Slater dá show, mas condições ruins adiam bateria de Medina em Pipeline
Americano vence havaiano Reef Mcintosh na repescagem, avança à terceira fase e
segue na luta por 12º título mundial. Pupo, Filipinho e Jadson também se classificam
Após perder na estreia para o australiano Adam Melling, com uma virada nos últimos segundos, Kelly Slater deu um show na repescagem para a terceira fase e continua vivo na luta pelo 12º título mundial, no Havaí. No entanto, se Gabriel Medina
avançar para a quarta fase, acaba com as chances do americano. O vento
forte atrapalhou os surfistas na última etapa do Circuito Mundial de
Surfe (WCT), em Pipeline, e a organização optou por paralisar as
disputas após a segunda fase, em um dia ensolarado de ondas pesadas, de 5
a 6 metros. Slater foi um dos que reclamaram das condições ruins e
contou
que preferia não ter competido. Alguns atletas se machucaram na bancada
havaiana nas inúmeras "vacas" (caldos) do dia, marcado por muitas
pranchas quebradas. A organização do evento esperou por mais de uma
hora, a fim de ver a evolução da maré, mas, às 21h55 (de Brasília, 13h55
local), decidiu pelo adiamento. A próxima chamada será no domingo, às
15h30 (de Brasília).
Os brasileiros Miguel
Pupo, Filipe Toledo e Jadson André venceram suas baterias pela
repescagem e também asseguraram a vaga na terceira fase, enquanto Raoni
Monteiro se despediu da elite do surfe após uma temporada ruim, sem
vencer uma bateria sequer.
Em busca do histórico
título mundial para o Brasil no surfe, Medina volta à agua na sexta
bateria da terceira fase em uma prova de fogo contra o local Dusty
Payne. O havaiano, campeão da primeira joia da Tríplice Coroa Havaiana,
em Haleiwa, é muito perigoso nos tubos de Pipeline. Slater e Mick Fanning
também disputam o caneco. O australiano mede forças com o francês
Jeremy Flores, enquanto o americano enfrenta o brasileiro Alejo Muniz.
Atual
campeão do Pipe Masters e dono de
sete vitórias na “Meca” do surfe, Slater foi o primeiro a competir neste
sábado. A organização optou por um sistema idealizado por ele em 2007:
duas baterias ao mesmo tempo, para poupar tempo. Cada duelo tinha 40
minutos, em vez de 30, e a primeira dupla a entrar na água ficava os 20
minutos iniciais com prioridade.
Slater entrou nervoso e demorou a se
encontrar. Foram algumas “vacas” até achar uma onda.
O local Reef Mcintosh, que entrou na disputa pela triagem, vencia por
5,27 a 2,63. Demorou, mas o mito acordou. Após entubar uma onda com
muita velocidade e equilíbrio, arrancou um 7,43 dos juízes e entrou para
o jogo. Em seguida, encontrou outro belo tubo com profundidade e
desapareceu atrás da onda. Saiu com estilo e finalizou com um aéreo,
levando o público ao delírio. Com um 9,57 na melhor onda, o americano somou 17,00,
contra 7,00 do havaiano.
- Estava ventando muito, eu
preferia que não tivesse competição hoje, porque está muito difícil de
surfar. Mas eu fiz de tudo para conseguir pegar boas ondas. Faltavam
cinco minutos e eu precisava tomar as decisões certas. Por sorte, eu
consegui. No fim da bateria, tínhamos as mesmas opções e tivemos que
tomar as mesmas decisões. Foi desafiador Tive que controlar os ânimos,
continuei tentando e acabei conseguindo encontrar boas ondas. Reef não
estava pressionado por resultados, apenas procurou boas ondas. É
um grande surfista de ondas grandes - disse Slater.
As ondas
perfeitas de Pipeline são o sonho todos os surfistas
profissionais, porém, podem ser perigosas. Nem
mesmo os mais experientes são capazes de fugir da força do mar. Em uma
das "vacas" que levou, Slater sentiu a costela, mas, nada que o
atrapalhasse em seu caminho. Já o sul-africano Jordy Smith deslocou o
ombro ao ser engolido por uma onda, abandonou e foi para um hospital da
região. Quem se deu bem com isso foi Dusty Payne, que ficou livre,
melhorou a sua pontuação, somou 4,30 e superou Jordy no critério de
desempate (melhor nota da bateria, um 3,03 contra um 3,00 do
sul-africano).
