Meu Jogo Inesquecível: Minotauro vai às ruas comemorar gol de Sorato
Lutador, que é patrocinado pelo Internacional, fala sobre idolatria a Dinamite e escolhe final do Brasileiro de 1989, contra o São Paulo, como partida favorita
- Sou vascaíno desde criança. Meu irmão mais velho gostava muito do Vasco e isso me influenciou a torcer para o time. Nós, que somos do interior da Bahia, não tínhamos um time tão forte na cidade, então todo mundo torce para Vasco, Flamengo, Corinthians, São Paulo...
- O Dinamite foi o cara que mais me atraía a torcer para o Vasco. Naquela época áurea, existia aquela disputa entre Zico e Roberto Dinamite. Já mais velho, com 18 anos, tive a oportunidade de conhecê-lo por meio de um amigo, o Ricardo Ibório, que era meu treinador e me apresentou a ele, e o achei muito simpático. Ele já veio na minha academia (Team Nogueira, no Recreio dos Bandeirantes) e assistiu aos treinos. Inclusive, o Amauri Bitteti, que é um treinador nosso, é casado com a sobrinha dele. Então, eles são muito amigos.
Mas Dinamite não fez parte do jogo que mais marcou o torcedor Minotauro. Depois de voltar ao Vasco após passagem frustrante pelo Barcelona, o ex-atacante se transferiu para a Portuguesa, em vista de disputar o Campeonato Brasileiro de 1989. E foi exatamente nesse ano que o clube carioca conquistou o seu segundo título nacional. O lutador se recorda plenamente da partida final, entre São Paulo e Vasco, no Morumbi, que terminou com o placar de 1 a 0 para o clube carioca, gol de Sorato, e até da comemoração após a conquista mais significativa da equipe na década de 1980:
- Eu me lembro muito bem de quando o Vasco foi campeão brasileiro em 1989, contra o São Paulo, e o Sorato fez o gol. Foi um jogão, o adversário vinha como favorito. Foi o jogo que mais me marcou. E lembro que foi um sufoco, uma partida dura e truncada, mas o Sorato fez o gol e fomos campeões. Na cidade onde eu morava, Vitória da Conquista, todo mundo foi para as ruas. Eu e meus amigos que torciam para o Vasco saímos para comemorar, foi muito bacana. Lá tem bastante torcedor do Vasco, é meio a meio com o Flamengo.
- Torcida organizada vai a todo jogo, é a força que o time tem, mas em prol de ajudar. Quando é para brigar com outra torcida, não tem nada a ver, né? Nunca tive ligação com torcida organizada. Todas as vezes em que fui ao estádio fiquei lá em cima (de camarote), de burguês (risos). Nunca fui para a guerra (arquibancada), mas morro de vontade de entrar lá. Cheguei no Japão, tinha um time de Tóquio onde um amigo jogava. Eu sempre ia na torcida do time, levantava a bandeira, era bem bacana.
Mesmo com o Vasco na briga por mais um título do Campeonato Brasileiro, Minotauro revela que não tem mais tempo de ir ver o time no estádio. Ainda mais agora, devido ao patrocínio do Inter. Mas ele garante que nunca deixou de acompanhar o "trem-bala da Colina":
- Já fui a São Januário várias vezes, mas faz uns dois anos que não vou. Não tenho conseguido conciliar. Até depois que o Dinamite assumiu não consegui mais ir. Mas continuo acompanhando sempre que eu posso. Acompanhei no rebaixamento também, tem que ser nas vitórias e no sofrimento. Graças a Deus voltamos com tudo, e neste ano ganhamos o título da Copa do Brasil, que foi um jogão.
Com o MMA em plena ascensão, o peso-pesado se arrisca a dizer que o esporte já é o segundo na preferência dos brasileiros. Um dos pontos altos em 2011 foi exatamente o UFC Rio, em agosto, quando Minotauro protagonizou momentos emocionantes ao nocautear o americano Brendan Schaub. Para ele, as artes marciais misturadas proporcionam ao país um alto número de ídolos:
Rodrigo Minotauro se prepara para viver uma semana das mais empolgantes. Se o Vasco pode ser pentacampeão brasileiro neste domingo, ele próprio pode conquistar mais uma vitória na carreira. No sábado da próxima semana, dia 10 de dezembro, o Rocky Balboa brasileiro encara no UFC 140, no Canadá, o americano Frank Mir, para quem perdeu há praticamente três anos. E, desta vez deixando o futebol de lado, ele terá não só a torcida dos vascaínos e colorados, mas de todos os brasileiros.
Gilmar, Netinho, Adilson, Ricardo Rocha e Nelsinho; Flávio, Bobô e Raí; Mário Tilico, Ney e Edivaldo (Paulo César Cruvinel). | Acácio, Luís Carlos Winck, Quiñonez, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio Boiadeiro e Bismarck; Sorato, Bebeto e William. |
Técnico: Carlos Alberto Silva. | Técnico:: Nelsinho Rosa |
Gol: Sorato, aos 5 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Acácio, Zé do Carmos e Luís Carlos Winck. | |
Data: 16 de dezembro de 1989. Local: Morumbi. Competição: Campeonato Brasisileiro (final). Árbitro: Wilson Carlos dos Santos. Público: 71.552. |
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