Oleg: ‘Ginástica brasileira evoluiu. Há dez anos, não sabiam nem dar mortal’
Técnico, cujo trabalho é mais reconhecido no Brasil do que na Rússia, conta os motivos que o fizeram voltar ao país para comandar projeto em Curitiba
para difundir a ginástica no país (Foto: Divulgação)
Após três anos treinando a seleção juvenil da Rússia, encontrou em sua volta uma realidade bem diferente.
- A ginástica brasileira evoluiu bastante. Quando chegamos (ele e a esposa Nadja Ostapenko), as meninas não sabiam dar mortal ou abrir espacate. Não sabiam nada. Agora, meu Deus! Elas têm estilo e técnica. Estão muito melhores – confessou Oleg.
Os elogios não se restringiram às atletas. Os treinadores também foram mencionados.
- Eles cresceram muito. Aprenderam mais do que poderíamos imaginar – completa o ucraniano.
O susto talvez se deva ao pequeno contato que tiveram com as ginastas durante o período em que estiveram na Europa. Segundo Nadja, eles não acompanharam o trabalho que vinha sendo feito aqui desde 2008 e só tiveram contato com a seleção brasileira em uma ocasião.
- Não mantivemos contato os atletas. Nos encontramos numa etapa da Copa do Mundo, em Moscou. Demos as boas-vindas e só.
Porém, com Vicélia Florenzado e Eliane Martins, as conversas foram frequentes. Em nenhum momento, as dirigentes aceitaram sua saída.
- Falávamos por Skype direto com eles. Oleg tinha contrato com a Rússia, ganhava tudo por lá, e pensávamos que não voltaria. Mas enviamos conselheiros do LiveWright (grupo de empresários que apoia a ginástica brasileira e pagará os salários da dupla) várias vezes para a Europa. Eles apresentaram o projeto ao Oleg – revela Eliane, coordenadora do Centro de Excelência de Ginástica, em Curitiba.
A Nadja já me falou que ele é mais famoso no Brasil do que na Rússia"
Eliane Martins, coordenadora do CEGIN
- Quando a Eliane nos ligou e perguntou se o Oleg gostaria de trabalhar com meninas de 11, 12 anos. Na hora, ele disse: “Quero! Quero! Quero!” – conta Nadja, arrancando um sorriso do marido.
Por fim, um terceiro elemento foi determinante para a volta de Oleg: o reconhecimento do seu trabalho pelos brasileiros.
- A Nadja já me falou que ele é mais famoso aqui no Brasil do que na Rússia. Lá, ele é um bom treinador, mas existem vários como ele. Já existe uma tradição. Aqui ele é muito valorizado por um quinto lugar no mundial – conta Eliane.
Com tantos pontos favoráveis, o casal Ostapenko pensa em repetir o sucesso da primeira passagem.
- Gostamos do projeto. Temos ainda mais vontade de trabalhar e ganhar medalhas para as atletas brasileiras. O resultado é importante. E resultado significa medalha – finaliza Nadja.
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