Videogame, piadas e poesia: na Vila Olímpica, Time Brasil se sente em casa
À vontade, jovens brasileiros criam clima descontraído em Nanquim: "O sonho de qualquer atleta está no meio dessa experiência", diz Anderson, dos 400m rasos
É o caso de Matheus Santana, da natação, e dos meninos do atletismo. O prodígio brasileiro espanta a ansiedade no videogame, no andar de convivência criado pelo COB. Do outro lado, Kelves Santos, 16 anos, do salto em distância, quando não está fazendo as vezes de piadista com os colegas do atletismo, prefere exercitar a escrita. Estilos e escolhas que vão conviver juntos até o dia 28, quando acabam as Olimpíadas da Juventude.
O COB separou os jovens pelo critério de participação na competição. Atletas que competem no mesmo dia ou em sequência ficam nos mesmos apartamentos, com quartos para duas ou três pessoas, e uma sala, além de dois banheiros. Não há cozinha, já que todos fazem suas refeições no refeitório comunitário, com atletas de outros 203 países, e as roupas são lavadas em uma lavanderia self-service e comunitária. Quem não usar o serviço pode pagar para tê-lo.
- É cada um por si, não tem moleza. Tem uma lavanderia lá embaixo, você lava a roupa, seca, é cada um por si - disse Danilo Goulart, de 17 anos, do salto em altura.
Danilo divide quarto com Kelves, do salto em distância. Seu companheiro, de 16 anos, é o poeta da turma. No quarto, tem um caderno onde escreve suas experiências em Nanquim e nas competições de que participa. E quase uma dúzia de perfumes.
- Eu gosto de me perfumar e também de escrever bastante. Na escola tenho aula de filosofia, então levo a sério para escrever coisas que estão acontecendo comigo e que sinto, e tenho muito ainda a escrever. O caderno ainda tem muito espaço. Ainda tenho até o dia 28 para escrever - contou Kelves.
- Eu sou lançador né, meio gordo, tenho que fazer uma forcinha. O chocolate está liberado para mim - brincou.
COB monta quartel-general
saiba mais
Na Vila Olímpica, o Comitê Organizador oferece aos países
participantes toda a estrutura necessária para intervenções médicas e
afins. O Comitê Olímpico do Brasil (COB), porém, preferiu montar seu
próprio quartel-general. Um dos cinco andares disponibilizados em
Nanquim tornou-se escritório, ambulatório, e área de convivência entre
os atletas, onde toda a delegação pode interagir e se divertir.
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