O
melhor brasileiro do dia foi Jadson André. O atleta da vila de Ponta
Negra pegou um tubo e agradou os juízes e o público, que bateu palmas e
comemorou a principal manobra do surfe. Apenas com a nota 9,37 que
tirou, ele venceria oito das nove baterias já encerradas na repescagem.
Ele só não teve um somatório maior do que Slater. Com 12,70, Jadson
despachou o português Tiago Pires, que não conseguiu se encontrar e foi
eliminado, com 2,73.
Ema
uma bateria verde-amarela, Miguel Pupo levou a melhor sobre Raoni
Monteiro: 7,17 a 4,13. Filipe Toledo, o Filipinho, que terminou o ano
como líder do WQS (Divisão de Acesso), precisou de 7,64 para derrotar o
irlandês Glenn Hall.
- As ondas estavam difíceis, com
muito vento. Fiquei feliz que consegui acertar um aéreo, essa é uma
onda tubular. O mar está perigoso - disse Filipinho.
baterias da Terceira fase
1. John John Florence (HAV) x Adam Melling (AUS)
2. Owen Wright (AUS) x Fred Patacchia (HAV)
3. Michel Bourez (TAH) x Matt Wilkinson (AUS)
4. Josh Kerr (AUS) x Jadson André (BRA)
5. Miguel Pupo (BRA) x Filipe Toledo (BRA)
6. Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)
7. Kolohe Andino (EUA) x Julian Wilson (AUS)
8. Bede Durbidge (AUS) x Adrian Buchan (AUS)
9. Mick Fanning (AUS) x Jeremy Flores (FRA)
10. Joel Parkinson (AUS) x Sebastien Zietz (HAV)
11. Nat Young (EUA) x Kai Otton (AUS)
12. Kelly Slater (EUA) x Alejo Muniz (BRA)
2. Owen Wright (AUS) x Fred Patacchia (HAV)
3. Michel Bourez (TAH) x Matt Wilkinson (AUS)
4. Josh Kerr (AUS) x Jadson André (BRA)
5. Miguel Pupo (BRA) x Filipe Toledo (BRA)
6. Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)
7. Kolohe Andino (EUA) x Julian Wilson (AUS)
8. Bede Durbidge (AUS) x Adrian Buchan (AUS)
9. Mick Fanning (AUS) x Jeremy Flores (FRA)
10. Joel Parkinson (AUS) x Sebastien Zietz (HAV)
11. Nat Young (EUA) x Kai Otton (AUS)
12. Kelly Slater (EUA) x Alejo Muniz (BRA)
baterias da segunda rodada/ repescagem
2: Michel Bourez (TAH) 5,00 x Makai McNamara (HAV) 3,17
3: Jordy Smith (AFS) 4,30 x Dusty Payne (HAV) 4,30
4: Nat Young (EUA) 8,50 x Mitch Coleborn (AUS) 4,77
5: Miguel Pupo (BRA) 7,17 x Raoni Monteiro (BRA) 4,13
6: Filipe Toledo (BRA) 7,64 x Glenn Hall (IRL) 7,07
7: Adrian Buchan (AUS) 3,47 x Travis Logie (AFS) 1,43
8: Kai Otton (AUS) 7,16 x Brett Simpson (EUA) 6,83
9: Fredrick Patacchia (HAV) 6,90 x Mitch Crews (AUS) 1,57
10: Jadson André (BRA) 12,70 x Tiago Pires (PRT) 2,73
11: Julian Wilson (AUS) 4,50 x 0,84 Dion Atkinson (AUS)
12: Matt Wilkinson (AUS) 4,13 x 3,24 Aritz Aranburu (ESP)
o que medina precisa para ser campeão
- se for eliminado na quinta fase => Mick Fanning não pode chegar à final;
- se for eliminado nas quartas ou nas semifinais => Mick Fanning não pode vencer a etapa;
- se chegar à final => conquista o título, independentemente da campanha de seus rivais
Nenhum comentário:
Postar um comentário