Ex-piloto de kart, Mário Israel luta com gritos da esposa como combustível
Compreenvisa com o mau humor do marido durante dieta, Laura divide as atenções com lutadores por conta de sua torcida emocionada no Jungle 56
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- Na verdade eu escuto o córner. Posso estar na maior distância, mas a voz do mestre Gil Cardoso eu escuto. Em relação a ela, sei que ela grita o tempo todo. Eu sinto a energia dela. A energia não é só no dia da luta, é espiritualmente, a concentração de bem antes. Ela faz parte do trabalho, faz minha alimentação, me ajuda nos treinos, vai aos treinos comigo - disse ao Combate.com o lutador de 29 anos.
- É muito difícil. Em termos de dieta, nossa! É patada, ignorância, tudo é descontado em cima da mulher. Quem é casada com lutador sabe o que estou falando. Não é fácil. A gente engole muito. Quando ele começou a lutar, tinha horas em que eu me trancava e chorava, porque tinha que saber que o mau humor dele vinha da falta de comer. Mas foi superado, graças a Deus, e está aí o resultado. E tenho amigos que me dizem: "Meu Deus, mas você chora muito na hora da luta!". Eu digo para eles que não é fácil ver o homem que você ama dentro do octógono. Ele corre o risco de sair daqui machucado, lesionado, com uma lesão para o resto da vida. Não é um esporte calmo, é perigoso. Mas a gente vem com muita fé, sabendo que com Deus tudo é possível.
Laura viu de perto a nona vitória em nove lutas na carreira de Mário. Por incrível que pareça, o peso-galo do Amazonas ingressou de vez no MMA somente no ano passado:
- Vou ser sincero, no estudo nunca fui bom. Sempre fui daqueles que passam arrastado. E em qualquer esporte em que me metia eu me dava bem. E um com que me identifiquei muito foi o MMA. Já fiz paraquedismo, joguei bola, fui profissional de kart. Quando vi o MMA, que estava crescendo, resolvi encarar. Fiz uma luta em 2008. Trabalhava com meu pai, não deu para continuar. Fiquei quatro anos parado. Voltei em 2012, fiz cinco lutas no ano e estou aí.
- Eu corri de kart, iniciei no profissional, mas não cheguei a competir, porque tenho seis irmãos, e todo mundo queria. Aí ficou pesado para o velho, né? Ele falou: "Corre um, ou não corre ninguém". Todo mundo novo e querendo brincar, aí acabou correndo ninguém (risos).
O duelo contra Reginaldo Vieira foi um dos mais disputados até hoje para Mário Israel. O novo campeão saiu com o rosto machucado, apesar da vitória por nocaute, Ele se sentiu ameaçado pelo adversário, mas garante ter mantido a tranquilidade:
- De poucas lutas para cá até me estranho, porque fico muito tranquilo na hora da luta. De tão tranquilo que estou, às vezes me pergunto: será que vou lutar? Eu estava na tranquilidade total, mas esperava um combate nesse estilo ou pior. Imaginava que ele viria para botar para baixo logo de cara, mas ele trocou bem e acertou vários golpes que eu senti. Tenho queixo bom e estou sempre confiante na minha mão. Sou humilde, mas tenho que falar que estou derrubando geral aí - disse ele, que nunca venceu por pontos (seis nocautes ou nocautes técnicos e três finalizações).
Muito religioso, Mário ficou triste quando viu que não teria tempo para fazer seus agradecimentos na televisão, principalmente a Deus, mas se tranquilizou no contato com o Combate.com:
- Quero agradecer a Deus. Foi merecimento meu, mas com a ajuda Dele. Sou muito grato a isso. Tenho muita coisa a cumprir de promessas. Queria agradecer também ao Amazonas. Tive uma torcida imensa. A galera mandu mensagem: "O Amazonas está em peso assistindo. Manaus parou". E claro, à academia Top Life, minha família, meu pai, meus irmão, e ao Felipe, meu preparador físico. Minha família é unida, e este é o resultado.
- Não sei se sou o próximo, mas sei que vou estar lá - afirmou.
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