Público da final: 52% são de fora do Rio, e só 1% recebe salário mínimo

Pesquisa revela que Maracanã recebeu torcida com grau de escolaridade alto e média de 33,3 anos de idade para decisão entre Brasil e Espanha

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

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Uma pesquisa realizada com 434 pessoas que foram ao Maracanã no domingo, para ver a final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha (o público total foi de 73.531 presentes), revelou o perfil dos torcedores que compareceu ao estádio: 52,76% eram de fora do Rio de Janeiro e apenas 1,2% declarou receber apenas um salário mínimo (R$ 678) como fonte de renda por mês.
A pesquisa foi encomendada pela Clave de Fá Pesquisas e Projetos, com consultoria da Aham Comunicação Interativa e da Plus Marketing, em parceria com a Band, e publicada nesta quarta-feira pelo jornal Metro. Vale lembrar que o preço dos ingressos para a decisão da Copa das Confederações variava entre R$ 95 e R$ 418, na venda pelo site oficial da Fifa. Havia ainda pacotes mais caros, com direito a camarotes e área vip. Para 52%, o valor dos bilhetes foi alto, mas 24,7% acharam o preço justo.
Segundo os dados levantados, 72,58% do público presente era formado por homens, enquanto 27,42% era do sexo feminino. A média de idade da torcida foi de 33,3 anos, com a maioria (50,3%) entre 25 e 34 anos.

Torcida faz a festa com o título da Seleção: 73.531 pessoas presentes no Maracanã (Foto: Getty Images)

Chama atenção na pesquisa o levantamento sobre a renda dos torcedores. Apenas 1,2% declarou receber um salário mínimo (R$ 678) por mês. Por outro lado, quase um terço (29,9%) tem renda variando entre 11 e 20 salários mínimos (de R$ 7.470 a R$ 13.570). Outros 25,2% afirmaram ganhar entre 6 e 10 salários mínimos (de R$ 4 mil a R$ 6,8 mil) e 15,9% disseram receber acima de 21 salários mínimos (mais do que R$ 14 mil).
Apesar de muitos cartazes (incluindo uma tentativa de protesto durante a festa de encerramento), 64,8% dos torcedores não participaram de nenhuma manifestação popular recente pelas ruas. Dos 31,80% que moram na cidade do Rio, a Zona Sul (área mais valorizada do município) tem a maioria (37,8%), contra 30,4% da Zona Norte.
Os torcedores foram consultados também sobre os custos dos estádios para a Copa do Mundo de 2014. E a maioria reprovou: 96,8% consideraram o investimento alto (destes, 73,8% consideram as obras desnecessárias).
De acordo com a pesquisa, mais da metada da torcida tinha grau de escolaridade alto: 53,46% com ensino superior completo e 14,29% com pós-gradução. O público era formado por empregados de empresas privadas (47,5%), funcionários do setor público (16,6%), estudantes (10,3%) e profissionais liberais e artistas (10,1%).