Nascidos após a morte de Senna, pilotos brasileiros correm em Ímola
Durante etapa da Fórmula Renault Alps, quinteto formado por garotos entre 15 e 17 anos visita estátua em homenagem ao tricampeão mundial de F-1
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Categoria de entrada do automobilismo europeu, destinada aos jovens que
sonham chegar à Fórmula 1, a F-Renault Alps visitou neste fim de semana
o autódromo de Ímola, na Itália. Um lugar que, para os fãs de todo o
mundo, ficou marcado pela morte de um dos maiores pilotos de todos os
tempos: o tricampeão de F-1 Ayrton Senna.
No entanto, para os 34 inscritos da categoria na temporada 2012, o
brasileiro é apenas um ícone baseado em vídeos e histórias contadas
pelos seus pais. Afinal, nenhum deles era sequer nascido quando a
Williams de Senna chocou-se com a curva Tamburello naquele primeiro de
maio de 1994.
Pilotos brasileiros visitam monumento a Ayrton Senna em Imola (Foto: Diederik van der Laan / Divulgação)
Pouco antes dos primeiros treinos para a terceira rodada dupla deste
ano, o esquadrão brasileiro da Fórmula Renault Alps visitou a estátua
posicionada na curva fatal em homenagem ao lendário competidor, que
venceu nesta pista em três ocasiões: 1988, 1989 e 1991. Foi um momento
de reflexão para os cinco meninos de 15 a 17 anos que cresceram ouvindo
relatos sobre as façanhas do piloto, mas que confessam uma certa
dificuldade em dimensionar o ídolo.
- É difícil ter a real noção. Mas já vi muitos vídeos e entrevistas, e isso basta pra eu saber que ele foi o melhor de todos. Neste autódromo dá para lembrar dele todo o tempo. Além da estátua em homenagem, havia muitos cartazes e fotos espalhados pelo paddock, algo muito legal – diz Felipe Fraga, de 16 anos, que tem como ídolos o alemão Sebastian Vettel "pelo estilo que guia um carro de F-1" e o compatriota Rubens Barrichello, a quem considera "excepcional pela forma como acerta um carro de corrida e pela pessoa que é fora das pistas".
Fã do tricampeão, Guilherme Silva se emocionou
em Ímola (Foto: Diederik van der Laan / Divulgação)
Guilherme Silva, campeão da temporada 2011 da Fórmula Futuro, prefere
não apontar um ídolo entre a atual geração da Fórmula 1. O mineiro
admite que passa horas diante do computador vendo os feitos de dois
ícones do automobilismo brasileiro, Ayrton Senna e Nelson Piquet. Para
ele, a visita a Ímola foi como um encontro com uma referência que ele
não conheceu, mas a quem considera “o único piloto completo, dentro e
fora do carro”.
- Foi um momento ruim e bom ao mesmo tempo. Porque eu estava no local onde um ídolo morreu, mas tendo a honra de conhecer aquele lugar tão famoso e comentado. Na viagem para Ímola eu assisti ao documentário do Senna, mas não sabia que tinha uma estátua, além de tantas bandeiras do Brasil e declarações em diversos idiomas coladas na curva Tamburello. Naquela época o piloto fazia diferença. Senna, com seu talento e carisma, e Piquet, com sua ousadia, eram especiais. Não tem como falar mal deles – afirma o competidor de 17 anos.
Um sinal, porém, de que as referências às vezes mudam está nos capacetes dos garotos. Nenhum deles carrega o amarelo como cor predominante, ao contrário do fenômeno que deu o tom das pinturas adotadas pela turma que ingressou no kart na época em que Ayrton Senna era o piloto a ser batido na Fórmula 1. Para os jovens pilotos de hoje em dia, a figura do tricampeão é mais associada aos valores propagados após a sua morte, e que servem de base para as ações do instituto presidido por sua irmã, Viviane Senna.
Idolatria que ultrapassa fronteiras
Gustavo Lima é o caçula da turma que representa o Brasil na F-Renault Alps. Aos 15 anos, o brasiliense destaca o interesse dos estrangeiros pelo tricampeão, e relata sua devoção ao piloto, contando como faz para conhecer mais sobre a carreira de Ayrton Senna – tio de Bruno, que atualmente compete na mesma equipe Williams que ele defendia quando sofreu o acidente fatal.
Mesmo sendo fã declarado de Senna, Gustavo Lima, de 15 anos, usa um capacete verde (Foto: Divulgação)
- Apesar de ter nascido depois da morte dele, tento buscar tudo sobre o
Ayrton. Já vi o filme 12 vezes, tenho alguns livros, gosto bastante de
ver os vídeos na internet, inclusive os de entrevistas. Eu me inspiro
muito no Senna, em sua dedicação e amor pelo que fazia. Meus
companheiros de equipe também me perguntaram sobre ele, todos sabem o
que aconteceu nesta pista. Visitamos a estátua do Senna, vimos as flores
e bandeiras do Brasil que as pessoas colocaram ali perto, e foi muito
emocionante – conta Lima.
