Lutadora de MMA protesta nua em rua de Porto Alegre e pede ajuda
Betina Baino, que foi encaminhada a uma unidade de saúde, perdeu a sua última luta profissional, disputada em agosto deste ano
Ao ser questionada por um repórter da RBS TV que passava pelo local, ela disse que estava fazendo um "desabafo" ao andar nua pela cidade e que a atitude era "natural" (assista ao vídeo)
- Eu não estou sem roupa, estou natural. O que não é natural é a gente não ter saúde. O que não é natural é uma atleta se tornar prostituta para sobreviver. O que não é natural é uma prostituta que devia ser rica virar sem-teto. Eu acho normal sair sem roupa porque eu sou saudável, sou bonita - disse à reportagem.
- É um desabafo. No MMA, eu tinha oportunidade de revidar, porque eu estou preparada para estar lá. Eu sei o que vai vir pela frente. Agora, quando eu não tenho a mínima condição de contar com o meu governo. Sem segurança, sem alimento, sem moradia. Então, eu queria fazer um protesto pedindo para a presidente Dilma. Eu não sei. Eu peço que ela peça a nossa ajuda para a gente fazer a coisa melhor - afirmou.
De acordo com a Brigada Militar, a mulher foi abordada na Plínio Brasil Milano, quando caminhava em direção à Avenida Carlos Gomes. Segundo a corporação, ela foi abordada por policiais e conduzida até um posto de atendimento médico no Bairro IAPI para ser submetida a uma avaliação psicológica. A polícia foi alertada por moradores e motoristas que passavam pelo local.
Técnico mostra apreensão
O ex-treinador da lutadora diz que está preocupado com ex-aluna e amiga. O professor de lutas Pércio Rodrigues conta que conhece Betina Baino há pelo menos 15 anos e que teve o último contato na semana passada, quando foi informado que ela estava trabalhando no interior do Rio Grande do Sul e que estava bem. Na quinta-feira, ele foi surpreendido ao ver as notícias sobre o ato da ex-aluna.
- Estou bem preocupado. Fiquei surpreso. Mas vamos ver, tomara que ela se saia bem. De repente precisa de um tratamento, se está com problema psicológico. O esporte ajuda, mas quando se trata de saúde mental, é bom procurar auxílio - comentou.
Conforme Pércio, Betina começou a lutar em 2011. Entretanto, após participar de cinco combates em nove meses em 2014, ela disse que precisava descansar. Há algum tempo, ela teria procurado outro professor para seguir os treinamentos, mas os dois nunca perderam o contato.
O treinador relata que Betina tinha potencial para seguir no esporte. Treinava duro e demonstrava gostar de competir. Mas as dificuldades para conseguir patrocínio a desanimaram. Mesmo assim, o motivo para o protesto da mulher é desconhecido pelo amigo.
- Ela se preparou muito bem. Imagina, a cada um mês e meio ela lutava. Isso é muito difícil. Treinava com homem, com equipes fortes do estado. Só que se decepcionou pela falta de incentivo no esporte. A pessoa que quer praticar um esporte profissional quer ser remunerada por isso - avalia.
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