Dos carrões às minissaias, Abu Dhabi se abre ao Ocidente e recebe a F-1
Capital dos Emirados Árabes, palco da decisão da categoria neste fim de semana, ainda não respira automobilismo, mas busca a internacionalização
É quase impossível ver sinais de pobreza, e isso também colabora para a chegada dos turistas europeus, que fogem do rigoroso inverno e enchem os hotéis do país. Grandes prédios comerciais crescem a olhos vistos na enseada do Golfo Pérsico. Nas ruas, mulheres usam o hijab, que cobre todo o corpo, mas desfilam lado a lado com outras de minissaias, sem serem incomodadas. Quase todos os carros são importados, desde enormes picapes até rápidos esportivos, como Porsches, Mustangs e Ferraris. Nas praias, o fim de tarde é dominado pelos donos de jet skis e lanchas, que aceleram nas águas próximas ao porto, onde banhistas não são permitidos.
(Foto: Rafael Lopes / Globoesporte.com)
A maior mostra de que Abu Dhabi busca a internacionalização é o uso do inglês. É difícil encontrar uma pessoa que não entenda e saiba se expressar no idioma. Na hora de pedir informações nas ruas, todos são prestativos. Além disso, perder-se na cidade é tarefa árdua: todas as placas de trânsito têm inscrições em árabe e em inglês. Apesar disso, com medo de possíveis atentados, os hotéis exigem que seus hóspedes passem por detectores de metais na entrada, para evitar armas de fogo.
O centro de Abu Dhabi, no entanto, também sofre com um dos maiores problemas das grandes cidades: o trânsito pesado. Apesar de as avenidas serem bastante largas, com até quatro pistas, algumas obras para a ampliação ajudam a tumultuar o fluxo de carros. Em determinados momentos, apenas uma faixa de rolamento está disponível, criando um show de buzinas e reclamações dos motoristas - bastante impacientes, por sinal.
(Foto: Rafael Lopes / Globoesporte.com)
A Fórmula 1 ainda não caiu no gosto popular local. Apesar da lotação esgotada do circuito, com capacidade para 50 mil pessoas, é raro ouvir nas ruas comentários sobre a categoria. Poucos cartazes estão expostos no Centro, e apenas a Fórmula 1 Fanzone se destaca na Praia de Corniche, muito parecida com o carioca Aterro do Flamengo.
A infraestrutura do autódromo na Yas Island impressiona. Além de largas rodovias, com até seis pistas impecavelmente asfaltadas, o acesso ao autódromo é dos mais fáceis, com longos trechos para estacionamento. Do lado de fora, funcionários bem treinados ajudam na locomoção dentro do complexo, que tem ainda um campo de golfe e o Ferrari World, parque temático da equipe italiana.
Em uma ilha próxima, a Saadyiat Island, parte de Abu Dhabi, um enorme centro cultural está em construção. Nele, filiais do Museu do Louvre, de Paris, e do Guggenheim terão suas sedes, reforçando ainda mais a ideia de que as portas para o Ocidente estão escancaradas.
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