O grupo de brasileiros – que foi um quarteto nas duas primeiras rodadas, em Monza (Itália) e Pau (França) – ganhou um quinto elemento em Ímola: Gabriel Casagrande, que disputaria o campeonato inglês, mas teve que mudar os planos diante da não realização do torneio, anunciada às vésperas da primeira prova. Além dele, o time conta com Victor Franzoni, mais jovem vencedor de uma corrida de carros no Brasil, numa prova da Fórmula Futuro, em 2011.
Na pista, entretanto, o fim de semana de Ímola não foi tão positivo para os pilotos brasileiros, que destacaram as altas velocidades alcançadas e as poucas áreas de escape do circuito italiano. Na rodada dupla dominada pelo francês Norman Nato, que abriu boa margem na liderança do campeonato, Fraga foi o melhor brasileiro na prova 1, em 11º lugar, enquanto Guilherme Silva conquistou a sétima posição na segunda prova. Silva é também o brasileiro mais bem colocado no campeonato. Ele ocupa a oitava posição, com 26 pontos, 11 a mais que Fraga, que é o 13º. Os demais brasileiros ainda não pontuaram nesta temporada. A próxima rodada da Fórmula Renault Alps será disputada no dia 24 de junho em Spa-Francorchamps, circuito que recebe o GP da Bélgica de Fórmula 1.
Brasileiros da F-Renault tiraram fotos junto à estátua de Senna (Foto: Diederik van der Laan / Divulgação)
- É difícil ter a real noção. Mas já vi muitos vídeos e entrevistas, e isso basta pra eu saber que ele foi o melhor de todos. Neste autódromo dá para lembrar dele todo o tempo. Além da estátua em homenagem, havia muitos cartazes e fotos espalhados pelo paddock, algo muito legal – diz Felipe Fraga, de 16 anos, que tem como ídolos o alemão Sebastian Vettel "pelo estilo que guia um carro de F-1" e o compatriota Rubens Barrichello, a quem considera "excepcional pela forma como acerta um carro de corrida e pela pessoa que é fora das pistas".
em Ímola (Foto: Diederik van der Laan / Divulgação)
- Foi um momento ruim e bom ao mesmo tempo. Porque eu estava no local onde um ídolo morreu, mas tendo a honra de conhecer aquele lugar tão famoso e comentado. Na viagem para Ímola eu assisti ao documentário do Senna, mas não sabia que tinha uma estátua, além de tantas bandeiras do Brasil e declarações em diversos idiomas coladas na curva Tamburello. Naquela época o piloto fazia diferença. Senna, com seu talento e carisma, e Piquet, com sua ousadia, eram especiais. Não tem como falar mal deles – afirma o competidor de 17 anos.
Um sinal, porém, de que as referências às vezes mudam está nos capacetes dos garotos. Nenhum deles carrega o amarelo como cor predominante, ao contrário do fenômeno que deu o tom das pinturas adotadas pela turma que ingressou no kart na época em que Ayrton Senna era o piloto a ser batido na Fórmula 1. Para os jovens pilotos de hoje em dia, a figura do tricampeão é mais associada aos valores propagados após a sua morte, e que servem de base para as ações do instituto presidido por sua irmã, Viviane Senna.
Idolatria que ultrapassa fronteiras
Gustavo Lima é o caçula da turma que representa o Brasil na F-Renault Alps. Aos 15 anos, o brasiliense destaca o interesse dos estrangeiros pelo tricampeão, e relata sua devoção ao piloto, contando como faz para conhecer mais sobre a carreira de Ayrton Senna – tio de Bruno, que atualmente compete na mesma equipe Williams que ele defendia quando sofreu o acidente fatal.
O grupo de brasileiros – que foi um quarteto nas duas primeiras rodadas, em Monza (Itália) e Pau (França) – ganhou um quinto elemento em Ímola: Gabriel Casagrande, que disputaria o campeonato inglês, mas teve que mudar os planos diante da não realização do torneio, anunciada às vésperas da primeira prova. Além dele, o time conta com Victor Franzoni, mais jovem vencedor de uma corrida de carros no Brasil, numa prova da Fórmula Futuro, em 2011.
Na pista, entretanto, o fim de semana de Ímola não foi tão positivo para os pilotos brasileiros, que destacaram as altas velocidades alcançadas e as poucas áreas de escape do circuito italiano. Na rodada dupla dominada pelo francês Norman Nato, que abriu boa margem na liderança do campeonato, Fraga foi o melhor brasileiro na prova 1, em 11º lugar, enquanto Guilherme Silva conquistou a sétima posição na segunda prova. Silva é também o brasileiro mais bem colocado no campeonato. Ele ocupa a oitava posição, com 26 pontos, 11 a mais que Fraga, que é o 13º. Os demais brasileiros ainda não pontuaram nesta temporada. A próxima rodada da Fórmula Renault Alps será disputada no dia 24 de junho em Spa-Francorchamps, circuito que recebe o GP da Bélgica de Fórmula 1.
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