FIA admite a possibilidade de novo cancelamento do GP do Bahrein

Jean Todt, presidente da entidade, diz que vai monitorar situação de perto

Por GLOBOESPORTE.COM Paris

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Todt admite possibilidade de novo cancelamento
do GP do Bahrein em 2011 (Foto: Reuters)

Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), admitiu a possibilidade de um novo cancelamento do GP do Bahrein se ficar comprovado que a realização da corrida é muito arriscada para a Fórmula 1. Na última sexta-feira, a prova foi reinserida no calendário no dia 30 de outubro (jogando o GP da Índia para após o Brasil) após a reunião do Conselho Mundial de Esporte a Motor, levantando uma enorme polêmica entre pilotos e equipes. O dirigente disse que continuará a monitorar a situação do país árabe.
- Se tivermos uma evidência clara de que é uma situação de risco, isto será obviamente levado em consideração. Nosso enviado especial (Carlos Gracia, presidente da federação espanhola) teve reuniões com as pessoas responsáveis pelos direitos humanos no Bahrein. Ele enconrtrou vários representantes antes de submeter o relatório, que foi aprovado por unanimidade - diz Todt, em entrevista à rede de TV inglesa BBC.
Apesar disso, Todt disse que a FIA está feliz com a melhora da situação no Bahrein, que viveu dias complicados com os protestos dos xiitas contra o atual governo da minoria sunita. A visão do dirigente, no entanto, entra em conflito com a dos grupos de direitos humanos. Para eles, o quadro é bastante diferente da normalidade que está sendo divulgada.

A organização internacional Avaaz já conseguiu quase 450 mil assinaturas em uma petição que será apresentada para a RBR e às demais equipes pedindo o boicote do GP do Bahrein. Alex Wilks, diretor da campanha, diz que a situação ainda é crítica no país árabe.
- As afirmações de que a calma voltou e a vida está normal no Bahrein são completamente irreais. Na última semana, a polícia continuou a usar gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de som contra marchas pacíficas, matando e ferindo dezenas de pessoas. Na segunda-feira, 47 médicos barenitas que apenas trataram feridos em protestos foram acusados por uma corte militar de tentar ameaçar a monarquia. Relevar estes abusos é um insulto aos milhares de manifestantes presos e aos dezenas mortos no esforço por mudanças.