Pneu traseiro invertido pode ter desequilibrado carro de Sondermann
Composto tinha ranhuras em direção contrária às dos outros do carro
do piloto, que morreu após choque com Pedro Boesel em Interlagos
Thiago Meneghel, engenheiro chefe da equipe A. Mattheis, na Stock Car, afirma que a mudança pode ter influenciado no equilíbrio do carro. Não é possível dizer, no entanto, que isso tenha resultado no acidente de Sondermann.
- Eu acredito que esse pneu pode ter influenciado no desempenho do carro. Mas, pelo que eu vi, parece que o ponto de partida foi mesmo o primeiro toque que ele levou. A visibilidade naquele ponto é ruim. Mas é muito difícil falar agora que, se o pneu tivesse em outra posição, não teria acontecido o acidente. Eu acredito que isso pode ter desequilibrado no carro, o acidente é uma união de diversos fatores. Mas pode ter alterado o volume de escoamento de água dos pneus – afirmou.
De acordo com Meneghel, o funcionamento do carro pode ter ficado desequilibrado com a mudança.
- Como eu estava ajudando o (piloto) Pedro Boesel durante a prova, vi muitas equipes trocando pneus no grid, na correria. Normalmente, a Goodyear (fabricante dos pneus) observa o sentido de rodagem dos pneus. Como esses pneus não são lacrados, no outro carro da equipe, eles podem ter colocado invertidos também - disse o engenheiro, explicando que pode ter sido uma decisão consciente da equipe .
O GLOBOESPORTE.COM entrou em contato com a fabricante dos pneus para saber como a posição do pneu pode ter influenciado no acidente, mas não conseguiu falar com os responsáveis até a publicação desta reportagem.
Gustavo Sondermann teve sua morte cerebral anunciada pelo corpo médico do Hospital São Luiz, onde foi atendido. Segundo o boletim médico oficial, o paulista, que chegou ao local com quadro estável, teve complicações por conta do acidente. A Confederação Brasileira de Automobilismo decretou luto oficial de sete dias.
O piloto de 29 anos começou sua carreira no kart aos 16 anos. Em 2007, Sondermann viveu de perto uma das maiores tragédias do automobilismo brasileiro: o paulista corria na Stock Light pela equipe FTS Competições. Seu companheiro de equipe, Rafael Sperafico, acabou se envolvendo em um grave acidente também em Interlagos e morreu.
Por coincidência, o acidente fatal de Gustavo aconteceu na mesma pista e curva de Sperafico: a curva do Café. A pick-up número 48 do piloto foi acertada por três veículos até ser totalmente destruída em colisão com o carro de Pedro Boesel. O local é conhecido por ser o mais perigoso do autódromo paulista.
Na temporada 2009 e 2010, o paulista correu na Stock Car. No primero ano, ele competiu pela equipe Gramacho Costa e, na segunda temporada, se dividiu entre a AMG Motorsport e a própria Gramacho Costa. Ele foi companheiro de equipe de pilotos como Átila Abreu e Christian Fittipaldi.
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