Em 'novo começo', Daiane se inspira em Maurren e mira medalha olímpica
Ginasta gaúcha, que ficou quase três anos afastada por conta de lesão
no joelho e de um doping, comemora o retorno à seleção brasileira
(Foto: Marcos Guerra/Globoesporte.com)
- Duas semanas antes eu estava bem ansiosa, mas até que no dia não fiquei tanto. A sensação de pisar no tablado de novo é ótima. Sempre dá um friozinho depois de tanto tempo fora. Era um novo começo e tinha muita coisa em jogo. Era o tudo ou nada. Tinha de mostrar o que estava fazendo, se estava preparada ou não para voltar à seleção. Bom que deu tudo certo. Agora, é lapidar minha série - disse Daiane.
Durante o período em que ficou no estaleiro, a ginasta passou por uma situação embaraçosa: foi punida por doping. O exame acusou presença de furosemida, um tipo de diurético, substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Daiane diz ter aprendido a lição e quer deixar o doping como algo do passado.
Sou uma Daiane ainda melhor, mais madura e sem dores"
Daiane dos Santos
E Daiane espera percorrer um caminho dourado até as Olimpíadas de Londres, em 2012. Campeã mundial no solo em 2003, ela projeta brigar, novamente, pelo lugar mais alto do pódio em competições internacionais. Para isso, a ginasta se inspira em Maurren Maggi. Naquele ano, a saltadora foi punida por um doping e, nos Jogos de Pequim-2008, sagrou-se campeã olímpica.
- Só quem está na nossa pele sabe o quanto é complicado. A Maurren é um ótimo exemplo de quem passou por um período assim e deu a volta por cima com todo gás. Mostrou que realmente não é preciso usar de outras formas (não lícitas) para chegar ao objetivo. Tomara que eu consiga fazer como ela e ser a campeã olímpica (risos). O que me motiva é a medalha, com certeza. É o que me falta – comenta Daiane.
Troféu Brasil (Foto: Ricardo Bufolin / Photo&Grafia)
- Sou uma Daiane ainda melhor, mais madura e sem dores, o que é a melhor parte, porque a dor causa insegurança. Não ter essa preocupação na hora de se apresentar ajuda muito.
Nova habilidade
Mesmo no estaleiro, a rotina de Daiane foi bastante puxada. Ela chegou a fazer quatro sessões de fisioterapia por dia - entrava às 6h e só saia às 19h. A longa jornada deu a Daiane intimidade com o tratamento.
- Construir uma perna nova não é fácil (risos). A coisa que mais fiz foi fisioterapia. Acabei até me especializando em fisio (risos), sei mexer bem em todos os aparelhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário