Homem confessa ter ateado fogo na casa da jovem que ofendeu Aranha
Preso à tarde na Zona Norte de Porto Alegre, ele prestou depoimento na delegacia
- Na presença de seu advogado, ele confessou o crime. Disse que havia ingerido bebidas alcoólicas e que se sentia com nojo do que ela havia feito. Usou um isqueiro - contou o delegado.
Segundo Baldin, o homem foi identificado por uma testemunha e foi detido na Zona Norte de Porto Alegre. A polícia afirma que ele mora próximo da residência de Patrícia. O suspeito tem 28 anos, trabalha como eletricista e apresenta queimaduras na mão direita. Já foi condenado por porte ilegal de arma de uso restrito e tráfico de drogas e também tem no histórico uma fuga do regime semiaberto. Em prisão domiciliar desde o dia 22 de maio deste ano, recebeu liberdade condicional na quinta-feira. Alegou, entretanto, não saber do fato.
Ele negou parte da versão de uma testemunha, que disse ter visto um guarda-chuva em chamas no relógio de luz da residência no momento do incêndio.
- Ele só nega o que a testemunha disse ter visto, dele usando guarda-chuva para mexer na caixa de energia. Ele disse que trabalhou hoje e que, depois, iria procurar atendimento médico. A mão dele está bastante machucada - acrescentou o delegado.
Vizinhos teriam alertado familiares de Patrícia. De acordo com um dos irmãos da torcedora, o fogo começou na frente da residência. Moradores da região perceberam e apagaram antes que as chamas pudessem atingir o interior da casa. Rossato relatou que, nos últimos dias, esteve no local retirando pertences da jovem e populares jogaram pedras contra as paredes e gritaram "racista".
Diante da repercussão do caso, Patrícia evitou dormir em casa nos últimos dias. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação. Na última semana, a torcedora prestou depoimento à polícia e fez um pronunciamento à imprensa. Negou ser racista e pediu perdão ao goleiro Aranha.
- Eu quero pedir desculpas para o goleiro Aranha, desculpa mesmo, perdão de coração. Não sou racista. Aquela palavra macaco não foi racismo da minha parte. Não teve intenção racista. Foi no calor do jogo, o Grêmio tava perdendo. Peço desculpas pro Grêmio, para a nação tricolor, não queria nunca prejudicar o Grêmio. Desculpas para o Aranha. Perdão, perdão, perdão mesmo - declarou.
As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro tiveram outro desdobramento. Em julgamento na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, por unanimidade, excluir o Grêmio da Copa do Brasil. No primeiro duelo das oitavas de final, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0. O jogo de volta já havia sido suspenso até o julgamento do caso no STJD.
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