Seedorf critica juiz e diz que não falou 'palhaçada': 'Tenho minha história'
Meia nega ter ofendido o árbitro, repudia os atletas do Madureira e lembra que não é embaixador do Fair Play da Uefa por acaso: 'Sou diferente'
Seedorf disse que sentiu desrespeitado pelo árbitro. Ele acredita que seu histórico de bom comportamento poderia ter sido levado em conta na ocasião.
- Eu durmo bem, como bem, estou relaxado. Parece até que aconteceu um desastre natural com muitas mortes. O que aconteceu foi uma situação de jogo. Estou assustado com a repercussão. Uma decepção pela pouca sensibilidade. Em toda minha carreira, mais de 900 jogos, dificilmente fui punido por falar mal com o árbitro. Significa que sei falar com o juiz com respeito. Sei o papel deles no jogo. Eu em nenhum momento fiz pressão. Durante os 90 minutos fui correto. Viram minha ação como um crime. Sei que não estou acima da lei, e sempre a respeitei. Mas sou diferente sim, tenho um currículo. Tenho respeito pelo juiz, e ele não teve consideração pela minha carreira. Tenho minha história, e ela vale. Já fui substituído várias vezes, em todas saí pelo "portão grande". Faz parte do entretenimento. Eu era o jogador que tinha decidido o jogo. Os torcedores também queriam o contato.
- Essa palavra "palhaçada" eu não usei, mas não acho que seria uma ofensa pessoal. Talvez os jogadores do Madureira tenham falado e ele pensou que tivesse sido eu. Sou embaixador do Fair Play da Uefa, sei da minha responsabilidade. Por que não vou respeitar o juiz? E não é dizer que todo mundo é igual. Se quero perder tempo, vou fazer com a bola no pé. Essa é a minha maneira, assim como fiz contra o Vasco.
Ao descrever o lance que originou sua expulsão, Seedorf disse que não entendeu o motivo de o árbitro ter dito para ele sair, já que não seria o substituído por André Bahia. O meia disse que discordou do juiz sobre o local que ele teria que deixar o gramado e que a pressão dos atletas do Madureira surtiu efeito.
- Falaram que eu estava querendo perder tempo, que fui indisciplinado. Vou explicar. Estava tentando organizar o time, como sempre faço. Vi o Cidinho sair, mas não vi ninguém entrar. Não sabia que eu tinha que sair. Senão não tinha esse problema. Perguntei o motivo de ele me mandar sair, não tinha entendido. Não vi meu número. Dois jogadores estavam falando na cabeça dele. Toda minha carreira consegui ter um diálogo com o árbitro. Quando me deu o amarelo, falei que eu já tinha sido punido, então agora vou sair por onde eu quero. E fui correndo. Quando saí que soube que ele deu o vermelho.
Seedorf se revoltou com a postura dos jogadores do Madureira, que comemoraram a sua expulsão (assista no vídeo abaixo à entrevista com Gabriel, o principal incentivador do cartão vermelho do holandês), e com a omissão dos outros integrantes da arbitragem, que não avisaram o juiz sobre o equívoco da substituição.
Por fim, o camisa 10 alvinegro lamentou a impressão ruim que o futebol brasileiro pode ter causado fora do país por causa deste lance. Ele espera que este episódio possa servir de exemplo daqui para frente.
- Todos estão olhando para o Brasil, que tem um grande potencial. Por uma coisa pequena se criou tudo isso, uma notícia negativa para o mundo inteiro ver. Não precisava. Mas aconteceu. Espero que esta situação possa ao menos melhorar o futebol brasileiro. Que os jogadores principalmente não façam o que os do Madureira fizeram. Foi ridículo, de mau gosto. Amanhã eles poderiam estar aqui conosco.
Suspenso no clássico com o Vasco, na próxima quarta-feira, em Volta Redonda, Seedorf só fica à disposição novamente na partida do dia 7 de abril, contra o Olaria.
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