Nas arquibancadas, a resposta do torcedor foi com a costumeira empolgação. A notícia ruim para o tricolor que viu pela TV ou esteve presente ao Engenhão na noite deste domingo - o público, de pouco mais de 16 mil pagantes, com mais de 20 mil presentes, voltou a decepcionar - é que o meia Marquinho, numa trombada com o próprio colega de time, o zagueiro Leandro Euzébio, deixou o campo com suspeita de fratura no braço.
Briga boa mesmo é pelo título. Na 35ª rodada, o Fluminense receberá o Goiás também no Engenhão, no próximo domingo. No mesmo dia, em São Januário, o Vasco pegará o São Paulo.
Gol no começo do Flu
No primeiro tempo, o Tricolor aproveitou-se dos erros de marcação e da lentidão do Vasco para obter com justiça a vantagem no marcador, ainda que nos minutos finais tenha levado uma pressão do adversário, que acertou principalmente o buraco criado entre os seus setores.
O jogo já começou com muita emoção. O técnico PC Gusmão surpreendeu ao escalar o Vasco no 4-3-3. Em vez de começar com o volante Jumar, optou por Jonathan na frente fazendo companhia a Eder Luis e Nunes. E logo no primeiro minuto, o camisa 15, pela direita, tratou de aproveitar bem a chance de começar como titular. Pela direita, centrou na medida para Nunes. O centroavante bateu pelo alto e perdeu uma grande oportunidade de abrir o placar.
O susto não abalou o Fluminense, mais motivado em campo por uma vitória. Num contra-ataque iniciado por uma "pipocada" de Felipe, que perdeu a bola, Tartá serviu Washington pela meia esquerda. O atacante cortou Cesinha para o meio e bateu cruzado. Fernando Prass espalmou nos pés de Tartá, que se antecipou à defesa cruzmaltina e escorou para as redes, aos três minutos, abrindo o placar para o Tricolor.
Erros cruzmaltinos
Com a desvantagem no placar logo no início, o Vasco se viu obrigado a sair mais ainda para o jogo. Só que a saída de bola era lenta para servir Felipe. Com isso, o ataque, apesar de contar com três jogadores, pouco rendia porque não era municiado. E o meio-campo, com menos um na marcação, perdia a maioria das jogadas e deixava buracos na defesa, que errava na saída de bola.
grande duelo no clássico. Tricolor leva a melhor
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Se o esquema defensivo cruzmaltino mostrava falhas de marcação e erros na saída de bola, além da lentidão, o ferrolho montado por Muricy dava poucas chances ao adversário de criar. Favorecida pela boa marcação do meio-campo, que fechava bem os lados para evitar os avanços dos laterais Fágner e Max, a zaga tomava conta da área. Leandro Euzébio, com atadura após uma contusão na cabeça, ditava a disposição. No meio, Valencia, Fernando Bob e Marquinhos lutavam pela bola. Tartá e Washington, bem, se movimentavam na frente e criavam.
Vasco quase empata
A partir dos 33 minutos, após Mariano arrancar pela direita e bater para Dedé desviar a bola para escanteio e assustar Fernando Prass, o panorama mudou. A marcação vascaína adiantou, aproximando o meio do ataque. Com menos buracos, o toque de bola melhorou. Nunes teve boa chance mas foi travado por Gum. Eder Luis e Jonathan se mexiam mais, abrindo espaços e chamando os laterais. Numa falta cobrada pela esquerda, Eder Luis cabeceou de costas para o gol. Ricardo Berna espalmou para escanteio.
Outro que passou a participar melhor do jogo foi Felipe. O camisa 6 vascaíno fez sua melhor jogada pela meia direita, quando ajeitou a bola e bateu de canhota, rente à trave. E no fim do primeiro tempo, a oportunidade do empate ocorreu do outro lado do campo. Mariano errou saída de bola. Max a tomou e deu um tirambaço de canhota, mas a bola perdeu a direção.
Segundo tempo
PC Gusmão reclamou da falha nas finalizações. E mandou o Vasco continuar no ataque. O Flu, com a vantagem no placar, esperava o adversário e buscava explorar os contra-ataques, principalmente com a velocidade dos laterais Mariano e Carlinhos.
Aos sete minutos, numa confusão na área, com a bola parada, Cesinha deu uma cotovelada em Conca que o árbitro Péricles Bassols não puniu. Apagado no primeiro tempo, o camisa 11 argentino pelo menos buscava mais se livrar da marcação. Do outro lado, Felipe, apesar de vigiado por Fernando Bob, crescia na armação das jogadas. Numa delas, arriscou de perna direita, que não é seu forte. Bola fora. Pouco depois, iniciou outra na medida para Jonathan, da meia-lua, mandar uma bomba que Berna salvou para escanteio, na melhor defesa do jogo.
etapa (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Eder Luis cansou e deu vez a Jefferson Silva. Felipe e Irrazábal trocavam de posição para aumentar o gás no meio-campo. Do lado tricolor, Tartá, cansado, sumiu. Quem apareceu bem novamente foi Mariano, que centrou na medida, mas Washington não alcançou a bola. O que aumentou o drama tricolor.
PC Gusmão arriscou com Fumagalli no lugar de Rafael Carioca. Mais ofensivo, o Vasco insistia, e Nunes por pouco não empatou. O atacante recebeu de Fágner e chutou na trave. Muricy respondeu no Flu com Thiaguinho no lugar de Tartá. Quando ia lançar Rodriguinho no de Washington, Marquinho se chocou com Leandro Euzébio e saiu com suspeita de fratura no braço.
No contra-ataque, no fim, Conca fez sua melhor jogada na partida e serviu Washington, que perdeu nova chance e irritou a torcida, tensa com a pressão do Vasco e o jejum do atacante de 12 partidas sem marcar. No apito final do árbitro, confusão. Fernando Prass e Fágner, além do resto do time do Vasco, reclamaram da forma como Péricles Bassols terminou a partida, com a equipe no ataque. Apesar de todo o sofrimento, a festa foi tricolor no fim.
Ricardo Berna, Mariano, Leandro Euzébio, Gum e Carlinhos; Valencia, Fernando Bob, Marquinho (Júlio César) e Conca; Tartá (Thiaguinho) e Washington. | Fernando Prass, Fagner, Cesinha, Dedé e Max (Irrazábal); Romulo, Rafael Carioca (Fumagalli) e Felipe; Eder Luis (Jefferson Silva), Jonathan e Nunes. |
Técnico: Muricy Ramalho | Técnico: PC Gusmão |
Gols: Tartá, aos três minutos do primeiro tempo. | |
Cartões amarelos: Gum, Conta, Tartá (Flu); Fágner, Rafael Carioca, Jonathan e Nunes (Vasco). | |
Estádio: Engenhão. Data: 07/11/2010. Árbitro: Péricles Bassols Cortez (Fifa/RJ). Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia (RJ) e Ricardo de Almeida (RJ). Renda: R$ 428.265,00. Público: 16.263 pagantes. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário