André Dida explica episódios com o gás de Shogun e o chama de 'fênix'

Treinador relembra dieta que não deu certo contra Brandon Vera e diz que resistência foi minada por golpes de Gustafsson. Melhor gás foi contra Lyoto

Por Ivan Raupp Rio de Janeiro

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A capacidade de Maurício Shogun aguentar bem fisicamente uma luta até o fim já virou um assunto clichê na internet. Muitos fãs de MMA costumam criticar o gás do lutador e até criaram o mito do "Shogun 100%", em que dizem que ele seria imbatível se estivesse sempre no melhor de suas condições. O SPORTV.COM ouviu o principal responsável pela preparação do curitibano, o treinador André Dida, que relembrou uma dieta que acabou não dando certo para Shogun na época da vitória sobre o americano Brandon Vera, quando ele venceu por nocaute técnico no quarto round, mas acabou mostrando muito cansaço no decorrer do combate:
- Na luta contra o Brandon Vera o Shogun abaixou de rendimento. Eu também me surpreendi, no camp deu tudo certo. O que aconteceu contra o Vera foi que o Shogun estava com um acompanhamento médico de alimentação. Ele sempre tenta buscar o melhor para ele, mas fez de uma forma que não foi boa. O tipo de alimentação que foi passado o deixou fraco, sem energia. Aí viram que aquilo não era bom para uma pessoa que fosse participar de um combate. Para o Shogun não deu certo. Existem atletas que fazem dieta e dá certo, mas para ele não deu.

Maurício Shogun (E) perdeu sua última por pontos para Alexander Gustafsson (Foto: Getty Images)

Dida afirmou que o gás de Shogun estava bom para a última luta, a derrota para o sueco Alexander Gustafsson, em dezembro, mas o oponente foi minando a resistência dele com bons golpes de forma consecutiva. Para o técnico, o ex-campeão dos meio-pesados, a quem chamou de "fênix", está pronto para voltar ao topo da categoria no Ultimate:

Ele é a fênix. Vai sair ali das cinzas, voltar com tudo, e todo mundo
vai falar dele
de novo"

André Dida, sobre Maurício Shogun

- O Gustafsson foi melhor nas quedas e aplicou bons golpes. Você pode estar bem no gás, mas toma golpes de forma consecutiva e isso baixa o seu gás. O Gustafsson aplicou bons golpes e debilitou o Shogun. Hoje o Shogun está com uma gana boa para essa luta contra o Minotouro (no UFC 161, dia 15 de junho, em Winnipeg, no Canadá). Vai ser boa de se ver, não vejo a hora. Ele é a fênix. Vai sair ali das cinzas, voltar com tudo, e todo mundo vai falar dele de novo.
Para Dida, Shogun viveu grande fase entre 2009 e 2010, quando enfrentou duas vezes o então campeão até 93kg, Lyoto Machida. Na primeira, os dois disputaram cinco rounds de forma bem equilibrada, com o curitibano em ótima forma, mas perdendo por decisão unânime dos jurados. E, na segunda, Shogun nocauteou o adversário no primeiro round para conquistar o cinturão. O treinador considera que seu atleta também venceu o primeiro duelo:
- Realmente o Shogun é um atleta de ponta, aposto todas as minhas fichas nele. A gente o conhece e sabe do potencial dele, espera muita coisa do Shogun. Contra o Lyoto, montei uma tática, e ele foi lá e ganhou. Os caras que lutavam contra Lyoto estavam treinando com americanos, investindo tudo e não conseguiam vencer. Ele foi lá, lutou cinco rounds em uma, e venceu as duas.

Shogun (D), com Dida (E), Serginho Moares e Wanderlei Silva  (Foto: Reprodução / Facebook)

Werdum também em pauta: muitos elogios
Além de falar sobre Shogun, André Dida também destacou a fase atual vivida pelo peso-pesado Fabricio Werdum, que também é treinado por ele. O técnico afirmou que o gaúcho tem tudo para vencer Rodrigo Minotauro no dia 8 de junho e, posteriormente, tornar-se campeão do UFC:
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- Vejo o Werdum favorito, porque está vindo de uma sequência muito boa. Na luta contra o Roy Nelson ele bagunçou muito o cara, fez um trabalho excelente, com um muay thai agressivo, fora o fato de ser um atleta de jiu-jítsu. A fase é muito boa e não tem nada que vá pará-lo agora. Tem um jiu-jítsu que salva contra qualquer um, e o muay thai afiado. Hoje não consigo ver o Werdum derrotado no UFC - finalizou.