Coritiba consolida recuperação iniciada após rebaixamento
Campanha invicta na temporada atual é resultado de profissionalização iniciada no fim de 2009, quando clube viveu pior momento de sua história
(Foto: Geraldo Bubniak / Agância Estado)
Menos de dois anos após a chamada ‘refundação’ do Coritiba, o clube reduziu dívidas, profissionalizou a gestão e, o mais importante no mundo do futebol, conquistou títulos. Processo que começou com a mudança de boa parte da diretoria logo após o rebaixamento para a Série B, fato piorado com a interdição do Couto Pereira devido às lamentáveis cenas de violência protagonizadas por alguns vândalos travestidos de torcedores.
Foi neste cenário de terra arrasada que as bases do ‘novo Coritiba’ foram consolidadas, como explica Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do clube e responsável pela gestão alviverde desde então.
A solução que encontramos foi de montar um grupo vencedor. Daí nasceu a refundação do Curitiba"
Vilson Ribeiro, vice-presidente
Ao lado do presidente Jair Cirino, que se manteve no cargo com a missão de dar a volta por cima, Andrade implantou um projeto de consolidação e crescimento do clube.
Manutenção de comissão técnica é ponto importante
Planejamento que tem entre seus princípios a manutenção da comissão técnica por períodos mais longos que os habituais no futebol brasileiro. Algo colocado em prática logo após o rebaixamento, com a permanência do técnico Ney Franco na temporada 2010. Comandante alviverde no fracassado ano do centenário – o Coxa foi fundado em 1909 -, Franco teve papel importante na reformulação do elenco, que trocou estrelas como Marcelinho Paraíba por atletas menos renomados, mas mais comprometidos com o clube.
(Foto: Divulgação / Site Oficial do Coritiba)
- A diretoria entendeu que o nosso trabalho no fim de 2009 não havia sido determinante para o rebaixamento e nos deu a oportunidade de levar o Coritiba novamente para a primeira divisão. Esse voto de confiança foi essencial para que eu e a comissão técnica nos envolvêssemos no projeto de 2010 e tivéssemos sucesso.
Dentro da nova linha de trabalho da diretoria, Ney Franco era nome certo para comandar a equipe em 2011, mas o treinador aceitou convite da CBF para assumir o comando das divisões de base da Seleção Brasileira e deixou o Coxa. A troca de comando poderia gerar uma crise, mas a condução da escolha do sucessor de Franco foi muito bem sucedida.
Em fato raro no futebol brasileiro, o treinador que deixava a equipe teve papel fundamental na escolha de seu sucessor, indicando o amigo Marcelo Oliveira. Com perfil parecido ao de Franco, o novo técnico assumiu o comando técnico sem as rupturas comuns nestes casos.
Fato raro no futebol brasileiro, o treinador que deixava a equipe escolheu seu sucessor
Oliveira reconhece os méritos do antecessor na montagem do elenco. A base deixada por Franco ajudou o novo treinador a formar rapidamente um time competitivo e organizado taticamente. E mais ofensivo que o anterior, como prova o fato de o Coritiba ter marcado ao menos um gol em todos os 25 jogos que disputou em 2011.
- Somos privilegiados porque temos basicamente o mesmo grupo e podemos dar sequência ao que já vinha sendo feito. Temos um elenco competitivo e muito qualificado. O primeiro objetivo a cumprir é conquistar o bicampeonato. É o desafio de escrever uma nova história.
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