sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Aldo apoia ideia de Belfort e aprova salário fixo no UFC: "Gasto é grande"

Campeão dos penas endossa discurso do compatriota, que defende pagamento mensal da organização aos atletas: "Quem está começando não tem muitos ganhos"

Por Rio de Janeiro
José Aldo Nova União (Foto: Marcelo Barone)José Aldo exibe a capa de seu celular em que aparece com a 
coroa de rei e o cinturão do peso-pena do UFC (Foto: Marcelo Barone)
Vitor Belfort levantou a bola quando o UFC anunciou o acordo de exclusividade com a Reebok. E José Aldo - campeão dos penas do Ultimate - arrematou. O manauara endossou as palavras do compatriota, que defendeu a tese de que a organização deveria arcar com salários mensais aos atletas, assim como acontece em outros esportes, como futebol e basquete, nos quais as entidades pagam um valor fixo aos jogadores.

Atualmente, o manauara vive uma situação confortável, possui patrocinadores, tem participação em vendas de pay-per-view, mas nem sempre foi assim. Em entrevista ao Combate.com, ele afirma que os investimentos na preparação para uma luta são expressivos, especialmente para os iniciantes.

- Apoio essa ideia, lógico. Na NFL, a Nike faz os uniformes, mas os clubes pagam salários aos aletas, na NBA também é assim. Para os atletas que estão começando e não têm muitos ganhos, não recebem grande pay-per-view, a vida fica difícil. O gasto é grande com preparador físico, treinador e sparring, pois ninguém, hoje em dia, vai para a academia levar soco de graça. Se isso (pagamento de salário) acontecesse, seria ótimo, senão, vamos levando. Querendo ou não, estamos sujeitos a lesões, podemos ficar muito tempo parados, o que prejudica o atleta, que só ganha quando está lutando. Se estiver machucado, a renda fica de lado. É bom sempre um patrocinador para apoiar, pois é isso que mantém o atleta.

O campeão do UFC também pede a união dos atletas de MMA e vê com bons olhos a criação de um sindicato para atuar em favor dos lutadores.
Jose Aldo (Foto: infoesporte)Brasileiro troca posições com Hacran Dias durante treinamento na academia Nova União (Foto: Marcelo Barone)


- Ninguém falou comigo sobre sindicato, mas seria ótimo, é uma proteção aos atletas, o que poderia ajudar bastante. Ninguém cogitou isso. A classe dos atletas é muito desunida por ter aquele passado de rivalidades entres academias e modalidades. Claro que é diferente de antigamente, mas ainda há isso. É aquele coisa: farinha pouca, meu pirão primeiro. Se eu não lutar por um preço, amanhã vem outro e aceita. A desunião é grande, por isso não temos tantos ganhos. 

Aos 29 anos, Aldo acredita que ainda não é a sua hora de liderar este "movimento", afinal, precisa se preocupar com o posto que defende na atualidade. Entretanto, não descarta ser mais atuante no futuro.

- Hoje eu não me vejo responsável por isso, com a cabeça voltada para isso. Tenho que viver a luta, sou campeão, não consigo colocar esse outro lado. Minha vida como atleta ainda está muito forte, é difícil para mim hoje, mas quem sabe um dia, quando eu parar. Procurarei estudar mais isso e, junto com outros, montar algo grande para ajudar os novos atletas.

Mudança de estilo

Pupilo de Dedé Pederneiras - que sempre pregou o respeito de seus atletas aos adversários - José Aldo passou a ter que mudar de postura após as constantes provocações de Conor McGregor - campeão interino da divisão - e seu adversário no UFC 194, dia 12 de dezembro, em Las Vegas. Recentemente, o brasileiro utilizou as redes sociais para provocar o irlandês após fazer um exame antidoping e vem tomando gosto pela troca de farpas.
Encarada José Aldo e Conor McGregor UFC Go Big (Foto: Evelyn Rodrigues)Aldo e McGregor, enfim, vão se enfrentar no fim do ano, em um dos maiores combates da história do evento (Foto: Evelyn Rodrigues)
- Agora eu acho bom (risos), está trazendo frutos. Quanto mais nos provocarmos, mais dinheiro vai trazer. A verdade é essa. Quanto mais provocações, mais desperta o interesse dos fãs na luta. Mas sempre sem passar do ponto. Isso é fundamental. Tive respeito por todos aqueles que enfrentei, então mantenho essa linha. Nunca vou fugir disso. Vou apimentar, mas sempre respeitando - frisou.
O duelo era para ter acontecido em 11 de julho, porém, uma lesão na costela durante um treinamento forçou o brasileiro a abandonar o combate. Após tanta promoção, José Aldo não tem dúvidas de que irá "atropelar" o falastrão.

- Era uma luta que eu já deveria ter virado a página. Estou focado de novo, mas prefiro esquecer um pouco a luta, procuro relaxar porque isso desgasta bastante. Vou deixar para viver a luta quando estiver lá. Estou acrescentando coisa que faltaram ao meu treino. Na primeira vez que iríamos lutar, eu ia passar por cima de tal maneira, que agora triplicou. Sei todos os caminhos, o que treinamos e vimos na luta dele contra o Chad Mendes que daria certo. Vou amassá-lo com certeza.

UFC 194
12 de dezembro, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO (até agora):
Peso-pena: José Aldo x Conor McGregor
Peso-médio: Chris Weidman x Luke Rockhold
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Yoel Romero
Peso-meio-médio: Demian Maia x Gunnar Nelson
Peso-galo: Urijah Faber x Frankie Saez
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Colby Covington
Peso-meio-médio: Court McGee x Márcio Lyoto
Peso-leve: Léo Santos x Kevin Lee
Peso-leve: John Makdessi x Yancy Medeiros
Peso-leve: Joe Proctor x Magomed Mustafaev
Peso-palha: Tecia Torres x Michelle Waterson
Peso-pena: Max Holloway x Jeremy Stephens

Nenhum comentário:

Postar um comentário