Achei! Fabrício Carvalho leva
coração sonhador à Ferroviária
Aos 33 anos, jogador corre contra o tempo perdido por afastamento dos campos. Ele ainda sonha defender um clube grande
tempo perdido (Foto: Alessandro Bocchi/Ferroviária)
- Teve muito choro, muito pranto, muito lamento. Mas hoje troquei tudo pela alegria.
Afastado dos gramados por dois anos, quando vivia seu auge, por culpa de uma arritmia cardíaca, o atacante nadou contra maré de temores para poder pisar novamente num campo. E conseguiu. Em 2012, é um coração sonhador a serviço da Ferroviária, que disputa a Série A2 do Campeonato Paulista. Diariamente, lida com a esperança de defender um clube grande – o sonho perdido em 2005.
O atacante só retomou a carreira em 2007, pelo Goiás. Mas havia perdido o ritmo adquirido especialmente nos tempos de Ponte Preta - antes de migrar para o São Caetano. A carreira dele nunca mais foi a mesma. Agora, tenta recuperar o tempo perdido e vê a Ferroviária como caminho para isso.
- Fiquei abalado com aquilo. Eu tinha um nome. Tinha interesse de clubes grandes. E teve essa parada. Não foi fácil. Fiquei sem o ambiente de treinamentos. Fiquei com saudade da concentração. Imagina... Foram dois anos. Não foram nem dois meses, nem dois dias: foram dois anos. Mas foi um grande aprendizado. Saí fortalecido. Deus me deu nova oportunidade. Foi uma nova chance. Hoje, estou muito feliz, em um clube com grande estrutura. Já passou aquela tempestade. Agora, é o momento da bonança.
- Eu lutei contra um diagnóstico. Não me acomodei com ele. Fui atrás de outros especialistas. Graças a Deus, retornei. E posso dizer que tenho uma história de sucesso. O que digo aos jovens é que não desistam dos seus sonhos.
"Precisava de uma pessoa que me tratasse como ser humano"
- Nenhum médico queria assumir. Nenhum médico queria assinar. O medo era grande. O receio era grande. Eu precisava de uma pessoa com coragem, que me tratasse como ser humano. Ele me tratou como homem. E aí pude voltar – recordou o atacante.
antes de parar (Foto: Alessandro Bocchi/Ferroviária)
- Receio a gente tem. Não posso dizer que não. Vivenciei uma cena trágica. A gente fica temeroso, porque são muitos médicos falando. Mas fui monitorado nos treinamentos com aparelhos. Ouvi de um especialista que poderia ir. Ele (Sérgio Rassi) é especialista em arritmia.
O problema é que dois anos sem jogar futebol trazem consequências. Fabrício Carvalho admite que não conseguiu reencontrar o rendimento dos tempos de Ponte Preta. Depois do afastamento, ele defendeu Portuguesa, Remo, Bragantino e Oeste. Conviveu com lesões, e a sequência almejada por ele não foi alcançada.
- Teve uma diferença grotesca entre antes e depois daquilo tudo. Foram dois anos inativo. Em qualquer ramo, se você ficar inativo por dois anos, perde agilidade, mobilidade. No futebol, se usa muito a questão da coordenação. A parte física é preponderante. Não voltei o mesmo, mas espero chegar ao nível de antes. Tem que pensar positivo que vai conseguir. Não tem nunca, não tem talvez. Meu vocabulário é perseverança, é vontade, é dedicação.
Confiança na Ferroviária e sonho com clube de massa
- A expectativa é a melhor possível. É um projeto audacioso, com ótima estrutura. É uma cidade muito boa também. Venho para contribuir, para que o clube possa voltar a suas origens. A Ferroviária jogou vários anos na Primeira Divisão, tem boa estrutura. Abracei a causa. Abracei o projeto.
- Sou um sonhador. Não vou desistir nunca disso. O Fernando Carvalho (ex-presidente do Inter) tinha muito interesse em me contratar. Infelizmente, não se concretizou. Teve o São Paulo também, e o Palmeiras, na época do Leão. Ele está no São Paulo agora. Quem sabe... Vou fazer minha parte dentro de campo. Estou com saúde, com força, com vigor. Essa é minha esperança, esse é meu desejo. Vou em busca disso.
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