Campeão pelo Fla, Álvaro admite alcoolismo: 'Passei dos limites'
Hoje no Vila Nova-GO, zagueiro revela que abandonou a carreira por seis meses para se tratar e não bebe há mais de um ano
O álcool sempre fez parte do cotidiano de Álvaro. A convivência com os pais e familiares fizeram da bebida algo comum na vida do jogador. Quando morou na Espanha, passou a ter o hábito de tomar vinho durante as refeições, algo típico da cultura local. Até então, era uma rotina sob controle e sem problemas.
Seis meses após o título nacional, a diretoria carioca propôs a renovação de contrato, mas Álvaro rejeitou e abandonou o clube.
- Falaram que larguei o treinamento e fui embora. Outros falaram que o Flamengo me mandou embora. Nada disso. Eu tinha um contrato na mesa para renovar e não aceitei. Eu estava sofrendo com aquele problema e já tinha perdido o controle da situação. Eu fiz os meus pais e filhos sofrerem bastante - desabafou o jogador.
Após tantos transtornos, Álvaro reconheceu o problema e interrompeu a carreira de jogador em junho de 2010.
- Era o momento de parar. Pensei comigo e falei: Não, não, eu preciso me cuidar. Preciso me tratar porque eu estou doente e estava realmente me levando para a morte mesmo. Eu dou graças a Deus porque eu tive tempo de me recuperar e estou recuperado. Muitas pessoas não têm essa oportunidade.
Na base de tratamento com psicólogos e orações, Álvaro conseguiu abandonar o vício e disse que não ingere uma gota de álcool há um ano. Porém, o defensor disse que a luta é contínua, sem tréguas.
- O alcoolismo é uma doença que não tem cura, você tem de trabalhar em cima dela dia a dia e, graças a Deus, hoje eu estou recuperado.
A história de Álvaro lembra a situação enfrentada pelo ex-jogador Sócrates, que foi internado duas vezes nos últimos meses. Álvaro preferiu não comentar sobre o craque da seleção brasileira de 1982.
- Cada caso é diferente. Algumas pessoas conseguem ter o controle. Não era o meu caso.
Mudança de filosofia
Aos 33 anos, Álvaro acredita que o futebol brasileiro precisa repensar algumas atitudes, principalmente no tratamento aos jogadores mais jovens, que são tratados como mercadoria.
- Eu acho que o Brasil em si está pouco preparado. Os dirigentes estão pensando muito na questão de empresa. Hoje, você vê jogadores de 13, 14 anos, ganhando grandes salários e com contratos. É errado. Esses jogadores precisam de uma preparação diferente para assimilar bem quando chegar o momento de fama e de grandes salários - concluiu o zagueiro do Vila Nova.
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