Campeão olímpico e mundial, Zanetti assegura: 'Agora não tem mais dúvida'
Contestado por técnico chinês após
ouro em Londres, brasileiro se credencia como o 'Rei das Argolas' após
título mundial, deixando Yang Liu fora do pódio
Por Amanda Kestelman
Direto da Antuérpia, Bélgica
Arthur Zanetti precisou mais do que da força de seus braços para
conquistar o título mundial
na manhã de sábado. O fato de ser o atual campeão olímpico das argolas
rendeu o posto de homem a ser batido, além da pressão de se manter no
topo. A força psicológica, então, fez a diferença. Por mais que esteja
quase sempre com um semblante tranquilo, o ginasta de São Caetano
confessa que, na Antuérpia, o peso foi maior. E isso tornou a conquista
saborosa - diante do rival chinês Yang Liu, que acabou fora do pódio.
Ainda mais depois do episódio polêmico na conquista do ouro inédito nos
Jogos de Londres, no ano passado, quando Zanetti teve sua
apresentação contestada pelo técnico chinês.
- Foi especial porque entrei muito focado no que tinha que fazer. Tinha
um peso a mais em cima de mim. Mas faço um trabalho psicológico junto
com a parte técnica e segurei bem. Fiz minha parte. Nos treinamentos não
estava sentindo tanto isso, mas aqui foi diferente. Senti que estão
todos me olhando e isso pesa muito. Venho trabalhando minha concentração
há muito tempo para isso - disse o atleta.
Campeão Mundial na Bélgica, Arthur Zanetti vibra com sua apresentação (Foto: Agência AP)
Entre os olhares atentos que acompanharam Arthur Zanetti, estavam os
dos chineses. Quando o brasileiro levou o ouro em Londres, foi
contestado pelo chinês Yibing Chen. Por mais que soubesse de seu
merecimento, usou o Mundial da Bélgica para encerrar qualquer tipo de
dúvida. E viu outro chinês, dessa vez Yang Liu, ficar fora do pódio.
- Com certeza, agora não tem mais dúvida. Se analisarmos os meus
resultados no fim do ano passado, tirei notas acima de 15,800. Assim
como aqui no Mundial. Não tem mais o que ser falado - disse o atleta
brasileiro.
Yang Liu fica apenas em quarto na final das argolas no Mundial da Bélgica (Foto: Getty Images)
Na fase classificatória do Mundial,
o chinês Yang Liu havia conseguido a nota mais alta.
Sua apresentação, inclusive, impressionou Arthur Zanetti e seu
treinador Marcos Gotto, que o consideram mais consistente do que seu
antecessor, Yibing Chen. Para Zanetti, a falha do chinês na saída das
argolas e sua ausência no pódio mostram que a ginástica, de fato, não
pode ser previsível.
Arthur Zanetti posa com sua medalha de ouro ao lado do técnico Marcos Goto (Foto: Ricardo Bufolin / CBG)
- Não sei o que aconteceu com ele. Não dá para entender. A ginástica é
complicada de entender até para nós mesmos. Achei que o chinês foi bem,
mas ele acabou ficando em quarto. Quem eu nem esperava no pódio ficou em
segundo - analisou.
Mais uma vez, Arthur Zanetti aproveitou o momento de glória para pedir
avanços na ginástica brasileira. Neste ano, ele deu declarações fortes
sobre a estrutura de treinamento no país. Na ocasião, ele chegou a
cogitar treinar fora do Brasil
- Espero que tenham um olhar mais voltado para a ginástica. Ainda não
tem nenhum centro de treinamento no Brasil. Precisamos disso. Rio 2016
está aí. Além de ajudar São Caetano, onde treino. Não só a gente, mas
todos os clubes do Brasil.
O Brasil tem mais dois representantes em finais no Mundial da Bélgica.
Neste domingo, Diego Hypolito, quinto colocado no solo neste sábado, e
Sergio Sasaki voltam a disputar medalhas na Antuérpia. Os dois estão na
final do salto, com transmissão do
SporTV e acompanhamento em
Tempo Real do SporTV.COM, a partir das 9h.
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