Eurico diz que dívida com Romário disparou: 'Coisa de mau pagador'
Segundo ex-presidente do Vasco, atual gestão parou de pagar ex-atacante em 2008, fazendo a dívida subir de R$ 15 milhões para R$ 58 milhões
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(Foto: Gustavo Rotstein/Globoesporte.com)
Ele acusa a atual gestão de má pagadora por ter se recusado a continuar honrando a dívida e permitir que ela subisse para o valor cobrado por Romário.
- Quando você não paga uma divida, tem uma multa. E se entrar em juízo tem mais honorários advocatícios, cláusulas penais que estão em contrato. Deixaram que uma dívida que era na época de R$ 14 milhões, ou com alguma correção ou outra de R$ 15 milhões, virar hoje R$ 58 milhões, e é uma dívida que é líquida e certa. Nós temos aí a história do mau pagador. Eles alegaram que não tem documento, aí os advogados apresentaram os documentos, e agora começaram a duvidar das assinaturas. Isso é negócio de mau pagador, o cara que não quer pagar. Essa administração está cometendo um crime de lesa-Vasco, porque como escapar não tem. O prejuízo que deram ao clube não tem reparação - disse o ex-presidente em entrevista à Rádio Tupi.
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A decisão da Justiça
concede a Romário a penhora, em caso de negociação, de 5% dos direitos
econômicos de quatro jogadores: Dedé, Fellipe Bastos, Eder Luis e
Nilton. Além disso, outras cotas do patrocinador master também devem ser
suspensas para pagamento ao deputado federal. O Vasco promete recorrer.
Segundo Eurico, o acordo era de conhecimento de todos os poderes do
clube:- O balanço foi aprovado no fim de 2008, e reconhecida a dívida. O conselho se reuniu, e em 2009 tiraram do balanço na caneta essa e mais outras dívidas. As que eles acharam que não deviam pagar, tiraram na caneta, como se pudessem fazer isso.
O atual presidente do Vasco, Roberto Dinamite, afirmou mais uma vez que a dívida não é reconhecida por falta de documentação que a comprove. E disse que o clube vai recorrer da decisão favorável a Romário.
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
Os detalhes do acordo, segundo Eurico
Eurico diz ter documentos que comprovam tudo o que afirma, acrescentando que não apresenta a sua versão, mas os fatos, e detalha como foi o processo do acordo com o então atacante:
- O Romário assinou um primeiro contrato com o Vasco em dezembro de 1999, de dois anos, que foi cumprido em 2000 e 2001. Depois foi feito um novo, de seis meses, em 2002. Havia o contrato de imagem da empresa dele, a Romário Sports, além do contrato de carteira, que é registrado na CBF. Além da importância mensal, havia também as premiações, que eram por conquistas etc. O Romário teve uma fase muito vitoriosa, foi campeão em 2000 da Mercosul, todos se lembram do jogo com o Palmeiras, e campeão brasileiro. Aí acumulou-se, mas o Romário sempre foi muito compreensivo neste ponto. Ele nos procurou por volta de março de 2004 e perguntou como íamos resolver a dívida. Ficou acertado que a dívida, que era de R$ 22,498 milhões, seria paga com correção de juros pequenos, pelo IGP-M, que era o índice mais baixo na época, em 150 parcelas (cerca de R$ 150 mil, cada uma).
(Foto: Marcelo Baltar / Globoesporte.com)
- Ficou acertado, então, que as parcelas seriam pagas todo mês com o valor proveniente dos direitos de TV, no Clube dos 13, por intermédio do Fábio Koff, que era o presidente na época, assumindo o compromisso de descontar todos os meses. E efetivamente isso passou a ser feito, sendo debitado nas contas correntes do Vasco todos os meses. E foi sendo assim até junho de 2008, quando saí da administração do clube. Mas a primeira coisa que fizeram quando assumiram foi enviar um expediente para o Clube dos 13 para não descontar mais. E não descontou.
Eurico ressalta que os valores pagos da dívida com Romário foram lançados nos balanços do Vasco de 2004 a 2008:
- Esses balanços não são balanços que se fabricavam na esquina. Eram publicados e aprovados pelo conselho, com conhecimento pleno. Mais ainda, quando essa administração assumiu, no ano de 2008, quando fizeram só seis meses, publicou o balanço e foi aprovado. O Romário então peitou por diversas vezes para se fazer um acordo, mas eles empurraram para lá e para cá, então ele se viu compelido a entrar em juízo. Só que as pessoas fingem desconhecer. Pior, foi insinuado que isso foi um negócio, como se fosse um conluio, uma fraude. Chegaram a insinuar que o acordo visava a beneficiar a mim, que estaria levando algum nisso. Mas como se pode forjar uma dívida dessa?
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