Tão amados, tão odiados: Timão e Fla mexem com paixão dos atletas
Clubes mais populares do Brasil também são os que tinham a torcida da maioria dos jogadores quando crianças. Mas antipatia também é grande
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É um caso de amor. E de ódio. Acontece que a mesma pesquisa revela antipatia de parte dos atletas por Flamengo e Corinthians. Eles lideram a lista de times para os quais os jogadores não suportam perder. E só são superados pelo Íbis, ainda hoje ironizado pelo título de pior time do mundo, quando questionados sobre a equipe onde jamais jogariam.
Amor
Quem fez parte da pesquisa | Quem não fez parte |
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América-RN, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR, Barueri, Boa Esporte, Botafogo, Bragatino, Ceará, Corinthians, Criciúma, Flamengo, Fluminense, Goiás, Guarani, Guaratinguetá, Náutico, Ponte Preta, Portuguesa, Santos, São Caetano, São Paulo e Sport. | ABC, América-MG, Bahia, CRB, Cruzeiro, Figueirense, Grêmio, Internacional, Ipatinga, Palmeiras, Vasco e Vitória. Os questionários dos jogadores de ASA, Avaí, Coritiba, Joinville e Paraná não chegaram em tempo de entrar na pesquisa. |
Para a Pluri, 8% dos brasileiros torcem pelo clube do Morumbi. Entre os jogadores do Brasileirão, o percentual de simpatia ao São Paulo é bem maior: 14,1%. Ou seja: a fatia de jogadores que torcem pelo Tricolor é maior, proporcionalmente, do que a fatia de brasileiros. Já com o Palmeiras, quarto colocado, a diferença é pequena. O Verdão tinha a torcida de 6,9% dos jogadores. A pesquisa da Pluri indica simpatia de 6% da população pelo clube.
Entre os atletas, o quinto mais citado é o Santos, que aparece apenas em nono no levantamento da Pluri – no qual o quinto posto é do Vasco, com 8,8%. Mas a predominância dos paulistas entre os cinco primeiros se justifica. A maioria disparada dos jogadores entrevistados (43,7%) nasceu em São Paulo. Apenas 15,5% vieram à luz no Rio de Janeiro.
Ódio
Mas existe o outro lado da moeda. O lado do ódio. Muitos jogadores manifestam clara antipatia aos clubes. Alguns dizem que jamais vestiriam a camisa de um deles e, especialmente, afirmam que são equipes para as quais não suportam perder.
- Eu era flamenguista desde menininho. O flamenguista acompanha, vive essa paixão, não quer nem saber dos outros clubes. Aí todo mundo quer ganhar dele. O Corinthians é parecido. Quando eu jogava no Palmeiras, queria ganhar de qualquer jeito. Mas eu via aquela torcida e ficava arrepiado. Quem não é corintiano, não aguenta ver aquilo. Eles são malucos. São muito chatos. Eu coloquei na cabeça que um dia ia jogar lá – disse o ex-atacante.
mundo quer ganhar dele' (Foto: Reprodução)
Os dados são mais expressivos quando se trata do time para o qual os jogadores não suportam perder. O universo de respostas é maior. E o Corinthians volta a ser mais lembrado do que o Flamengo. Tem 9% dos votos, contra 5,4% do Rubro-Negro. Na seqüência, aparece o Vasco (4,5%).
Os dados indicam, embora estejam longe de comprovar, que os jogadores entram com mais sede contra Corinthians e Flamengo. Será? Que o volante Marcos Assunção, do Palmeiras, responda:
- São times para os quais não gosto de perder. A verdade é essa – resumiu o jogador.
É uma questão de respeito. Mas Marcos Assunção concorda com Paulo Nunes em um tópico: são times que incomodam a ponto de o atleta cogitar jogar neles.
de ganhar (Foto: Roberto Vazquez/ Futura Press)
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Há, porém, quem não veja sentido na diferenciação feita pelos atletas. É o caso do treinador do Flamengo, Joel Santana.- Não interessa se você vai jogar com Sport ou com Santos; com Bahia ou com Corinthians. Tudo vale a mesma coisa. Claro que cada um tem um peso na competição, mas a responsabilidade é a mesma. Não podemos achar que com o Sport será um jogo fácil e com o Corinthians um jogo difícil. Às vezes o jogo que a gente acha que é mais fácil se torna mais difícil – opinou o treinador.
A pesquisa mostra que os jogadores levam mais em consideração o time de infância do que a equipe atual ao designar um clube onde jamais jogariam. De todos os votos para o Corinthians, apenas dois não foram de boleiros que torciam para equipes paulistas quando eram crianças.
* Colaboraram Janir Júnior e Marcelo Hazan.
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