Rússia afunda o Brasil no tie-break e adia o sonho do deca na Liga Mundial
Em jogo dramático na Polônia, time de Bernardinho não resiste a Mikhaylov, cai no quinto set e vê o adversário conquistar a competição pela segunda vez
Nos últimos dez anos, o Brasil tinha conquistado oito taças da Liga. As únicas exceções tinham sido em 2008, quando perdeu para os Estados Unidos, e lá atrás, em 2002, quando caiu diante da própria Rússia, que agora garante seu segundo título.
O saque brasileiro, que vinha tendo altos e baixos na Liga, encaixou no início do jogo, e a equipe verde-amarela manteve uma vantagem apertada. O bloqueio perseguia os atacantes russos em todos os lances, e a diferença no placar chegou a 14/10. A chance de abrir 15/11 no contra-ataque, no entanto, foi desperdiçada, e o adversário acordou. Com três pontos seguidos, a Rússia voltou para o set. Na segunda parada técnica, o time de Bernardinho vencia por 16/15, e o equilíbrio se arrastou até o fim da parcial. Com um saque matador de Lucão, o Brasil fechou em 25/23.
para inspirar o Brasil (Foto: Divulgação / FIVB)
Àquela altura, o clima era favorável até quando a bola não estava no alto. No intervalo para o segundo set, passistas de escola de samba entraram na quadra para animar a torcida. O incentivo funcionou durante um tempo para o Brasil, que abriu a parcial com o bloqueio afiado e três pontos seguidos. Aos poucos, a Rússia foi se encontrando, igualou o placar e, na primeira parada técnica, já vencia por 8/7. O equilíbrio se estendeu até a segunda parada, quando os europeus já venciam por 16/15. A gangorra balançou dali em diante, com os dois países se revezando na liderança.
Quando o placar estava empatado em 24/24, Rodrigão fechou a porta para o ataque russo num bloqueio espetacular. Mas o contra-ataque europeu funcionou para deixar tudo igual outra vez. Volkov deu o troco no paredão e, com um ataque de Biriukov, o set terminou em 27/25. Tudo igual em 1 a 1.
Se na segunda parcial o Brasil pulou na frente, foi a Rússia que comandou o início do terceiro set: 3/0, obrigando Bernardinho a pedir tempo. A vantagem ainda chegou a 4/0, até Muserskiy errar um saque e dar um ponto de graça ao rival. Sidão, que não conseguia se encontrar, devolveu o presente. Sob pressão, a equipe verde-amarela errava muito e, dos três primeiros pontos, dois foram em saques desperdiçados pelos adversários. Na parada técnica, 8/4. A vantagem subiu para 10/5, e Mikhaylov, melhor atacante da equipe, foi para o banco após levar um pisão acidental no pé esquerdo.
De ponto em ponto, o Brasil foi chegando. Após um rali impressionante, Murilo atacou pelo meio e cortou a diferença para 14/12. Marlon foi para o saque e encostou ainda mais. A Rússia tentava abrir, mas levou o troco com um ataque de Théo após uma bola que veio de graça do outro lado. Bruninho tinha dificuldade para encontrar seus atacantes, e assim os russos levaram a vantagem até o fim da parcial. No bloqueio brasileiro para fora, fim de papo: 25/23 e a virada na partida.
Logo na abertura, com um ataque de Murilo, os jogadores brasileiros vibraram como se fosse o título. Quando abriu 2/1, um erro grosseiro da arbitragem. Um bloqueio brasileiro colocou a bola dentro – muito dentro –, mas o juiz deu fora, e a Rússia igualou o placar. Daí a fúria de Rodrigão no ataque seguinte, retomando a liderança. Mas os rivais não se entregavam. Na parada técnica, já venciam por dois pontos de diferença: 8/6.
O drama aumentou na volta à quadra, com um ataque errado de Vissotto, e a bronca de Bernardinho parece não ter dado resultado. Os erros se acumulavam, e o sonho do deca foi saindo da quadra de fininho. A Rússia não tirou o pé do acelerador, se impôs e venceu os brasileiros pela segunda vez no torneio: 15/11 no tie-break, 3 a 2 na decisão. Com a diferença de que, agora, foi contra os titulares. E valeu a taça.
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