Melhor jogador do mundo, Murilo tenta se acostumar aos holofotes
Ponteiro diz que ainda acha estranho ser apontado como o grande nome do vôlei e que nunca sonhou herdar o posto dos ídolos Giovane, Nalbert e Giba
do Ano (Marcelo de Jesus / GLOBOESPORTE.COM)
Na cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, nesta segunda-feira, ficou evidente. A chegada ao Teatro do MAM, no Rio de Janeiro, foi discreta. O problema é que a altura denunciava a presença de um dos indicados ao troféu de Melhor do Ano, e os pedidos de fotos e entrevistas se multiplicavam. As mãos sofriam, os olhos procuravam o chão, já que não podiam encontrar apoio em Jaqueline, a esposa. Ela não o viu vencer a eleição por estar disputando o Mundial de Clubes, no Qatar.
- Foi um ano inesquecível. Nem em sonho eu imaginava isso. Ganhamos o nono título da Liga Mundial, passando a Itália, e igualamos o tri no Mundial daquele time maravilhoso deles. Para mim ser o melhor jogador do mundo é estranho, não estou acostumado. Tenho que aprender a lidar com isso. Sempre me espelhei no Giovane, no Giba e no Nalbert e eles sempre tiveram esse foco em cima deles. E é difícil assumir esse posto e se acostumar a ser ídolo. Ser exemplo assusta. Tudo isso é muito novo para mim. Senti falta da esposa para segurar a mão nessa cerimônia. A sensação foi como na primeira final que disputei com a seleção e fiquei nervoso. Me senti um peixe fora d'água - sorri.
(Foto: Alexandre Durão / GLOBOESPORTE.COM)
- Bernardo é um cara humilde, melhor técnico do mundo, maior vencedor que deixa muita coisa de lado para estar lá com a gente. É o primeiro a chegar ao treino, sempre preocupado para que o grupo tenha tudo o que é necessário. Ele me ajudou muito a implantar na minha cabeça que eu precisava trabalhar mais pelo meu potencial físico. Espero que continue me instigando cada vez mais para tirar o melhor de mim. Já o Giba, desde quando eu não era titular ele conversa muito comigo. Me espelhei no estilo dele de jogar. Pelo fato de estar fora de quadra, dentro dela eu acaba sendo a voz dele. Sei a importância que tem no meu crescimento e também a que continua tendo para a seleção. Sabemos que podemos contar com ele e que não está velho e nem precisa se aposentar.
O casamento também teve uma boa parcela de participação no ano dourado. Após 10 anos de namoro, ele e Jaqueline voltaram para o Brasil e oficializaram a união em outubro de 2009. Feliz na vida pessoal, o reflexo também tem vindo dentro de quadra para os dois. E espera que siga assim por muito tempo.
(Foto: Marcelo de Jesus / GLOBOESPORTE.COM)
O discurso de Murilo está alinhado com o de Bernardinho, que pela quinta vez subiu ao palco para receber o prêmio de melhor treinador. O desafio traçado para 2011 é a vaga olímpica, mas ele sabe que as cobranças por triunfos serão ainda maiores.
- Este ano foi de grande pressão e grandes conquistas. A mudança era necessária e as peças foram se encaixando. Se vai ser ou não uma geração vitoriosa como a outra, isso só o tempo vai dizer. E as pessoas vão esperar mais vitórias. Mas é isso que traz motivação de nos fazer focar sempre na próxima competição - disse Bernardinho, dividindo seu prêmio com o grupo.
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