Ex-dirigente da base do Vasco relata dificuldades: 'Fizemos malabarismos'
Uma semana depois de pedir demissão, Humberto Rocha reconhece erros, mas diz que seu trabalho foi bem feito durante os quatro anos no clube
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passada (Foto: Divulgação/Flick Vasco da Gama)
- Acho que o trabalho foi muito difícil, cansativo, desgastante. Na primeira observação que fizemos, notamos que o Vasco tinha deficiências seríssimas na parte estrutural. Alojamentos arrasados, ônibus antigos, e a parte financeira nem precisa dizer. Foram feitas várias tentativas de obtenção de locais para treinamentos adequados. No Rio é difícil, a parte geográfica é complicada, principalmente para campo de futebol. Tem que se deslocar para locais distantes e fizemos malabarismos para treinar. Devido a toda essa dificuldade, fomos até muito bem - afirmou.
Para Humberto Rocha, os problemas da base do Vasco estão começando a ser sanados, após o clube passar por uma fiscalização do Ministério Público, com a melhoria da parte estrutural no centro de treinamento de Itaguaí e a obtenção de novos ônibus para transportar os atletas.
O dirigente garante que sua saída aconteceu por motivos pessoais e relatou que comunicou seu desligamento ao diretor de futebol amador, Manuel Pereira, após tentar falar com o presidente Roberto Dinamite e com o vice-presidente geral do clube, Antônio Peralta. Porém, rumores já indicavam que o departamento passaria por mudanças, após as críticas por ter conquistado apenas uma Taça OPG e um Carioca de juniores no mandato de Dinamite. Além disso, o time não vence um clássico da categoria em Estaduais há dois anos.
O próprio Humberto reconhece que cometeu alguns erros e atribui ao fato de ser "muito paciente".
- Algumas coisas que eu deixei de fazer, faria de modo diferente. Sou muito paciente, acredito muito nas pessoas, talvez tivesse que ter sido mais pragmático, como o Rodrigo Caetano é. Minha própria formação dentro do Vasco foi de sempre ter paciência, achar que todos merecem ter outra chance, e algumas vezes me vi prejudicado por jogadores e profissionais. Achei que fossem falhas humanas. Duas ou três vezes a mesma falha, e eu sempre acreditando que a pessoa poderia se ajeitar. Como erros de avaliação de atletas, entrada e saída deles. Sempre acreditei em aguardar para ver se iam produzir mais - disse, citando o ex-diretor executivo do Vasco, atualmente no Fluminense.
- Com o Mandarino não tive problema. É uma pessoa que admiro muito, respeito. Com Rodrigo Caetano tive divergências filosóficas, mas nunca nos colocamos como adversários ou inimigos. Isso é comum, democrático, acontece em qualquer lugar. Mas a saída deles acredito que não tenha a ver comigo. Discordamos da condução de algumas coisas. Eu tenho uma formação mais professoral, Rodrigo mais pragmática, administrativa, acho que talvez tenha sido isso. Eu conduzia algumas coisas de uma forma, mas não acredito que tenha saído por isso - explicou Humberto, sem detalhar as divergências.
De férias forçadas, o dirigente afirma que já recebeu quatro propostas de trabalho, sendo duas do Rio de Janeiro, uma de São Paulo e uma do Paraná, mas ainda não decidiu seu futuro. Enquanto isso, acompanha de longe o Vasco e diz que torce pelo sucesso de Mauro Galvão.
- Não conheço o Mauro Galvão pessoalmente, mas, se o Vasco escolheu, eu acredito. Acredito muito no que as pessoas fazem e vou torcer muito para que dê certo. Gostaria de frisar que está indo uma pessoa maravilhosa com ele, que é o Clóvis Alberto, que tem muito gabarito. É uma pessoa com conteúdo de formação prática, cultural e didática muito grande. Desse posso falar bem, eu o conheço há muitos anos. O Vasco vai crescer muito com a presença dele - finalizou.
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