Craque da rodada, Anselmo busca motivação na superação do filho
Atacante do Atlético-GO revela que dificuldade motora do primogênito tirou seu foco dos gramados: 'Chegou o momento do recomeço', diz o jogador
A dificuldade motora de Gregori se deu por falta de oxigênio no cérebro durante o parto. Houve um erro médico no cálculo do tempo que ele precisaria ficar na incubadora, por isso o menino teve uma lentidão no desenvolvimento da perna, diagnóstico feito apenas quando ele já tinha dois anos. Anselmo acredita que a lesão do filho foi determinante para seu baixo rendimento nos clubes pelos quais passou em seguida, como Vasco e Avaí.
- Eu vinha muito bem, estava tudo caminhando para dar certo. Mas quando soube o que ele tinha, não conseguia mais me concentrar. Minha mulher ainda estava grávida, tinha que dar forças a ela também. Só pensava neles. Era muito difícil - lembrou.
De volta à casa goiana
Em 2010, Gregori, hoje com sete anos, passou por uma cirurgia de alongamento do tendão e mostrou bons resultados após o tratamento em Ribeirão Preto (SP), onde foi morar com a mãe e a irmã. Longe da família, no Halmstads BK, da Suécia, Anselmo percebeu que não adiantava lutar contra o que estava sentindo e achou melhor recusar a proposta de disputar a quarta temporada pelo clube.
- Tive a chance de ficar na Suécia, mas achei que era o momento de voltar. Eu tinha necessidade de estar próximo da minha família, sentia falta de tudo, deles, do clima brasileiro. Não ia aguentar ficar mais tempo longe do meu filho - afirmou.
No retorno ao Brasil, o destino foi o Botafogo-SP. Pelo clube, marcou nove gols no Paulistão, ficando a apenas dois dos artilheiros, Liedson (Corinthians) e Elano (Santos), apesar da 13ª colocação do time no campeonato.
Em maio, Anselmo voltou ao Atlético-GO e reencontrou um antigo amigo: Paulo César Gusmão, técnico do Dragão e que o treinou no Palmeiras, em 2003, em sua primeira experiência como profissional.
Quero que o Atlético-GO seja a minha casa"
Anselmo
No Atlético-GO, Anselmo também achou a tranquilidade que procurava para treinar. A equipe médica do clube se dispôs a ajudá-lo com o tratamento do filho e está fazendo um acompanhamento de fisioterapia com o menino. Depois da boa recepção, o atacante diz que só tem a agradecer. Como? Com mais gols.
- Quero que o Atlético-GO seja a minha casa. O time não esconde de ninguém que o primeiro objetivo neste ano é permanecer na Série A. Mas, se deixarem, vamos subindo. Para mim, o que posso dizer é que vou procurar finalizar bem em todas as oportunidades. Vou incomodar. Chegou a hora - concluiu.
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