Exausta, Pâmella Oliveira resiste e leva o bronze no triatlo: 'Estou cheia de dor'
Brasileira, que chegou a liderar boa parte da disputa, desaba após o fim da prova e precisa receber atendimento médico. Americana leva o ouro em Puerto Vallarta
- A última parte da corrida foi muito dura. Na chegada, achei que ia desabar direto, mas consegui gritar. Foi um grito de desabafo, de alegria. Grito para quem duvidou, para quem torceu. Estava exausta, mas muito feliz.
Após a prova, Pâmella foi atendida pela equipe médica da organização. Ficou deitada, descansando e repondo os líquidos perdidos. Já recuperada, no entanto, a dor seguia ali.
- Fiquei na recuperação. Senti náuseas, tonteira. Tive que ficar deitada. É a reação normal do corpo. Mas ainda estou cheia de dor. Não estou conseguindo ficar em pé - disse a triatleta, rindo.
Durante os problemas que enfrentou no percurso, Pâmella só pensava em subir ao pódio.
- Passa tudo na nossa cabeça. Nas Olimpíadas, no Pan, quem entra para a história são os que ganham as medalhas. Eu queria muito fazer parte dessa história. Por isso, tentei o máximo.
(Foto: João Gabriel / Globoesporte.com)
Sobre as duas rodas, Pâmella teve problemas no início. Logo ao subir na bicicleta, a brasileira sofreu com os pedais e reclamou. Ao som de alguns xingamentos, ficou um pouco para trás em relação às americanas, mas logo tirou a diferença. Em alguns momentos da disputa, Pamela chegou a liderar o trio, mas se poupou para a corrida. Flavia vinha um pouco atrás, em quinto lugar.
Nos primeiros passos em terra, Pâmella assumiu a ponta. A triatleta deixou as duas americanas para trás logo no início da transição do ciclismo para a corrida e começou o percurso de 10km à frente do trio dianteiro, que seguia tranquilo, com mais de quatro minutos de vantagem sobre o segundo pelotão.
Sarah Haskins, porém, logo fez a ultrapassagem e passou a não tomar conhecimento da brasileira. No fim da segunda volta, a diferença da americana para a brasileira, que sofria com cãibras, era de mais de 1m30s. Àquela altura, Pâmella já era ameaçada pela canadense Kathy Tremblay e pela chilena Barbara Rivero, enquanto McLarty, que chegou a liderar, estava em queda livre.
Na última volta, Pâmella resistiu o quanto pôde. O cansaço, porém, foi brutal. Apesar do esforço, a brasileira foi superada por Barbara Rivero e cruzou a linha de chegada em terceiro lugar. Na sequência, deu um grito, deu dois tapas nas pernas e desabou, tendo que ser atendida pelos médicos. Pouco depois, a equipe afirmou que a triatleta passa bem, apenas exausta, sem nenhuma gravidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário