Com direito a “selfies”, Tardelli se despede do Galo, mas promete volta
Jogador relembra passagem vitoriosa pelo alvinegro e elege gol frente ao arquirrival como momento mais especial entre todos
Logo em seguida, Diego Tardelli concedeu sua última entrevista coletiva no centro de treinamentos, falou sobre a nova experiência na China, comentou sobre a passagem vitoriosa pelo Galo e elegeu o momento mais importante nesses 219 jogos: obviamente, o gol frente ao arquirrival Cruzeiro (confira no vídeo abaixo), que garantiu o título inédito da Copa do Brasil no final do ano passado.
- O gol contra o Cruzeiro na final da Copa
do Brasil. A ficha não vai cair nunca porque a torcida me pedia esse título.
Conquistamos em cima deles, veio num momento especial da minha carreira, o
último gol que fiz foi contra o Cruzeiro, por isso é especial e vai ser
lembrando para o resto da minha vida por mim e pelos atleticanos.
Com gosto tão especial por marcar frente
ao Cruzeiro, Tardelli garantiu que se retornar ao Brasil para jogar, o destino
não será outro, que não a Cidade do Galo.
- Pretendo voltar para o Atlético, não me
vejo voltar para o Brasil jogando em outro clube que não seja o Atlético, isso
é certo. E se eu voltar para o Brasil o Atlético será minha primeira opção.
Pretendo encerrar minha carreira aqui, tenho tempo de pensar isso, mas penso
sim. E olha, nem saí ainda e já penso em voltar para o Atlético.
Além de eleger o gol contra o rival como o
momento mais especial e vislumbrar o retorno, Tardelli falou sobre os desafios
que terá pela frente do outro lado do mundo.
saiba mais
- Adaptação, nova cultura, um país
totalmente diferente do que estamos acostumados, talvez esse seja o desafio.
Futebol é igual em todos os lugares, o problema será a adaptação com a família,
as crianças, a língua que ninguém entende, mas vou procurar me adaptar. Tenho
experiência de sobra e estou preparado para o desafio. Será minha quarta saída
para fora e tive uma maturidade grande. Estou bem preparado para isso e espero que
minha família também esteja.
Confira outros trechos da última entrevista
de Diego Tardelli na Cidade do Galo:
Despedida dos companheiros
- Os últimos momentos são complicados
porque a convivência com todos foi coisa de irmão, família mesmo, e aproveitei esse
tempinho para bater um papo, ouvir as últimas piadas do Pierre, porque acredito
que não vai ter isso na China. Mas, por outro lado, fico feliz de poder ter esse
novo contrato com o Shandong, mais uma etapa na minha vida, e saio feliz, de
cabeça erguida, com dever cumprido. E é aquilo que falei na mensagem (numa rede
social), sempre dei meu melhor, assumi as responsabilidades e pensei no
Atlético. E hoje tenho direito de pensar um pouco em mim e na minha família,
por isso vim me despedir de todos os amigos, por isso tinha que passar aqui
hoje.
Grandes momentos pelo clube
- Acho que o que mais marcou foram os
títulos, principalmente da Libertadores e Copa do Brasil, pela trajetória, pelo
jeito que foi, por ser inédito e por ser em cima do nosso maior rival, com um
sabor totalmente especial. E quando vim para cá em 2013, falei que viria para
ganhar títulos, já que faltavam para mim os mais importantes, como a
Libertadores, o Brasileiro e a Copa do Brasil. Não veio o Brasileiro, mas os
outros dois vieram de maneira totalmente diferente, e tinha que ganhar para
entrar para história do clube. Eu já era ídolo sem ganhar nada, por isso fiz
esse esforço para vir em 2013 e fui coroado com os títulos mais importantes da
história do Atlético.
Contrato na China e papo com Nepomuceno
- Contrato de quatro anos. E a conversa
foi entre eu e ele (Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético-MG). Não posso falar, mas é uma pessoa super do bem. Foi
difícil, um cara simples e gente boa que chegou com uma responsabilidade de me
vender. Conversei abertamente com ele, falei alguns desejos que tinha, nada
demais.
Torcida, mesmo de longe
- Como sempre foi, nas duas saídas, sempre tive contato com o torcedor. Sempre demonstrei
minha torcida e carinho pelo clube, torcida e jogadores, e agora não vai ser
diferente. Talvez não tenha um canal brasileiro por lá, mas vou dar um jeito de
acompanhar e sempre torcer por eles aqui.
Missão cumprida nas duas passagens?
- Com certeza, fico orgulhoso, quando
cheguei, acho que o Domênico (assessor de comunicação) foi a primeira pessoa
que tive contato. Ele falou que se fizesse uma média de tantos gols ia ser
ídolo e referência no Atlético, e graças a Deus tudo que almejei consegui.
Títulos, prêmios individuais, ser idolatrado por uma nação enorme, isso é o bom
do futebol. Saio de cabeça erguida e com o dever cumprido. Acho que entrei para
a história do clube sim, nas ruas sinto carinho dos torcedores.
Por que o Atlético é tão especial?
- Por tudo que se criou, pelo que ocorreu
comigo, a relação com a torcida e o clube. Por isso é especial, o que a torcida
fez por mim, por isso acredito que não terei esse carinho em lugar nenhum do
mundo.
Evolução do futebol chinês e busca por
brasileiros
- Não conversei sobre esse assunto, mas é
um país que está investindo no futebol, não é país que muitos vão, mas é um
país que está se abrindo. Há grandes nomes na China, e acredito que em dois ou
três anos o futebol chinês será uma potência. Estou nesse novo desafio e espero
abrir portas para mais brasileiros irem, fui com Seleção e nos amistosos com
Atlético, e talvez por isso tenha pensado com carinho em ir para a China.
Seleção Brasileira
- Espero poder ser convocado, vou trabalhar
para isso, para jogar em alto nível como em 2013 e 2014 e manter o que venho
fazendo. Deixei uma ótima impressão na Seleção, estou confiante numa próxima
convocação e tenho que fazer o que venho fazendo. Tenho que me adaptar, fazer
gols e jogar bem.
Recado para a torcida
- Deixo um abraço a todos os torcedores e
funcionários do clube, que são tão importantes quanto os jogadores. Desejei
sorte e sucesso esse ano e estou na torcida como sempre. Espero que eles
estejam comigo de longe, torcendo e mandando mensagens porque vai ser um meio
importante de bater papo. Estou agarrado com eles como sempre.
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