Moicano mostra autocrítica após luta vaiada no Jungle: 'Muito a melhorar'

Lutador invicto na organização explica que não queria se arriscar no chão contra Nilson Feijão e que apenas seguiu estratégia traçada para combate

Por Adriano Albuquerque Rio de Janeiro

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Numa noite de combates muito movimentados e de trocação intensa no Jungle Fight 55, neste sábado no Rio de Janeiro, um se diferenciou e foi desaprovado pelo público: a luta vencida por Renato Moicano contra Nilson Feijão, pelos pesos-galos (até 61kg). Apesar de alguns golpes duros desferidos por ambos os lutadores e de muita disputa por posição no chão, os dois tiveram também momentos de muita hesitação e estudo e por vezes ficaram travados na briga por posição na grade e no chão, o que levou o público a vaiar e o presidente da organização, Wallid Ismail, à loucura. O árbitro Douglas Ayres optou por dar dois cartões amarelos para cada lutador por falta de combatividade, resultando na dedução de dois pontos para cada um dos dois. Ao final, Moicano venceu pelo incomum placar de 27 a 26 nos cartões de pontuação de cada um dos três juízes laterais (venceu dois dos três rounds por 10 a 9, mas, na soma total, ambos os lutadores sofreram deduções de dois pontos).

Renato Moicano acerta chute em Nilson Feijão no Jungle Fight 55 (Foto: Adriano Albuquerque)

Após a luta, Moicano estranhou tamanho descontentamento com o combate ("Já vi lutas que foram mais mornas e o pessoal não reclamou tanto", disse), mas reconheceu que a atuação não foi no nível que queria apresentar e serviu para abrir seus olhos.
- Tenho que melhorar em todos os pontos. Na questão de estar por cima, bater melhor. Quando estou por cima, eu tenho ficado muito parado. Acho que tenho que consertar algumas coisas na minha perda de peso. Perdi 15 quilos para esta luta e, para um cara magro como eu, é difícil. Vou fazer uma dieta melhor com meu nutricionista. Sinto que Deus escreve certo por linhas tortas: por mais que eu não tenha vencido com total convicção, Ele me mostrou que eu tenho que melhorar algumas coisas, baixar minha bola, me colocar lá embaixo para depois ficar mais alto - afirmou o peso-galo da Constrictor Team.

Moicano tentou manter a luta em pé para fugir do
jiu-jítsu de Nilson Feijão (Foto: Adriano Albuquerque)

Moicano justificou sua relutância em ir para o chão contra Feijão e a hesitação como parte de sua estratégia, após estudar muitos vídeos do adversário.
- Estava mantendo a estratégia que queria, que era colocá-lo na grade para ter espaço para sair quando ele entrasse em queda. Estudei bastante o jogo dele, sabia que, quando eu colocasse a mão, ele ia querer entrar em queda, então eu estava querendo me manter próximo à grade, para eu conseguir sair ou defender a queda. Tudo fez parte do plano. Não me influencio (pela torcida), porque o que me importa é o resultado, a vitória - argumentou.
Foi a sétima vitória seguida de Moicano, todas no Jungle Fight. Muitos lutadores tiveram oportunidades de disputar o cinturão com menos lutas na organização do que o brasiliense, mas ele se mantém otimista e, novamente, afirma que precisa evoluir.
- Já tinham me prometido o cinturão da (categoria até) 66kg, depois me prometeram o cinturão da 61kg, mas, se você quer saber a verdade, eu não me importo. Não é um cinturão que vai dizer se eu sou bom ou não. O que vai dizer se sou bom são minhas apresentações, e esta apresentação mostrou que tenho muito a melhorar. Se me derem uma oportunidade de cinturão, bom, mas se não, vou continuar trabalhando. Não fiz uma luta excepcional, não pude mostrar tudo o que tenho, mas só tenho uma coisa a dizer: vocês ainda vão ver um campeão - concluiu.