Alecsandro diz só ouvir proposta com 75% de chance... e após meio-dia
Atacante garante desejo de permanecer no Vasco, mas admite ouvir ofertas e lamenta queda da equipe após eliminação da Libertadores
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Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Alecsandro deixa claro que sua intenção é permanecer no Vasco em 2013, mas diz ter recebido duas propostas concretas - uma de um clube brasileiro e outra de um clube do Oriente Médio - e está atento às movimentações do mercado. Ao mesmo tempo, garante confiar no esforço da diretoria para dar fim à crise econômica que coloca em risco sua permanência e a de outros jogadores.
- Como não trabalho com a mentira, admito que a possibilidade de sair existe. Sei que estou no mercado, que tenho minha valorização. Mas a realidade é que tenho mais um ano de contrato com o Vasco e espero cumprir. Quero ficar, até porque a diretoria já me mostrou que o planejamento do clube é com o Alecsandro à frente do ataque. Fico feliz por saber que a camisa 9 vai continuar a ser minha - disse.
GLOBOESPORTE.COM: Qual sua impressão sobre o ano de 2012 do Vasco?
Alecsandro: Em termos de grupo, lógico que não conquistamos nosso objetivo principal. Terminamos o Brasileiro em quinto, a primeira colocação depois daquela que era a nossa meta. Nada disso estava programado, porque queríamos lutar pelo título e chegar novamente à Libertadores. Acho que deixamos passar uma boa oportunidade de voltar a essa competição. Mas a minha avaliação geral é positiva, pelas circunstâncias. Assim como nosso torcedor, nós somos exigentes. Então, se não conquistamos esse objetivo, não foi por falta de esforço ou culpa de alguém.
Em termos pessoais, qual é sua avaliação da temporada?
Quando eu tinha seis gols no Brasileiro, disse que pela sequência que vinha tendo brigaria pela artilharia, pois imaginava que o goleador faria de 20 a 23 gols. Foi o que aconteceu, o Fred terminou com 20 gols. Minha avaliação pessoal é positiva, mesmo ficando nove rodadas sem fazer gol e sofrendo duas lesões no fim. Terminar a temporada com 26 gols foi bom, levando em consideração que outros centroavantes como Fred (30), Barcos (28) e Luis Fabiano (31) tiveram números semelhantes. De repente, se não tivesse me machucado, poderia ter disputado mais três ou quatro partidas e aumentado minha marca pessoal.
Você foi um jogador frequentemente visto em campo em 2012, mas teve problemas físicos na reta final. O corpo pagou a conta pelo excesso de jogos?
O Vasco teve um primeiro turno de Brasileirão excelente, com mais de 80% de aproveitamento. Que momento você identifica como o início da queda de rendimento do time?
O Vasco tinha um time, uma boa estrutura. Diretoria, jogadores e torcida vinham andando juntos até a eliminação da Libertadores. Depois daquela derrota para o Corinthians, da forma frustrante como aconteceu, começou uma queda. Ela não foi aparente, ainda nos seguramos nas rodadas seguintes do Brasileiro. Mas num todo a desclassificação refletiu na venda de jogadores, na falta de patrocínio, na saída do treinador... Aquele jogo acabou nos trazendo prejuízos que aparecerem algumas semanas à frente.
Durante a Libertadores o ambiente interno era melhor do que neste fim de ano?
Na Libertadores também havia atraso de salários, mas o objetivo era maior do que tudo. Sabíamos que com as vitórias os patrocínios apareceriam e as coisas se resolveriam. Quando saímos, tudo teve um desfecho ruim. O clube precisou se desfazer de alguns dos seus melhores jogadores. Mas em nenhum momento culpo o presidente. Convivo com ele e sei as dificuldades que passa. Era impossível não ocorrer a negociação de atletas.
E já chegou ao limite a sua paciência e a dos demais jogadores com o atraso de salários?
Em mais da metade dos jogos atuei no meu limite, e isso é o que faço na minha carreira."
Alecsandro
Está otimista em relação às perspectivas para o ano que vem?
Com essas dificuldades, claro que existe a possibilidade de alguns jogadores saírem. Podem ocorrer contratações, mas é mais difícil. O primeiro passo é montar a diretoria com profissionais que podem trazer bons frutos para o Vasco. Não se constrói um prédio pela cobertura. Primeiro precisa ser feita a base. Com certeza teremos uma resposta positiva, então esse meu limite vai se estender por mais um tempo.
Qual a sua expectativa em relação ao elenco do Vasco para 2013? Do jeito que está, a equipe começa o ano que vem enfraquecida?
Se formos pensar no elenco, vamos começar abaixo em comparação a 2012. Mas ainda há um mês para contratações. Lógico que esperamos começar bem o ano, mesmo com as dificuldades que ainda vão existir em janeiro. De qualquer maneira, o Vasco precisa fazer um grande Carioca, porque com bons resultados, de uma forma ou de outra, você consegue melhorar o extracampo. Vamos brigar pelo título estadual para começarmos o ano da melhor forma. Muitos não dão importância, mas o Carioca já derrubou muito treinador e já mandou muito jogador embora.
E você? A expectativa é cumprir o contrato que termina no fim de 2013?
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Dessa forma, vai ser possível estar completamente relaxado nas férias?
Não dá para desligar completamente. Leio muita coisa pela internet. Mas vou viajar, dar atenção à família e descansar. Tenho um acordo com meu procurador que, em termos de proposta, ele me passe somente o que tiver no mínimo 75% de possibilidade de acontecer. Nada abaixo disso ele me passa, porque o que mais tem no mercado é gente querendo ganhar dinheiro e oferecendo o jogador a qualquer clube. Pelo mercado, acredito que possa receber algumas ligações dele, mas só depois do meio-dia (risos).
E existe alguma negociação que está no mínimo nesse patamar de 75%?
Existem duas situações, uma do Brasil e outra do exterior, que o meu procurador já comunicou à diretoria do Vasco. Uma, o Vasco descartou num primeiro momento. Ela seria boa para mim, mas não seria viável para o Vasco. Tenho que respeitar. Estou bem tranquilo, porque meu principal objetivo é ficar aqui e fazer 50 gols pelo clube - hoje estou com 39.
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