Herrera: um atacante de sangue argentino com espírito carioca
Lado recluso da dupla com o extrovertido Lovo Abreu, camisa 17 reecontra os gols e fala da disposição sem fim que é motivo de admiração no Botafogo
O fim de 2010 foi complicado para Herrera. Uma cirurgia no ombro esquerdo o deixou três meses parado. O início da atual temporada tem sido de recuperação, com altos e baixos, mas nem por isso o atacante desanimou. Para ele, dedicação integral não é sacrifício, mas obrigação. Até porque, para o camisa 17 alvinegro, o futebol se resume ao que acontece dentro das quatro linhas.
Casado há quatro anos com Jaqueline – de quem está junto há dez – e pai de Abril, de três anos, Herrera é o lado recluso da dupla de ataque Mercosul. Enquanto o uruguaio Loco Abreu se mostra extrovertido e sempre disposto a emitir suas opiniões, além de ser quase um personagem do Botafogo, o argentino é tímido e sisudo, mas não menos identificado com o Alvinegro e, principalmente, com o Rio de Janeiro. Por isso, receber a reportagem do GLOBOESPORTE.COM em sua casa foi, além de uma raridade, uma oportunidade de mostrar o outro lado de alguém que valoriza a privacidade.
- Não tenho Twitter e nem Facebook, pois acho que algumas coisas não devem ser compartilhadas. Sou uma pessoa normal, divertida em casa com a família e com os amigos. Muitos realmente não conhecem esse meu lado. De repente a pessoa que aparece na mídia todos os dias tem maior visibilidade, mas não me importo com isso. Se for reconhecido, é porque fiz coisas boas. Não sei se é certo ou errado, mas é minha maneira de ser - destacou ele, que nesta segunda-feira de folga aproveitou para relaxar no sofá da sala, navegar por seu site oficial (www.herrera17.com.br) e caminhar pelo condomínio onde mora enquanto sua filha estava na escola.
Depois de morar em Porto Alegre, quando defendeu o Grêmio, e em São Paulo, quando vestiu a camisa do Corinthians, Herrera não esconde a preferência pela Cidade Maravilhosa. Ele tomou gosto pela praia e pelo estilo de vida carioca. E apesar de não segui-lo à risca, revela admiração pelo Brasil, mesmo garantindo voltar à Argentina quando encerrar a carreira.
- Joguei três anos na Argentina como profissional e estou há cinco anos no Brasil. Sou argentino e levo meu país no sangue, mas guardo muitas coisas boas daqui. O povo brasileiro é muito afetivo e recebe todos bem. Não penso em voltar a jogar na Argentina agora, mas vou viver lá quando me aposentar, pois quero estar perto dos meus pais e gostaria que minha filha estivesse com eles também - explicou o atacante de 27 anos.
rara exposição da intimidade
(Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
- Gostaria de defender a Argentina, mesmo sabendo que é muito difícil. Muitos jogadores que deveriam não são valorizados. O Conca, por exemplo, foi o melhor do Brasil no ano passado e não teve uma chance. Por quê? Alguns atletas que atuam em clubes locais ficam esquecidos, mas depois que se transferem para a Europa são convocados. Isso não dá para entender.
Hoje, portanto, Herrera aproveita o Rio de Janeiro e o Brasil como local de trabalho onde encontrou o apoio incondicional da torcida do Botafogo. No futuro, terá na cidade o destino certo para o descanso com a família.
- Neste ano curti pela primeira vez o carnaval carioca na Sapucaí com minha mulher, e foi muito legal. No futuro, voltarei à cidade para passar as férias e repetir a experiência - brincou.
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