Sensação australiana vira no fim e manda Slater para a repescagem

Depois de noite mal dormida e indigestão, americano leva virada dupla e vê Matt Wilkinson se classificar às quartas na Gold Coast. Bourez também cai

Por GLOBOESPORTE.COM Gold Coast, Austrália

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Matt avança às quartas (Foto: Divulgação ASP)

O maior surfista de todos os tempos amargou uma virada dupla, cruel, no último minuto de sua bateria. Depois de liderar quase todo o confronto, o americano Kelly Slater acabou segurando a lanterna e caindo para a repescagem na Gold Coast australiana, abertura do Circuito Mundial. Matt Wilkinson, sensação da etapa, se garantiu nas quartas de final ao tirar 7,03 a 20s do fim. E isso depois de ver, pouco antes, o taitiano Michel Bourez virar a bateria.
Ao sair da água, desapontado, Slater não quis conversa. Segundo um amigo, o surfista não conseguiu dormir direito porque estava com indigestão.
Na manhã de domingo (hora local), o decacampeão mundial Slater mal conseguiu se concentrar antes de entrar em ação, na terceira fase. Estava distraído assistindo ao show de Matt contra o brasileiro Heitor Alves. O australiano deixou todos boquiabertos quando, por muito pouco, não completou com perfeição um aéreo 360 graus.
Nesta segunda-feira, era a vez de eles se enfrentarem, agora na quarta fase da etapa. Slater largou na frente com um 4,83. Na metade da bateria, Bourez rasgou uma onda até o inside e virou quando os juízes deram 5,67. Slater passou a procurar 4,72. Pegou uma onda curta, deu uma rasgada e um cutback. Parecia pouco satisfeito. Foi em mais uma, mas ela também não lhe proporcionou muitas opções de manobras.

Slater leva virada no fim (Foto: Divulgação ASP)

A 11 minutos do fim, o americano se arriscou em uma pequena direita, deu boas rasgadas, quase caiu da prancha, mas se segurou e levou 6,23 para retomar a ponta. Foi em outra logo depois, porém perdeu o equilibrio. Matt, que até então segurava a lanterna, se recuperou com um 6,50.
No último minuto, ondas para Bourez e Wilko. O taitiano precisava de 5,40 e conseguiu 5,47, virando o confronto. O aussie apostou todas as fichas no inside e tentou um aéreo. Não completou por um triz, mas levou a nota que lhe garantiu nas quartas: 7,03 - precisava de 4,56.
Mais cedo, o havaiano Dusty Payne, carrasco do australiano Mick Fanning, conseguiu uma virada emocionante. Em sua última onda, precisando de 5,84, arrancou 7,67 para superar o aussie Adrian Buchan e se garantir nas quartas. É seu melhor resultado no Mundial - ele entrou na elite no ano passado.
Responsável pela eliminação do brasileiro Jadson André, o português Tiago Pires terminou em terceiro e também terá que disputar a repescagem, na quinta fase. São baterias homem e, quem perder, se despede na nona colocação.

Quarta fase masculina:
1: Dusty Payne (HAV) 14,087, Adrian Buchan (AUS) 11,83, Tiago Pires (POR) 11,80
2: Matt Wilkinson (AUS) 13,53, Michel Bourez (TAH) 11,14, Kelly Slater (EUA) 11,06
3: Brett Simpson (EUA) 16,60, Adriano de Souza (BRA) 15,63, Jordy Smith (AFS) 13,87
4: Alejo Muniz (BRA) 15,23, Joel Parkinson (AUS) 12,76, Taj Burrow (AUS) 11,56
Quinta fase - repescagem:
1. Adrian Buchan (AUS) x Kelly Slater (EUA)
2. Michel Bourez (TAH) x Tiago Pires (POR)
3. Adriano de Souza (BRA) x Taj Burrow (AUS)
4. Joel Parkinson (AUS) x Jordy Smith (AFS)