Bruno Uvini retorna ao Brasil, mas avisa: 'Meu coração vai estar aqui'
Zagueiro da Seleção sub-20 será submetido a cirurgia na fíbula da perna esquerda em São Paulo e ainda não tem previsão de retorno aos gramados
Seleção sub-20, em Arequipa (Foto: Mowa Press)
- Foi um momento infeliz. O lance era normal, de jogo. Vi o lance de novo, mas não dá para dizer se teve maldade ou não. Mas não é o momento de procurar isso. É um lance que acontece e infelizmente aconteceu essa fratura. Pensei apenas que tivesse adormecido o local. Tentei colocar a perna no chão, mas não tinha firmeza - contou Uvini.
Nos cerca de dez minutos que conversou com os jornalistas, Uvini fez questão de exaltar o grupo formado pelo técnico Ney Franco. Sentado em uma cadeira, o zagueiro falou da vontade da equipe de conquistar o título, do carinho que recebeu dos companheiros na noite de domingo e de como acompanhará a sub-20 do Brasil.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista do capitão da sub-20:
Você queria voltar ao jogo. Não estava sentindo dores no local?
O pessoal da parte técnica percebeu o que era e eu não queria deixar a partida. Era um Brasil e Argentina, um jogo decisivo, e todos querem participar. Tentei forçar ao máximo a volta. De cabeça quente, você quer voltar, e o doutor percebeu que não dava. É uma pena que essa lesão me tire do campeonato.
Como foi o contato com os companheiros na concentração?
Até arrepia lembra disso tudo, é especial. Alguns do clube, outros que você conheceu pela primeira vez e, em tão pouco de convívio, as pessoas gostam de você. Só tenho a agradecer ao grupo, sem exceção. O campeonato não está acabando para mim. Só estou voltando fisicamente para o Brasil, a minha alma e o meu coração vão ficar aqui. Vou chamar o pessoal no rádio e vou tentar ajudar dessa maneira. Nunca vou esquecer essa força que eles me deram. É difícil, triste, deixar o time nesse momento. Mas o capitão precisa mostrar que está bem, que já está em processo de recuperação. Temos que pensar positivo para voltar o quanto antes.
O Juan também conversou com você após o jogo?
Todos foram no quarto e com o Juan não foi diferente. Todos têm o direito de errar e ele não pode ser julgado por um erro. O Juan é consciente, sabe que errou. O grupo aceitou as desculpas e foi um fato isolado, não vai acontecer de novo. Estamos de braços abertos porque ele é um companheiro e não sairá manchado da competição por isso.
Chegou a pedir para ficar no Peru até o fim do Sul-Americano?
Cheguei a conversar com o doutor e usamos o bom senso. Pensando um pouco em carreira, todos no grupo vão entender que o quanto antes for feita a cirurgia para não agravar a lesão será melhor. O meu coração vai estar aqui com a rapaziada.
O que passou pela sua cabeça no momento que soube da fratura?
Sinceramente, não pensei em mim. Não pensei na queda na carreira. A primeira coisa que me pasosu na cabeça foi deixar os companheiros no meio do campeonato. Só de deixar o jogo já foi complicado. Isso foi o que me deixou mais entristecido. Se eu começo uma coisa, eu gosto de terminar. Acabou fisicamente, mas vou estar com eles no pensamento até o final.
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