Família de jornalista argentino morto na Copa faz campanha por justiça
Noiva de Jorge López, que perdeu a vida em São Paulo ao sofrer acidente durante perseguição policial, recebe apoio de Maradona, Simeone e Robinho, entre outros
Repórter do jornal "Marca" em Madri, Verónica acusa a polícia brasileira de mentir sobre alguns detalhes do caso, como a data da morte, e que não recebeu apoio de nenhuma autoridade brasileira, da Fifa ou do Comitê Organizador Local da Copa (COL). De acordo com Verónica, as armas dos ladrões foram colocadas dentro da mochila de Jorge - e a família só soube disso quando foi buscar os pertences do argentino na delegacia.
Jorge, de 38 anos, estava no Brasil trabalhando para a rádio "La Red" e o jornal "Olé", da Argentina, e o jornal "Sport", da Espanha. Ele morreu em um acidente de carro na madrugada do dia 9 de julho. Porém, na certidão de óbito do argentino consta como 8 de julho - o documento foi emitido pelo Registro Civil das Pessoas Naturais, 1º Distrito, Guarulhos-SP.
Jorge era chamado pelos amigos pelo apelido Topo, nome que aparece na campanha criada por Verónica. O repórter foi um dos primeiros a entrevistar Lionel Messi, quando começava no Barcelona, e depois virou amigo do craque. A jornalista afirmou que pretende processar os responsáveis pela morte do noivo. O repórter estava em um táxi que colidiu com um carro usado por três bandidos em fuga da polícia, na Avenida Tiradentes. Ela acusa a polícia de imprudência e de também ser responsável pela morte.
- Entendemos que longe de zelar pela segurança, o proceder da polícia não foi só imprudente como causou a morte do meu marido. Depois do acidente, a polícia correu atrás dos bandidos que se meteram no hotel Íbis armados. Os jornalistas argentinos avisaram que os marginais entraram armados no hotel e a polícia teve uma reação violenta com os jornalistas. Queremos justiça porque ninguém vai devolver a vida do meu marido. Ninguém vai devolver o pai aos meus filhos. Mas acreditamos que quem o matou deve cumprir pena - disse Verónica.
Outra reclamação da noiva é que ninguém da polícia, do governo brasileiro, da Fifa ou do COL teria entrado em contato com a família para dar a notícia da morte de Jorge. Verónica soube do acidente por uma mensagem de Diego Simeone pelo Twitter, oito horas depois da tragédia. Na hora da batida, o jornalista estava com a credencial do Mundial no pescoço, além de ter um cartão com os dados do hotel no bolso, diz ela.
Dois dos três assaltantes que provocaram o acidente que matou Jorge estão presos. Mas um está solto por ser menor de idade.
O GloboEsporte.com enviou emails para a Fifa e o COL a respeito do caso e aguarda o retorno das entidades. A Secretaria de Segurança Pública prometeu prestar esclarecimentos sobre o caso até terça-feira.
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