Shogun explica recusa a Jones e diz que, em seu lugar, enfrentaria Sonnen

Brasileiro não entende decisão do atual campeão peso-meio-pesado e conta que ainda não retomou os treinos em tempo integral após última luta

Por Adriano Albuquerque Rio de Janeiro

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No meio de toda a confusão do cancelamento do UFC 151 e remarcação da próxima defesa de cinturão de Jon Jones no peso-meio-pesado, o brasileiro Maurício "Shogun" Rua foi um dos procurados pelo Ultimate. Ex-campeão da categoria, o curitibano, parado desde a vitória sobre Brandon Vera, no dia 4 de agosto, aceitou o confronto - desde que tivesse dois meses de preparo. Como a organização queria que o duelo acontecesse de qualquer forma no UFC 152, em Toronto, Canadá, no dia 22 de setembro, Shogun descartou  a oportunidade.
Em visita ao Rio de Janeiro para conferir o Shooto 33 neste sábado, o lutador explicou seu lado da história ao SPORTV.COM, mas mostrou-se confuso e surpreso com o motivo de Jon Jones ter recusado o combate com Chael Sonnen, primeiro substituto proposto pela franquia para o lesionado Dan Henderson (assista ao vídeo acima).
Curiosamente, Jones conquistou o cinturão em 2011 graças à boa vontade do próprio Shogun, que aceitou o duelo com a então promessa da categoria com pouco mais de um mês de antecedência, após seu adversário original, Rashad Evans, ser impedido de lutar por causa de uma lesão. A comparação foi inevitável.

Maurício Shogun visitou a redação do GLOBOESPORTE.COM (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)

- Cada um teve seus motivos. Jon Jones tem uma equipe que o assessora. Não sei se achou que o Sonnen vinha de derrota. Pode ter sido isso. Eu não entendi por que não aceitar. Jones é um cara que está treinando há cinco meses para isso. Eu aceitei (ir para o octógono) com ele três semanas antes da luta, quando mudou para ele. Acho muito mais fácil um cara não aceitar uma luta em duas semanas do que um cara que já está treinando há cinco meses - disse Shogun, que afirmou que, caso estivesse no lugar do atual campeão, teria aceito a luta contra Sonnen. - O Sonnen é um cara conhecido nos EUA, é polêmico, está no topo da carreira dele, não é um cara desconhecido. Eu aceitaria.
A situação de Shogun, todavia, é completamente diferente da de Jones. Após a sua vitória sobre Vera, o curitibano passou duas semanas de férias com a esposa e viajou para Foz do Iguaçu. Na última semana, voltou a fazer treinos físicos leves em São Paulo, enquanto lidava com compromissos de mídia.

Shogun aceitou enfrentar Jones em 2011 com
pouco tempo de antecedência (Foto: Agência AP)

Ainda não havia nem mesmo se reunido com a equipe para programar a preparação para o combate contra o sueco Alexander Gustafsson, marcado para 8 de dezembro em Seattle, EUA. Por isso, quando oferecido a revanche com o atual campeão, já depois de ela ter sido recusada por Lyoto Machida, Rua se reuniu com sua equipe e optou por pedir mais tempo de treino.
- Ligaram para meu agente ontem (quinta-feira) de madrugada e comentaram que poderia acontecer essa luta. Ofereceram Jon Jones para 22 de setembro. Julio (Heller, empresário) me deu essa notícia, liguei para o (André) Dida (técnico de Shogun), e ele achou muito curto o treinamento. Treinaríamos duas semanas só. Deixamos bem claro ao UFC que aceitaríamos a luta se tivesse dois meses de prazo. Duas semanas não dá. Lutei faz três semanas, voltei a treinar só a parte física, então é muito curto o prazo. Duas semanas não dá para treinar - explicou.