Sem temer tempestade em Portugal, Slater avisa: "Quero ondas grandes"
Onze vezes campeão mundial, lenda prevê "pranchas quebradas" e garante que fará de tudo para impedir título de Medina. "Sem pressão", brasileiro diz se sentir em casa
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Não é à toa que ele está no topo do mundo do surfe há tantos anos. Vento
de até 100km/h, trovoadas, relâmpagos, raios, granizo e chuva torrencial
provocados por uma tormenta que atingiu a cidade portuguesa de Peniche, no
litoral oeste do país, parecem não abalar Kelly Slater. Onze vezes campeão
mundial, a lenda americana quer mais é ver ondas grandes. Sem se intimidar com
as condições climáticas que ameaçam adiar a penúltima das 11 etapas do Circuito
Mundial de Surfe (WCT), pelo menos, até a próxima sexta-feira, o surfista de 42
anos previu pranchas quebradas e disse que deveria estar no lugar certo e na
hora certa para não sofrer com os perigos do mar em Supertubos. Principal rival
de Gabriel Medina na briga pelo título, ele garantiu que não medirá esforços
para evitar que o brasileiro entre para a história em Portugal.
Medina, de 20 anos, depende apenas de si mesmo para escrever o seu nome na história com o inédito título mundial para o Brasil. Líder do ranking, com 56.550 pontos, o paulista de São Sebastião pode ser campeão se vencer a etapa de Peniche ou até mesmo se terminar em nono lugar, em uma combinação de resultados envolvendo Slater, Mick Fanning, Joel Parkinson e John John Florence. “The Freak” (“A Aberração”) estreia contra Kai Otton, que venceu a competição portuguesa em 2013, além de Jacob Willcox. Kelly, número dois do mundo, com 50.050, enfrenta Matt Wilkinson e Nico Von Rupp. A previsão é de que as condições melhorem ao longo da semana. No entanto, existe uma remota possibilidade de mudança do local da prova, de Supertubos para o pico da Mota, em Belgas, também em Peniche.
Campeão da última etapa do WCT, em Hossegor, na França – vencendo o brasileiro Jadson André na final -, o havaiano John John Florence está acostumado a lidar com mar grande. Nascido e criado no North Shore da ilha de Oahu, ele tem a praia de Pipeline como o quintal de casa, mas confessa que espera que o mar fique mais limpo nos próximos dias.
- Tudo vai depender do ritmo de cada um. Se aumentar o tamanho das ondas e você estiver em um ritmo bom, não terá problemas. Mas espero que o mar fique mais limpo, com ondas grandes e muitos tubos, assim me sentirei em casa (risos). Estou animado para o início do campeonato e confiante, principalmente, depois de vencer na França. Ter perdido a semifinal para o Kelly em Teahupo'o não me deixou nada feliz – disse o havaino de 22 anos, que promete ser um dos principais rivais de Medina no futuro.
Medina é outro que também revelou estar "em casa". Surpreendido logo que desembarcou no aeroporto de Lisboa, capital portuguesa, com um vídeo de boas-vindas, a sensação mundial conta que se sente muito à vontade em Supertubos.
- Esta é a minha terceira vez em Supertubos, gosto muito de surfar aqui e todas as vezes que vim sempre rolaram altas ondas. As condições estão mais difíceis agora, mas estou me sentindo em casa, bem confortável. Ainda estou com a minha família aqui (pais, irmãos e tios), o que me deixa mais tranquilo. É claro que eu sinto aquele friozinho na barriga, a pressão existe, mas achei que fosse ficar mais nervoso. Estou me sentindo muito bem e feliz de estar em Portugal. Queria agradecer a todos pela recepção e pelo apoio que recebi desde que pousei aqui. A surpresa do aeroporto foi bem legal e eu fiquei ainda mais motivado.
O que Medina precisa fazer para ser campeão mundial
- Vencer a etapa independentemente de outros resultados;
- Ser finalista, desde que Kelly Slater não seja campeão;
- Perder na semifinal, e Kelly Slater ou Mick Fanning não vencerem a etapa;
- Cair nas quartas de final, Kelly Slater não chegar à final, e Mick Fanning não vencer a etapa;
- Se for eliminado na quinta rodada, Kelly Slater não passar das quartas de final, Mick Fanning não ser finalista, e Joel Parkinson ou John John Florence não vencer a etapa.
Confira as baterias da 1ª fase em Portugal
1. Taj Burrow (AUS) x Freddy Pattachia Jr. (HAV) x Travis Logie (AFS)
2. John John Florence (HAV) x Jadson André (BRA) x Brett Simpson (EUA)
3. Joel Parkinson (AUS) x C. J. Hobgood (EUA) x Jeremy Flores (FRA)
4. Mick Fanning (AUS) x Sebastian Zietz (HAV) x Raoni Monteiro (BRA)
5. Kelly Slater (EUA) x Matt Wilkinson (AUS) x Nicolau Von Rupp (POR)
6. Gabriel Medina (BRA) x Kai Otton (AUS) x Jacob Wilcox (AUS)
7. Michel Bourez (TAH) x Filipe Toledo (BRA) x Aritz Aranburu (ESP)
8.Adriano de Souza (BRA) x Julian Wilson (AUS) x Alejo Muniz (BRA)
9. Jordy Smith (AFS) x Adrian Buchan (AUS) x Mitch Crews (AUS)
10. Kolohe Andino (EUA) x Miguel Pupo (BRA) x Adam Melling (AUS)
11. Josh Kerr (AUS) x Bede Durbidge (AUS) x Dion Atkinson (AUS)
12. Owen Wright (AUS) x Nat Young (EUA) x Tiago Pires (POR)
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