CBF pede coragem a árbitros e libera expulsão em comemoração ofensiva
Em circular, comissão de arbitragem fala em “covardia” na expulsão de um atleta de cada time em confusões e pede cuidado na análise de simulações
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Confira aqui a íntegra da circular
Em sua introdução, o texto argumenta que a ideia é que o coletivo prevaleça sobre o individual na arbitragem brasileira. O documento tem 15 pontos, com orientações das mais diversas: do braço a usar nas sinalizações até os termos usados na súmula; da proibição do uso de joias ao cuidado com o momento de encerrar a partida.
Em um dos pontos, o texto adverte que comemorações de gol precisam ser analisadas com cuidado. Se houver ofensa ao adversário, o árbitro precisará agir (o vídeo abaixo tem um exemplo: mostra atletas do Londrina apontando um estilingue à torcida do Arapongas).
- Os árbitros devem observar se a comemoração tem objetivo de zombar do adversário ou, especialmente, da torcida contrária. Em caso positivo, o infrator deve ser punido, no mínimo, com cartão amarelo – diz o texto.
- É um cuidado que a Fifa tem, para a provocação não passar para fora de campo. Em um superclássico argentino, com uma torcida só, o Tevez fez um gol e imitou uma galinha. O árbitro aplicou o vermelho direto para ele – comentou Gaciba.
Em alguns momentos, o documento eleva o tom nas recomendações aos árbitros. Em um dos itens, o hábito de expulsar um atleta de cada equipe em uma briga generalizada é chamado de covardia.
- Nas situações de confronto em que um jogador empurra o outro e é golpeado com força excessiva, somente o que golpeou merece ser expulso. A filosofia de solução do problema com expulsão de ambos é covarde e diminui a autoridade do árbitro – diz o texto.
Gaciba concorda com a determinação. O comentarista de arbitragem acredita que o recado pode coibir a acomodação.
- De repente, é para acabar com o sistema antigo de se escolher dois, um de cada lado, e expulsar os jogadores. Hoje em, dia, é possível perceber que às vezes somente um jogador provoca a confusão. O árbitro não pode se esconder atrás deste sistema.
O texto também dá liberdade ao árbitro para analisar, antes de aplicar um cartão, a consequência da infração cometida. No caso de um jogador machucado, o juiz deve observar se ele sofreu uma lesão grave. Se sim, a punição ao agressor será maior.
- Eu nunca tinha visto esta orientação. Acho um pouco arriscada. Às vezes, um jogador quebra a perna do adversário sem ter essa intenção – opinou Gaciba.
Outra questão destacada pela circular é o exagero nos cartões aplicados em lances de suposta simulação de atletas. O texto prega que só deve ocorrer punição quando houver "acinte e clareza na simulação".
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