Willian José dribla timidez, vibra com boa fase e faz planos para o futuro
Em entrevista exclusiva, atacante conta que foi difícil se adaptar a São Paulo, fala que trará namorada de Alagoas e quer se casar no fim do ano
A fala continua baixa, as frases são curtas e o sorriso demora para aparecer. Mas, aos poucos, na conversa que teve com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o atacante de 20 anos conseguiu se soltar. Conversou sobre seu momento no São Paulo, lembrou das dificuldades de adaptação no início e revelou até alguns planos para o futuro. Além de querer renovar seu contrato, que vence em dezembro, o atacante disse que ficará noivo de sua namorada, Ana Carolina, que mora em Porto Calvo (AL) e que a trará para São Paulo para casar no fim do ano.
GLOBOESPORTE.COM – Esta segunda-feira é completamente diferente para você. Como está lidando com isso?
Willian José – Não estou acostumado com tudo que fiz hoje. Foram muitas entrevistas e nunca fico à vontade. Mas estou feliz porque mostra que estou trabalhando para buscar o meu espaço. Ontem, assim que cheguei em casa, acessei a internet para ver os meus gols. Hoje, quando voltar, espero que alguém ainda fale dos meus gols para que eu possa curtir (risos).
É impossível não perceber a sua timidez para conversar.
É algo muito difícil para mim. Quando cheguei ao São Paulo, nunca tinha dado entrevista na minha vida. E, na coletiva aqui, é muita gente olhando, várias câmeras, não tem como ficar tranquilo. Mas sei que isso faz parte da rotina de um jogador de futebol. Tenho de me preparar porque quero continuar marcando muitos gols e ajudando a equipe.
Não foi fácil perceber que eu treinaria e jogaria com caras que eu estava acostumado a ver pela TV"
Willian José
Sem dúvida. Atacante, quando não faz gol, é ruim demais. A cobrança aumenta, o torcedor passa a desconfiar. Estava triste no ano passado, mas botei na cabeça que tentaria fazer algo diferente em 2012. E finalmente tudo está acontecendo. Agora é aproveitar as oportunidades e manter o embalo.
Até o jogo contra o Guarani, você estava há quase um ano sem marcar. Com quem conversava para tentar assimilar a pressão?
Os companheiros me ajudaram bastante, em especial o Lucas e o Rhodolfo. O Milton Cruz (auxiliar técnico) também conversava muito comigo. O grupo sempre me deu força porque sabe do que sou capaz. É difícil quando você não tem muitas oportunidades. Além disso, a adaptação aqui no São Paulo não foi fácil, encontrei uma realidade totalmente diferente da que estava acostumado.
Como foi sua chegada a São Paulo?Assustou bastante. Eu saí de um time pequeno e vim para uma equipe grande, que é conhecida mundialmente. Morava sozinho em Prudente e vim sozinho para São Paulo. Hoje, moram comigo meu irmão e a esposa dele. Isso ajudou. Outra coisa que complicou muito no início foi o trânsito. Nunca na minha vida eu havia pego tráfego para chegar ao treino. Moro no Sumaré, que é do lado do CT. No começo, cheguei atrasado em alguns treinos porque calculava um tempo que nunca era suficiente para ir até o treino, apesar de morar muito perto.
Em poucos meses, sua realidade mudou radicalmente.Demais. Não foi fácil perceber que eu passaria a treinar e jogar com caras que eu estava acostumado a ver na televisão. A estrutura do São Paulo, para quem nunca viu nada parecido, impressiona e assusta. Mas. hoje, posso dizer que estou muito feliz e que as coisas finalmente estão saindo como o planejado.
virá para São Paulo (Foto: arquivo pessoal)
E como faz para namorar à distância?Não é fácil, mas a gente dá um jeito. Sempre que posso, vou para lá e ela faz o mesmo. Mas isso vai acabar. Esse ano ela vem morar comigo. No mês que vem, vamos ficar noivos e, no final do ano, vamos casar. Ela vai continuar estudando aqui, vamos procurar transferir a matrícula dela para alguma faculdade aqui da capital.
O Luis Fabiano teve alguma conversa com você para lhe deixar mais tranquilo? Não deve ser fácil substituir um dos grandes ídolos da torcida.Sem dúvida, o Luis Fabiano tem história aqui. Mas ele ajuda bastante. Eu me lembro que no dia anterior ao jogo contra o Guarani, estávamos todos tomando lanche no CT quando ele veio até a mim e falou para todos: “nesse aqui, eu confio”. Em campo, consegui marcar um gol e ajudar o time. Quero buscar o meu espaço, mas logo o Luis estará de volta para nos ajudar.
Fale um pouco da sua história no futebolEu comecei com 15 anos no infantil do CRB. No ano seguinte, vim a São Paulo para fazer testes e tentar a sorte. Primeiro, fiquei treinando na equipe profissional do Osvaldo Cruz. Na sequência, fiz teste no Grêmio e não passei. Fui para Campinas e fiquei 15 dias na Ponte. Também não tive sucesso. Após ficar algum tempo parado, fui para o Barueri, que depois virou Grêmio Prudente, e hoje estou no São Paulo.
Penso que o melhor para a minha carreira é ficar no São Paulo"
Willian José
Quais seus planos para o futuro? Já pensa na Europa?Ainda não. Meu contrato com o São Paulo vence em dezembro deste ano e quero renovar, ainda tenho muito o que fazer aqui e retribuir o carinho que o clube me deu na minha chegada. Penso que o melhor para a minha carreira agora é ficar.
Apesar de o time enfrentar o Comercial, quinta-feira, no Morumbi, é impossível não falar do clássico de domingo, contra o Corinthians. Será o seu primeiro como titular. O que passa pela sua cabeça?Lembro do jogo passado, quando perdemos por 5 a 0. Foram dias difíceis depois, o nosso torcedor cobrou bastante. Será um jogo muito difícil. Agora, no entanto, minha cabeça só pensa no Comercial.
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