasileiro de Caratê em Brasília
Aos 21, Luma Menezes tenta título no kumite individual feminino. Ex-campeão dos meio-pesados do UFC é influência: "Ele é o representante bruto do caratê no MMA"
Competidora na modalidade kumite, Luma exaltou a capacidade técnica do baiano radicado em Belém e o mérito de ter levado a tradicional luta ao estrelato no MMA.
– Ele é uma fonte de inspiração para mim, pois mostra a verdadeira essência do que é o caratê e se baseia no estilo para vencer suas lutas – elogiou.
A influência não para por aí. Segundo Luma, se por acaso no futuro surgisse uma oportunidade de competir na organização adotando o estilo que domina, ela não pensaria duas vezes.
– Se um dia entrar para o UFC, quero ser como ele (Lyoto) utilizando e me baseando no caratê como o estilo principal de luta. Ele é o representante bruto do caratê no MMA – ressaltou.
Os ídolos não se restringem à estrela brasileira do UFC. Luma também ressalta os estilos de Valéria Kumizaki, prata no Pan do Rio e bronze em Guadalajara, e de Douglas Brose, multi-campeão e ouro no mundial de 2010, na Sérvia.
– Sempre que participam de competições, os dois vão ao pódio. São lutadores experientes e que sabem competir – elogiou.
sem vida fácil
– Sempre gostei de lutas. Comecei após um colega meu ter iniciado a prática também. Desde então, nunca mais larguei o esporte. Digo que foi por instinto. Tentei entrar no taekwondo, mas o treinador me rejeitou, pois dizia que era muito pequena. Então decidi entrar para o caratê. Algumas pessoas duvidavam de mim por ser um esporte considerado violento, mas sempre tive o apoio dos meus pais e segui em frente com esta ajuda – explicou a lutadora, que conquistou o primeiro título logo na primeira competição, a Copa Karatê, em Ouro Branco (MG), em 2004.
– Como sou professora, tenho treinado sozinha
durante os intervalos das aulas, o que deve dar em média três horas por dia.
Como me dedico ao estilo de kumite, que é mais agressivo e que exige
mais agilidade, os treinos têm sido pesados. Fico feliz de saber que vou
competir entre os melhores do país e está sendo uma honra representar
Divinópolis e Minas Gerais – afirmou a atleta, que tem no extenso currículo
de títulos os Campeonatos Mineiro e Brasileiro, em 2010, no kumite individual feminino.
Embora
seja necessário um esforço extra para conciliar as aulas e os
treinamentos, Luma não reclama. Pelo contrário, para ela, a
possibilidade de ensinar a arte marcial na academia própria, inaugurada
em fevereiro deste ano, é parte da missão de um atleta.
– Qualquer pessoa que entra no tatame, tem
que mostrar essa vontade de lutar. Treinamos muito e temos que mostrar o que
sabemos nas competições. Um atleta também não pode só competir, tem que passar
a essência do esporte para os mais novos. Espero que consiga passar e que eles
consigam títulos importantes futuramente – finalizou.
* Colaborou Thulio Oliveira sob supervisão de Raphael Lemos