Lembra Dele? Aldo vê Flu só com 1% de chance de escapar da B: 'Mas dá'
Campeão brasileiro em 1984 com Branco e Ricardo Gomes, ex-lateral, hoje técnico no Amapá, treina sub-17 do Santos-AP e critica jogadores do Tricolor
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- Acho que o Fluminense vai ter muita dificuldade para permanecer na Primeira Divisão. Diria que tem apenas 1% de chance de escapar. Além de fazer a sua parte (vencer o Bahia), ainda vai ter que torcer por outros resultados. Quando você depende de terceiros, é complicado. Mesmo assim, com este 1% de chance, continuo acreditando e torcendo. Basta o time ter união, espírito de vitória, além do apoio total dos seus torcedores.
Ciente de que defendeu e honrou a camisa tricolor com a toda a dignidade durante a sua passagem pelo Flu, Aldo vê a atual situação como consequência de sucessão de erros.
- Muitos jogadores que estão lá só pensam em dinheiro, enquanto outros foram vendidos e o time ficou sem entrosamento. Isso sem falar na troca de técnicos e na contusão do Fred. A equipe desandou - ponderou.
(Foto: Gabriel Penha/GE-AP)
O começo de tudo
Nascido no próprio bairro Trem, Aldo começou a carreira aos 17 anos no clube União. Pouco tempo depois se transferiu para o Esporte Clube Macapá para ficar junto dos irmãos, que também jogavam no Azulino - entre eles, Bira, também campeão brasileiro pelo Internacional, em 1979.
- Foi uma época de dificuldades, quando o esporte ainda era amador. Para poder jogar tinha de pedir aos pais todo o material - relembrou.
Mas foi no ano seguinte, em 1982, que a carreira do jogador começou realmente a deslanchar justamente após uma derrota do Paysandu para o Fluminense por 4 a 1, no Maracanã. Apesar do resultado negativo, Aldo se destacou naquele jogo e acabou recebendo o convite para compor o elenco do Tricolor carioca.
- Eu tremi. Ser convidado para integrar um time de ponta como o Fluminense era demais para um jogador do Amapá. Confesso que fiquei muito nervoso, tinha aquela coisa de mudar para uma cidade grande, mas não podia desperdiçar a oportunidade - recordou.
Título brasileiro e sonho interrompido
Pouco depois de chegar ao clube, o Fluminense dispensou grande parte do elenco, mas o ex-lateral permaneceu e ajudou o clube a conquistar o tricampeonato estadual nos anos de 1983, 1984 e 1985, além de duas Taças Guanabara (1983 e 1985). Nesse período, ele também conquistou o maior título da carreira: o de campeão brasileiro em 1984. Aldo brilhou num time que tinha estrelas como Branco, Ricardo Gomes, Deley, Assis, Washington, Paulo Vítor e Romerito, além do técnico Carlos Alberto Parreira. Ao todo, foram 211 partidas pelo clube das Laranjeiras.
- Tudo estava encaminhado, até mesmo o passaporte. Infelizmente, o sonho de defender a camisa do Brasil acabou com aquela lesão - emocionou-se Aldo ao falar sobre o assunto.
Após um ano parado, o jogador voltou aos gramados para atuar em clubes como Vitória e Sport. Coincidência ou não, Aldo encerrou a carreira no Paysandu em 1996, onde tudo começou. Hoje, mesmo quase 30 anos depois do título brasileiro, ainda é respeitado e homenageado pelo Fluminense.
- Sempre recebo passagens para ir ao Rio. O clube festeja seus ex-atletas. É muito bom saber que eu, um jogador do Amapá, estou entre os 100 melhores jogadores da história do clube - disse o ex-jogador.
Categorias de base
Para Aldo, um bom futebol depende do investimento nas categorias de base. Atual treinador do time sub-17 do Santos-AP, ele acredita que só investindo em novos talentos é possível fortalecer as competições locais, como o Campeonato Amapaense, e ascender para o cenário nacional.
Defensor da profissionalização do futebol no Amapá. Aldo afirmou que a falta de postura dos próprios atletas não incentiva os clubes a respeitarem os direitos dos jogadores.
- Quando começarmos a valorizar nossos jogadores, a torcida voltará ao estádio. Jogador profissional não tem de jogar pelada, pois o torcedor não vai pagar para ver jogar o atleta que já viu na pelada. Tem que ser profissional, mostrar a importância de seu trabalho, mas com vida regrada, disciplina e responsabilidade - reiterou.
Nos treinos do Sub-17 do Santos, essa cobrança com a garotada fica evidente. Mal sabem os jovens que são privilegiados por serem treinados por um jogador que levou o nome do Amapá para o futebol nacional.
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