Weidman aprova atuação: 'Achei que meu desempenho foi realmente bom'

Campeão dos médios não liga para destaque maior para lesão de Anderson
e já pensa na sequência: 'Belfort é o mais perigoso porque é o próximo'

Por Klima Pessanha e Leo Velasco Rio de Janeiro

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Chris Weidman conseguiu o feito de derrotar duas vezes aquele que é considerado por muitos o melhor lutador de MMA de todos os tempos, Anderson Silva. Mas em ambos os casos, situações envolvendo o brasileiro acabaram ganhando mais espaço na mídia do que as atuações do americano. Na primeira, o exagero do Spider em relação às provocações foram o destaque principal. Na segunda, o ex-campeão fraturou a perna durante o combate, "roubando" mais uma vez as atenções.
Mas Weidman está bem tranquilo quanto a isso. Ele tem a consciência de que dominou os dois combates até eles terminarem. E que o que aconteceu com Anderson nas duas ocasiões em nada tirou o brilho de seus triunfos. Pelo menos foi isso que ele deixou bem claro em entrevista ao Combate.com.
- Achei que meu desempenho foi realmente bom. Eu não queria que a luta terminasse da maneira que terminou, com ele quebrando a perna, com dor e sofrendo uma lesão séria. Mas até aquele momento eu estava dominando a luta - disse o americano por telefone.
O americano falou também sobre o seu futuro no UFC, revelou que já está de olho em Vitor Belfort e que tentou entrar em contato com Anderson Silva para saber da situação da lesão na perna do adversário.
Confira abaixo a entrevista completa:
COMBATE.COM: A lesão de Anderson Silva na segunda luta acabou ganhando mais destaque do que sua atuação. O que achou de sua apresentação?
Chris Weidman: Achei que meu desempenho foi realmente bom. Eu não queria que a luta terminasse da maneira que terminou, com ele quebrando a perna, com dor e sofrendo uma lesão séria. Mas até aquele momento eu estava dominando a luta e senti que se ela continuasse eu iria terminá-la (por nocaute ou finalização). Eu me senti muito confortável em cada aspecto. Eu me senti confortável no chão, o derrubei uma vez. Senti que não havia onde ele pudesse me machucar na luta e estava muito confiante. Com isso tendo sido dito, gostaria que o Anderson Silva não tivesse se machucado como aconteceu.

Weidman acredita que, se a luta com Anderson Silva continuasse, ele venceria (Foto: Getty Images)

Algumas pessoas dizem que na primeira luta Anderson Silva perdeu porque entrou confiante demais e que na segunda a derrota foi por conta da perna quebrada. Nunca te dão crédito suficiente. Isso te deixa chateado?
Não, estou tranquilo, foi um acidente. Não importa o que eu faça, vai haver pessoas que duvidam de mim. Eu, estando no octógono, sei a verdade, sei quando sou um lutador melhor.
Na primeira luta, você disse que Anderson conseguiu te abalar um pouco com as provocações. Desta vez ele não fez isso. Essa mudança de postura dele te deixou mais à vontade no octógono?
Não sei, não me importei com o que ele estava fazendo. Lutei tudo que tinha para lutar na primeira e na segunda vez. O que ele não conseguiu fazer comigo na primeira foi me observar. Na segunda, eu já consegui controlá-lo.
Sobre esta segunda luta, desta vez você buscou mais o ground and pound e não tentou finalizações. Isso foi fruto de uma estratégia diferente ou foi porque o Anderson fechou a guarda e dificultou as suas transições no solo?
Minha meta foi a mesma, mas cada luta é diferente. Eu me senti bem com a estratégia no início e continuei com ela.

Chris Weidman agora só pensa em Belfort, seu
próximo adversário no UFC (Foto: Reuters)

Você corre o risco de enfrentar quatro brasileiros na sequência: Anderson Silva, Vitor Belfort, Ronaldo Jacaré e Lyoto Machida. Os quatro têm estilos completamente diferentes um do outro. Qual é o que pode te levar maior perigo?
Eles são todos perigosos no jeito deles, mas as pessoas estavam mais interessadas na revanche (contra Anderson Silva). Mas Vitor Belfort é o mais perigoso porque é quem vou enfrentar na próxima luta.
Depois de bater Anderson duas vezes, você se sente confortável para lutar no Brasil? Acha que a torcida não iria receber você bem aqui?
Não sei, ainda não pensei nisso, mas tenho certeza que teria muita gente apoiando quem fosse lutar contra mim. Mas agora já estou focado na luta contra o Vitor Belfort em Las Vegas.
Em uma entrevista pós-luta, você chegou a mencionar uma lesão no menisco. É algo que pode atrasar sua luta contra Vitor Belfort?
Acho que não. Vou ao médico nesta segunda-feira e me sinto bem agora. Só quero fazer uma avaliação (no joelho), mas vou estar pronto para a luta sem atrasos.

Weidman disse que tentou falar com Anderson
Silva, mas não conseguiu (Foto: Getty Images)

Muitos lutadores chegam ao auge da carreira com um título e batendo o grande nome da categoria. Você é o campeão e bateu duas vezes o lutador que muitos consideram o melhor de todos os tempos. Qual seu maior objetivo no UFC? O que te motiva agora? Pensa em mudar de categoria no futuro pensando em novos desafios?
Bom, pretendo ficar por agora no peso-médio, com o cinturão. Se acontecer (de lutar em outra categoria), aconteceu, mas por agora estou aqui. Quero os maiores desafios que há para mim no MMA.
Você disse que sentiu muito pela maneira como a luta acabou. Já falou com o Anderson Silva depois da luta?
Tentei entrar em contato com ele, falei com o empresário dele. Espero que esteja bem, esteja melhor. Tentei falar com ele algumas vezes, falei com o Dana (White, presidente do UFC) sobre ele, falei com o empresário, mas não falei com Anderson. Não tenho certeza se ele queria falar comigo. Eu me assegurei de que ele estava bem.