Vitor Belfort pode ser licenciado para lutar em Las Vegas, diz diretor
Líder da Comissão Atlética de Nevada, Keith Kizer lembra que carioca lutou na cidade em 2011, mas se mostra reticente sobre isenção para uso de TRT
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Em entrevista ao Combate.com, todavia, Kizer afirmou que vem sendo mal interpretado. Com boatos de que o UFC estaria planejando a luta entre Belfort e o atual campeão dos pesos-médios, Chris Weidman, para Las Vegas, o líder da NSAC negou que o brasileiro seria impedido de lutar no estado. Ele explicou que o ex-campeão peso-meio-pesado do UFC precisaria comprovar que sua deficiência de testosterona não tem relação com uso anterior das chamadas "drogas de melhora de rendimento", ou "drogas de performance", mas se mostrou aberto a analisar o caso do carioca.
Como Belfort comprovará isso, o próprio Kizer não sabe. O diretor médico da Comissão Atlética Brasileira de MMA, Dr. Márcio Tannure, já declarou anteriormente ser difícil determinar as causas de uma deficiência. O lutador, todavia, já usou como argumento o fato que Chael Sonnen, flagrado em 2010 por níveis elevados de testosterona na Califórnia, recebeu uma isenção para uso de TRT da comissão de Nevada nos últimos dois anos. Kizer admitiu que não esperava, no início do processo, que Sonnen conseguiria a permissão, mas disse que a NSAC decidiu conceder a isenção após uma extensa investigação.
- A informação médica que recebemos indicou que não era devido a uso anterior de drogas de performance. Mas cada paciente é diferente, tem um passado diferente, uma situação presente diferente. Temos de tratar caso a caso, não dá para tomar uma decisão mútua, com conclusões arbitrárias. Chael Sonnen teve de nos dar umas 200 páginas de documentos que nossos médicos analisaram. Falamos com especialistas, buscamos informações adicionais sobre o Chael. Esse foi um caso em que não teria ficado surpreso, na época, se a comissão tivesse dito não, mas seu manager, Jeff Mayer, fez um ótimo trabalho em reunir todos esses documentos e levá-los à comissão. Médicos diferentes analisaram, e chegaram à decisão de dar a isenção com exames adicionais. Fizemos muitos testes de sangue e urina nele antes da luta, e ele colaborou completamente. Ele foi o único lutador para quem demos uma isenção, em qualquer esporte, em todo o último ano, e ele teve de passar por todos esses obstáculos. Não vejo um paralelo entre os dois, mas ele é livre para usar esse argumento. Nós sempre tivemos uma boa relação com Vitor Belfort, mas não vamos esquecer que ele lutou aqui sob influência de drogas de performance nos seus dias de Pride - afirmou Kizer.
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Vitor Belfort foi flagrado por uso de um composto de testosterona em 2006, em sua primeira luta contra Dan Henderson, pelo Pride, em Las Vegas. Mesmo que não tenha a isenção para uso de TRT concedida, o brasileiro pode ser submetido a um novo e rigoroso protocolo de exames antidoping, usado pela NSAC no MMA pela primeira vez no UFC 168, no último fim de semana. Os escolhidos foram os pesos-pesados Travis Browne e Josh Barnett - esse último, pego por uso de substâncias ilícitas em 2002, quando conquistou o cinturão do UFC ao derrotar Randy Couture.
Apesar da resistência ao caso de Belfort e de frisar que a NSAC só cedeu seis isenções para uso de TRT em toda a sua história, Keith Kizer defendeu a terapia como um tratamento legítimo e alertou para os riscos da deficiência de testosterona para homens.
- É algo que precisa ser tratado muito seriamente. A política que puxamos da Wada tem sido bem sucedida até aqui. Acho que muitas pessoas não entendem, presumindo que tudo é legítimo, o quão grande é o risco para uma pessoa - esqueça o atleta, mas uma pessoa - com deficiência de testosterona. Não é alguém apenas com testosterona baixa, mas abaixo do normal. O tipo de complicações que isso pode trazer, no presente e no futuro. Não é uma analogia exata, mas às vezes comparo com os diabéticos. Insulina pode ser uma droga de performance se você abusar dela e não usá-la corretamente. Mas você não diria necessariamente para alguém, especialmente um jovem atleta, "Ei, você não pode praticar o esporte porque você é diabético". Você precisa ser mais vigilante, é muito mais trabalho, muito mais chateação pela qual você tem que passar, e não só o atleta, mas eu mesmo, os médicos, os comissários, os promotores, com o monitoramento, os testes. Mas temos que ser justos com esses atletas que têm uma condição médica, ver se há uma forma de eles se tratarem, sem colocá-los em risco e sem dar a eles uma vantagem. Precisa ser monitorado apropriadamente - concluiu.
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