Musa trilha caminho do MMA e sonha em lutar no UFC: ‘Uma estrada longa’
Larissa Freitas, de 23 anos, deixou Florianópolis e foi treinar nos Estados Unidos com o namorado para aprimorar luta, mas lamenta falta de apoio
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Há sete anos, entrou em uma academia na capital catarinense para fazer musculação. Um amigo lutador a incentivou a fazer muay thai. Por causa da dança, Larissa conseguia chutar alto, e impressionou o professor. Mas ao fim da atividade, nada de empolgação. Tomada pelas dores, não queria repetir o treino. Na semana seguinte, voltou ao local, decidida que só ia malhar, para manter a forma, mas foi convencida a ficar.
Nos treinamentos, Larissa é dedicação pura. E não se importa de entrar no octógono com homens. Ex-integrante do Team Tavares, equipe liderada pelo atleta do UFC Thiago Tavares, a lutadora acredita que só tem a evoluir ao dividir o espaço com homens. Além disso, se sente à vontade para ‘soltar o braço’ e descarregar os golpes. Por outro lado, pede para os companheiros um trabalho sério, sem alívio nos chutes e socos.
De olho na evolução, a manezinha deixou Florianópolis e há um mês mora na Flórida. Agora faz parte da equipe Blackzilians, e treina ao lado do namorado Cosmo Alexandre, três vezes campeão mundial de muay thai. O companheiro também será o responsável pela carreira de Larissa, que está aprendendo a lidar com um relacionamento em meio ao mundo das lutas.
- Tem a parte de assédio dos dois lados e de preocupação também, ver a namorada lutando... Mas ele me apoia bastante. Ele está cuidando de mim, vai cuidar da parte de muay thai, então ele vai me ajudar muito – garante Larissa.
Quando comecei foi difícil. Diziam que não era coisa para mulher
Larissa Freitas, lutador de MMA
- Acho que depois que as portas foram abertas para as mulheres, virou um sonho para qualquer atleta. Atualmente só existe a categoria galo para mulheres no UFC até 61kg, e a minha é mosca, 55kg até 57 kg. É um sonho sim, mas uma estrada longa a percorrer. Ainda mais pela falta de apoio. Ela é uma excelente profissional e uma linda mulher (Ronda), acho importante exercer seu trabalho bem, mas sem perder a feminilidade. Mas meus maiores exemplos são quem estão ao meu lado dia a dia – aponta Larissa, que imagina o esporte crescendo no Brasil com o espaço aberto às mulheres.
bonita, admite a atleta (Foto: Diego Madruga)
- Quando eu comecei a treinar foi mais difícil. Diziam que não era coisa para mulher. Sempre tem isso, é mais difícil. Mas hoje em dia a luta é muito marketing. Eles querem ver mulher lutando, mas não mulheres masculinas. Então para mim é melhor. Uma vez o Thiago (Tavares) me disse que era mais fácil me colocar para lutar do que os meninos, pela minha aparência. Eu sei que é um ponto a favor – admite.
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