Poliglota e fã do Botafogo, técnico croata põe o Brasil no mapa do polo
Tetracampeão olímpico, Ratko Rudic, de 67 anos, entende até oito línguas, adora morar no Rio e garante: "O time vai brigar por uma medalha nas Olimpíadas de 2016"
Técnico mais vitorioso da história do polo aquático, o croata Ratko Rudic havia anunciado a aposentadoria após conquistar o ouro nas Olimpíadas de Londres, em 2012, ainda no comando da Croácia. Estava com 64 anos e parecia realizado com quatro medalhas de ouro na carreira. Mas, dez meses depois, abandonou o sossego para um objetivo inusitado: tentar levar o Brasil, fora dos Jogos na modalidade há 28 anos, ao pódio olímpico em 2016:
- Aceitei o convite porque o Brasil é uma grande nação esportiva. É um desafio enorme treinar uma nação que organiza os Jogos Olímpicos. O time vai brigar por uma medalha nas Olimpíadas de 2016 - garantiu.
Na carreira, Rudic foi campeão olímpico com a antiga Iugoslávia em 1984 (Los Angeles) e 1988 (Seul). Em Barcelona 1992, treinou a Itália no título olímpico. Depois de ser o técnico dos Estados Unidos entre 2000 e 2004, voltou à sua terra-natal e sentou no banco croata por oito anos. Tantos trabalhos fazem Ratko Rudic ser um verdadeiro poliglota:
- Olha, eu entendo oito línguas diferentes, mas acho que falo só seis (risos). O português mesmo eu entendo tudo, mas ainda falo pouco - disse, em um português compreensível, mas arrastado.
A chegada de Rudic à seleção brasileira revolucionou o polo aquático nacional. O croata impôs um trabalho físico diferenciado e acredita que a força mental faz total diferença nas partidas.
- Vamos chegar aos Jogos em grandes condições, sonhando com a medalha, mas precisamos trabalhar bastante a parte física e mental. Acho que a preparação psicológica e mental do time é importante, faz total diferença. É um projeto longo e estamos mostrando que estamos no caminho certo - disse.
Leia mais
+ Feijão com arroz brasileiro e disciplina do Japão: receita de Yuko para o judô
+ Após servir o Exército no Afeganistão, neozelandês inova no rúgbi brasileiro
+ Feijão com arroz brasileiro e disciplina do Japão: receita de Yuko para o judô
+ Após servir o Exército no Afeganistão, neozelandês inova no rúgbi brasileiro
O croata já morou em seis países diferentes, mas admite uma paixão especial pelo Brasil, principalmente pela cidade do Rio de Janeiro. Rudic mora perto da praia de Ipanema, uma das regiões mais nobres:
- Eu amo o Rio, é a cidade mais linda em que eu já vivi. Vou para a praia, quando consigo, mas não sou tão fã de tomar sol (risos) - disse.
No ano passado, Rudic foi ao estádio do Maracanã assistir a um jogo do Botafogo. Com uma camisa dourada do time da Estrela Solitária, o croata se encantou com os torcedores:
- Fiquei admirado com a torcida, todo mundo cantando, é emocionante. Queria todo mundo da torcida de futebol gritando no polo aquático durante as Olimpíadas - disse.
Os resultados do polo aquático já demonstram a revolução da modalidade no país. Se em 2013, ainda sem ele, a seleção masculina sequer conseguiu a classificação para o Campeonato Mundial, dois anos depois, o time já figura entre os melhores do mundo. Amparado por um time com quatro atletas repatriados e um naturalizado, o treinador levou a seleção ao bronze inédito na Liga Mundial, competição que reuniu os oito melhores do planeta. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, a equipe ficou com a medalha de prata. No Mundial de Kazan, a seleção ficou abaixo do esperado e terminou apenas na 10ª colocação após a sequência de bons resultados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário