Brandão sai do banco, marca no fim e põe Olympique nas quartas de final

Derrota por 2 a 1 para Inter de Milão classifica os franceses em jogo com fim emocionante. Italianos seguem em crise e sem chances de título na temporada

Por GLOBOESPORTE.COM Milão, Itália

Quando recebeu a notícia de que começaria o jogo contra o Inter de Milão no banco de reservas talvez Brandão não pudesse imaginar que o fim seria tão apoteótico. Com o jogo encaminhado para a prorrogação, o ex-atacante de Cruzeiro e Grêmio entrou aos 42 do segundo tempo e, cinco minutos depois, marcou o gol que levou o Olympique de Marselha às quartas de final da Liga dos Campeões, nesta terça-feira, no Giuseppe Meazza. Os italianos ainda venceriam a partida por 2 a 1, mas acabaram eliminados diante de sua torcida por conta do critério de gol fora de casa - na ida, os franceses haviam feito 1 a 0, também nos acréscimos.
Os nerazzurri mantinham as esperanças graças ao gol de Diego Milito, aos 30 da etapa final, mas um instante de sorte do centroavante brasileiro, que conseguiu aproveitar com as costas um chutão do goleiro Mandanda e tirou de Julio César, selou a vaga. Pazzini, aos 50, fez de pênalti, mas ouviu o apito final logo em seguida.

Brandão parece não acreditar na classificação do Olympique de Marselha. Nem o Internazionale... (Foto: AP)

O time do técnico Didier Deschamps é o sexto classificado na Champions. Também nesta terça-feira, o Bayern de Munique atropelou o Basel, por 7 a 0, e se juntou a Milan, Benfica, Barcelona e Apoel. Real Madrid x CSKA e Chelsea x Napoli decidem os últimos times que disputarão as quartas de final. Os duelos serão conhecidos em sorteio na próxima sexta, na sede da Uefa, em Nyon, na Suíça. Não há restrições.
O resultado também agrava a crise em cima do técnico Claudio Ranieri. Já eliminado da Copa da Itália e também da Liga dos Campeões, o Internazionale se vê sem chances de título na temporada, já que ocupa a sétima colocação no Campeonato Italiano, com 40 pontos - 17 a menos que o líder e rival Milan.
Mandanda mantém zero no placar

M'Bia e Zanetti: jogo foi muitas vezes truncado (AFP)

Se o jogo em Marselha, há três semanas, foi marcado pela pobreza técnica e, principalmente, de emoções, os primeiros minutos no Giuseppe Meazza compensaram. Atrás de um gol que pudesse dar tranquilidade, o Internazionale de Milão foi para cima e fez de Mandanda o nome do primeiro tempo.
A primeira grande oportunidade surgiu aos sete minutos. Depois de boa jogada de Zanetti na linha de fundo, a bola sobrou dentro da área para Sneijder bater com o gol livre. O holandês não caprichou como deveria e viu Mandanda, já caído, defender em lance de puro reflexo.
O próprio goleiro voltaria a ser o centro das atenções em pouco tempo. Aos dez, Sneijder cruzou na medida para Milito, que desviou de peito já na pequena área. Mandanda fez uma defesa espetacular e evitou o gol.

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É bem verdade que o Inter de Milão, fora os dois lances, não esboçou uma pressão. E teve apenas mais uma boa chance, aos 46, com Forlán. O Olympique ocupava o campo ofensivo, mas tampouco ameaçava – e passaria desapercebido não fosse a cabeçada de Rémy que saiu perto do gol de Julio César, aos 17 minutos.
Inter 'acha' gol, mas é surpreendido em fim emocionante
Criatividade não foi uma palavra que esteve no vocabulário dos italianos na etapa final. Com Sneijder em baixa até ser substituído com desconforto muscular, a equipe de Claudio Ranieri não conseguia chegar à meta adversária. Não havia troca de passes, ultrapassagens, jogadas que deveriam ser simples em um time campeão europeu há menos de dois anos.
Na base da raça – e um pouco de sorte –, no entanto, o time da casa chegou ao gol que sonhava, minutos depois de Julio César realizar boa defesa em cabeçada de Diarra. Aos 30, um escanteio mal cobrado originou um bate e rebate até que a bola sobrou para Diego Milito empurrar para o fundo das redes.

Diego Milito comemora o gol que levaria o confronto para a prorrogação (Foto: AP)

A falta de inspiração, porém, acabou punindo os donos da casa. Em um lance isolado e fortuito, aos 47 minutos, Mandanda deu um chutão do campo de defesa. Brandão ganhou de Lúcio, "ajeitou" com as costas e tocou na saída de Julio César.
A festa virou apreensão quando, em seguida, o próprio Mandanda cometeu pênalti em Pazzini. Expulso, ele viu o centroavante italiano superar o substituto Bracigliano, aos 50. Mas já não havia tempo para mais nada. Mesmo sem um grande futebol, o Olympique representará a França nas quartas de final. E, de quebra, aumentou em grande escala a crise nos nerazzurri.

inter de milão 2 x 1 olympique de marselha

Julio César, Maicon, Lúcio, Samuel e Nagatomo; Zanetti, Stankovic e Poli (Cambiasso); Sneijder (Obi); Milito e Forlán (Pazzini).	Mandanda, Azpilicueta, Diawara, N’Koulou e Morel; Diarra, Mbia, Amalfitano, Valbuena (Cheyrou) e Ayew (Bracigliano); Rémy (Brandão).
Técnico: Claudio Ranieri.	Técnico: Didier Deschamps.
Gols: Milito, aos 30, Brandão, aos 47, e Pazzini, aos 51 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Zanetti, Samuel, Stankovic (Inter de Milão); Diawara, Mandanda (Olympique). Cartão vermelho: Mandanda (Olympique).
Estádio: Giuseppe Meazza (Milão). Data: 13/03/2012. Árbitro: Pedro Proença (POR).