Sinalizadores, querosene e protestos: o palco da tragédia três dias depois
Estádio Jesús Bermudez continua com lembranças do jogo entre Timão e San José. Polícia reconhece falha na revista para vetar artigos pirotécnicos
137 comentários
Jesús Bermudez, em Oruro (Foto: Diego Ribeiro)
Alguns restos de artefatos pirotécnicos foram encontrados, mas um deles chamou a atenção por estar quase intacto. Um sinalizador descartável, bem menos potente do que o utilizado pela torcida do Corinthians, tinha as inscrições “Football Torch” (Tocha para futebol), deixando bem claro qual seria a indicação de uso do objeto.
Apesar de oferecer bem menos perigo do que os modelos utilizados pelos corintianos, a entrada de diversos sinalizadores vai de encontro ao que dizia a polícia boliviana – que a revista foi muito bem feita, e que a entrada desse tipo de objeto se deu por acidente. O major Antenor Mendrano, da Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen, reconheceu que houve falha na fiscalização.
O major também lamentou a presença do galão de querosene, que serviu para acender o mosaico da “La Temible”, que pegou fogo durante quase 10 minutos. O procedimento utilizado foi simples: o nome da torcida foi formado com pedaços de jeans e molhado com o querosene, altamente inflamável. Bastou um fósforo para acionar o mosaico.
do estádio neste sábado (Foto: Diego Ribeiro)
Além dos objetos pirotécnicos, havia muita sujeira nas arquibancadas. Entre os artigos mais curiosos, dois cartazes de protesto à mudança de nome do aeroporto local, que agora se chama Evo Morales, atual presidente da Bolívia. A população de Oruro quer que o nome original seja reutilizado: Juan Mendoza, responsável pelo início da aviação na Bolívia.
Durante a manhã, o San José treinou no estádio. No entanto, o palco parece abandonado após a tragédia. Curiosamente, o local mais limpo é justamente aquele onde se encontrava a torcida do Corinthians – e de onde saiu o disparo do sinalizador que matou Kevin Beltrán Espada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário